As ações da Tesla encerraram seu pior trimestre desde 2022, sofrendo a terceira maior queda nos 15 anos da empresa no mercado público.
As ações do fabricante de veículos elétricos caíram 36% nos primeiros três meses do ano.
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A última vez que a Tesla teve um período pior foi no final de 2022, quando as ações desabaram 54%. Naquele trimestre, o CEO Elon Musk vendeu mais de US$ 22 bilhões (R$ 125,6 bilhões) em ações da Tesla para financiar sua aquisição de US$ 44 bilhões (R$ 251,24 bilhões) do Twitter, posteriormente renomeado como X. Na última sexta-feira (28), Musk anunciou que sua startup de inteligência artificial, a xAI, adquiriu a X em um acordo que avaliou a empresa de mídia social em US$ 33 bilhões (R$ 188,43 bilhões).
Perdas de mercado e atuação governamental de Musk
A queda no primeiro trimestre da Tesla apagou mais de US$ 460 bilhões (R$ 2,62 trilhões) em valor de mercado. A maior parte do trimestre coincide com o período de Musk no segundo governo Trump, liderando um esforço para reduzir gastos e regulamentações governamentais, além de demitir dezenas de milhares de funcionários federais.
Musk está à frente do chamado Departamento de Eficiência Governamental, ou DOGE. Até esta segunda-feira (31), o site do DOGE afirmava que, até 24 de março, o programa havia conseguido reduzir os gastos federais em US$ 140 bilhões (cerca de R$ 799,4 bilhões), um número que representa menos de um terço da perda de valor da Tesla no primeiro trimestre.
Reações e planos futuros de Musk
“Minhas ações da Tesla e as ações de todos que possuem Tesla foram reduzidas pela metade”, disse Musk na noite de domingo (30) em um comício realizado em Green Bay, Wisconsin, para promover o juiz de direita que ele apoia para a eleição da suprema corte estadual desta terça-feira (1). “Isso é um trabalho muito caro, é o que estou dizendo”.
O site do DOGE continha diversos erros anteriormente, levando o grupo a revisar suas próprias alegações sobre as economias. E muitas das acusações de Musk sobre desperdício, fraude e abuso no orçamento federal também foram mostradas como enganosas ou falsas.
Planos de corte de gastos e efeito sobre a Tesla
Recentemente, Musk disse em uma entrevista à Fox News com Bret Baier, que ele e o DOGE planejam cortar US$ 1 trilhão (R$ 5,7 trilhões) dos níveis totais de gastos federais até maio.
O papel de Musk na Casa Branca é um dos fatores que pesa sobre as ações da Tesla, pois está contribuindo para ondas de protestos, boicotes e ataques violentos a lojas e veículos da Tesla em todo o mundo. As tarifas automotivas do Presidente Trump também são motivo de preocupação, pois envolvem fornecedores-chave da Tesla, notadamente México e China. Os temores tarifários desencadearam uma queda mais ampla nas ações de tecnologia, com o Nasdaq fechando o trimestre em baixa de 10%, sua maior queda desde 2022.
A Tesla enfrenta outros ventos contrários, como uma forte queda nas vendas de novos veículos e pressão para cumprir as promessas de Musk sobre robotáxis, enquanto rivais ampliam sua liderança no mercado. Musk afirmou que a Tesla lançará um serviço de transporte sem motorista em Austin, Texas, em junho, mas alguns analistas estão céticos quanto à capacidade da empresa de cumprir esse prazo.
Por cerca de uma década, Musk prometeu que os carros existentes da Tesla poderiam ser transformados em veículos prontos para robotáxis com uma atualização de software. Na teleconferência de resultados do quarto trimestre da empresa, Musk disse que uma próxima versão do software Full Self-Driving da Tesla também exigirá uma atualização de hardware.
Embora a queda das ações no primeiro trimestre tenha sido dolorosa para os acionistas, eles já experimentaram volatilidade semelhante no passado recente. No primeiro trimestre de 2024, as ações caíram 29% devido à queda nas vendas de automóveis e ao aumento da concorrência. Mas as ações se recuperaram no restante do ano, fechando com alta de 63%.
“A longo prazo, acho que as ações da Tesla vão se sair bem”, disse Musk no comício em Green Bay. “Então talvez seja uma oportunidade de compra”.
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