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Real Madrid cria plano para permitir venda de participações a investidores externos; veja opinião de especialistas

Publicado 13/12/2025 • 20:03 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • O Real Madrid anunciou a intenção de permitir pela primeira vez em sua a história a venda de participações a investidores externos.
  • A proposta foi apresentada aos sócios pelo presidente Florentino Pérez, em assembleia anual no centro de treinamento de Valdebebas.
  • O acordo envolve um plano de criação de uma empresa subsidiária, que teria um acionista minoritário com cerca de 5% das ações
Real Madrid.

Divulgação/UEFA

Real Madrid é o maior campeão europeu

O Real Madrid anunciou a intenção de permitir pela primeira vez em sua a história a venda de participações a investidores externos.

A proposta foi apresentada aos sócios pelo presidente Florentino Pérez, em assembleia anual no centro de treinamento de Valdebebas, com um plano de criação de uma empresa subsidiária, que teria um acionista minoritário com cerca de 5% das ações — mantendo, porém, o controle absoluto nas mãos dos quase 100 mil sócios do clube.

Para isso acontecer, no entanto, qualquer ajuste neste novo modelo exigiria aprovação em votação, já que o clube merengue é de propriedade de seus sócios (membros do clube) desde sua fundação, em 1902.

O assunto, no entanto, já havia sido comentado pelo presidente do Real Madrid no final de 2024, durante Assembleia Geral realizada pelo clube. Na ocasião, Pérez falou sobre uma proposta de mudança que pode tornar os sócios-torcedores madrilenhos como ‘donos’. “Temos 100 mil sócios-torcedores e podemos distribuir um patrimônio que acredito valer mais de 10 bilhões de euros”, disse, à época.

Considerado um dos dirigentes mais vitoriosos de todos os tempos do planeta, o presidente do Real Madrid nunca escondeu seu descontentamento com algumas diretrizes impostas pela La Liga, em especial sobre a forma como a entidade negocia os direitos de TV, de forma coletiva, e o acordo que vem com os clubes espanhóis recebessem 2 bilhões de euros em troca de futuras receitas em transmissões.

“O Real Madrid é um gigante do futebol mundial e bateu recorde de faturamento na última temporada, ao alcançar R$ 7,5 bilhões. É um clube com uma das maiores capacidades de geração de receita do mundo, mas que, ainda assim, entende a importância de diversificar suas fontes e ampliar seus negócios”, afirmou Moises Assayag, sócio-diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte, com foco em reestruturação financeira e operacional de clubes.

Segundo ele, “a possível abertura para investidores externos é uma estratégia relevante e, se for aprovada, representará um passo importante para ampliar sua competitividade frente aos outros clubes, muitos que já operam com estruturas mais modernas e capitalizadas. A lição que podemos capturar deste exemplo do Real Madrid é que mesmo estruturas sólidas e consolidadas pensam em alternativas de investimento agregadoras de valor”.

De acordo com fontes, o presidente madrilenho está “pronto para apresentar novos detalhes e planos adicionais para avançar em direção a essas mudanças na próxima assembleia geral, ao final deste ano“.

Uma ideia que já foi discutida internamente seria “ver o Real Madrid sendo efetivamente dividido em duas entidades diferentes – separando o lado do futebol do lado dos negócios“.

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Florentino é visionário. Mostrou isso no inicio do século, formando elenco com estrelas consolidadas e, recentemente, com a busca de jovens que se tornaram astros crescendo no seu clube. Ele certamente projetou o que se passará nas próximas décadas, e sabe que o Real Madrid não pode deixar de competir com os mais ricos clubes ingleses, e isso depende de um novo modelo de financiamento“, disse Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, que gerencia a carreira de centenas de atletas.

Para executivos do mercado, a medida que o presidente Florentino Pérez pretende adotar é exemplar e pode servir de referência para outros clubes, inclusive do Brasil. Para o especialista em direito desportivo Cristiano Caús, sócio e fundador do CCLA Advogados, isso que Florentino Pérez cogita fazer no Real Madrid não é novidade no Brasil:

“Assim como ocorreu com as ligas, o Brasil também esteve na vanguarda em relação à gestão empresarial no futebol, embora tenha estacionado por algumas décadas. Como exigia, e depois passou a facultar, a Lei Pelé (Lei nº 9.615/98), o São Caetano separou em 2004 o clube social e as demais modalidades esportivas — que incluíam grandes atletas olímpicos — do futebol, cuja equipe vivia uma grande fase”.

“Essa separação foi feita por meio da empresa São Caetano Futebol Ltda., que se filiou à FPF e passou a gerir tudo que dizia respeito ao futebol, com contabilidade própria e independente da AD São Caetano, que era uma das sócias da empresa”, relembra.

Caús fez outro destaque: “Um outro exemplo foi a Corinthians Licenciamentos, sucedida pela Panamerican Sports Licenciamentos, ainda antes da entrada dos investidores Hicks, Muse, Tate and Furst e MSI. Nesse caso, porém, a empresa criada pelo Corinthians se dedicava apenas às atividades de licenciamento do clube”, afirma ele, que escreveu sobre o assunto no livro “A Transformação dos Clubes de Futebol em Sociedades Empresárias no Brasil: Da Lei Pele à Lei da SAF“.

Talita Garcez, sócia do escritório Garcez Advogados e Associados e com mais de uma década de experiência na área, o movimento que o Real Madrid estuda traduz a tendência global de transformação do futebol em um modelo de gestão corporativa.

“Trata-se de uma decisão essencialmente estratégica, voltada a manter a competitividade e a sustentabilidade em um cenário internacional cada vez mais dominado por conglomerados e fundos estrangeiros”.

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