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Cinema & TV

Do Oscar ao sucesso nas bilheterias, cinema brasileiro prova que é um bom negócio e atrai investidores; Petrobras prepara aporte de R$ 100 mi

Publicado 05/10/2025 • 07:30 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • A Petrobras anunciou nesta última semana que vai investir R$ 100 milhões até 2027 para apoiar o audiovisual brasileiro.
  • Segundo dados do Anuário do Cinema Brasileiro, em 2024 os filmes nacionais arrecadaram R$ 251,9 milhões, o equivalente a 10,1% da bilheteria total.
  • Dados preliminares da Ancine indicam que, em 2025, até agosto, um em cada dez brasileiros que foi ao cinema escolheu um filme nacional.

O Agente Secreto, candidato brasileiro ao Oscar

Divulgação

O cinema brasileiro vai muito bem, obrigado. Segundo dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine), em 2024 as produções nacionais arrecadaram R$ 251,9 milhões, o equivalente a 10,1% da bilheteria total, frente a apenas 3% em 2023. O público também reagiu: 12,6 milhões de pessoas assistiram a filmes feitos no país, contra 3,7 milhões no ano anterior. Foram 197 lançamentos, consolidando a recuperação de um setor que, há poucos anos, ainda sofria com os efeitos da pandemia.

A boa fase ganhou um impulso adicional: a Petrobras anunciou um plano de investimento de R$ 100 milhões até 2027 para fomentar o audiovisual brasileiro. Os recursos devem apoiar produção e distribuição de filmes e séries, manutenção de salas e patrocínio a festivais em diferentes regiões do país.
Segundo Milton Bittencourt, gerente de patrocínios culturais da Petrobras, a ideia é ampliar o alcance do cinema feito no país:

“Nosso compromisso é fortalecer o cinema brasileiro, garantindo que ele continue a contar as histórias do país, dialogando com o presente e projetando o futuro.”

Fernanda Torres posa com o prêmio
Fernanda Torres posa com o prêmio
Fernanda Torres e seu Globo de Ouro por Ainda Estou Aqui

A iniciativa surge no momento em que o cinema nacional volta a ocupar espaço central nas telas e nas premiações. Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, fez história ao conquistar o Oscar de Melhor Filme Internacional — o primeiro da cinematografia brasileira — e deu a Fernanda Torres o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama. O Último Azul, de Gabriel Mascaro, venceu o Grand Prix em Berlim, enquanto O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, conquistou dois prêmios em CannesMelhor Direção e Melhor Ator para Wagner Moura — em decisão inédita do júri presidido por Juliette Binoche.

Nas últimas três décadas, a Petrobras já apoiou mais de 600 produções nacionais, entre elas Cidade de Deus, Carandiru, Bacurau e O Agente Secreto. Esse histórico reforça a percepção de que o investimento cultural não é apenas um gesto simbólico, mas parte essencial da engrenagem do setor.
O ator Rodrigo Santoro sintetiza essa visão:

“Há muito preconceito em relação à Lei Rouanet e ao patrocínio cultural. Criou-se um estigma, mas é preciso compreender a importância desse fomento. Sem esse apoio, muitos dos filmes que hoje celebramos jamais teriam existido.”

Divulgação
Cena de Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa

Os resultados também se refletem na frequência às salas. Dados preliminares da Ancine apontam que, até agosto de 2025, um em cada dez brasileiros que foi ao cinema escolheu um filme nacional. A participação de público subiu de 1,4% em 2023 para 11,2%, e o número de sessões com obras locais saltou de 4% para 14,1% no mesmo período. A agência atribui parte desse avanço à cota de tela, que obriga exibidores a incluir títulos brasileiros na programação — política cuja renovação para 2026 está em debate.

Para Silvia Cruz, da Vitrine Filmes, o impacto do apoio se traduz em alcance social: “A Sessão Vitrine Petrobras leva produções brasileiras a mais de 20 cidades com ingressos acessíveis. Isso forma público, estimula debate e faz o cinema circular para além dos grandes centros.”

O produtor Flávio R. Tambellini destaca o papel do financiamento contínuo na viabilização de projetos de longa gestação: “Filmes como Malês, de Antonio Pitanga, levaram mais de vinte anos para sair do papel. Projetos assim só existem quando há continuidade de investimento e política pública de longo prazo.”

Três décadas após a chamada Retomada do Cinema Brasileiro, o país vive um novo ciclo. Há público, prestígio internacional e uma cadeia produtiva que se reorganiza em torno de metas sustentáveis. Entre recordes de bilheteria, prêmios e novos aportes, o cinema feito no Brasil volta a ser um bom negócio — e um símbolo vigoroso da cultura nacional.

O marco dessa retomada foi Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, de Carla Camurati, lançado em 1995. O filme reabriu caminho para uma geração de cineastas e produtores que reergueram o cinema nacional após anos de paralisia. Trinta anos depois, aquele movimento ganha novo significado: não mais o de reconstrução, mas o de consolidação — a prova de que, mesmo diante das crises, o cinema brasileiro segue encontrando formas de se reinventar e permanecer de pé.

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