O serviço de streaming francês Deezer agora alerta os usuários quando encontram músicas identificadas como totalmente geradas por inteligência artificial, informou a empresa à AFP nesta sexta-feira (20).
O anúncio do CEO Alexis Lanternier ocorre após declarações frequentes da plataforma de que um grande volume de faixas geradas por IA é enviado diariamente — um desafio que a Deezer compartilha com outros serviços de streaming, como o gigante sueco Spotify.
Em janeiro, a Deezer informou que recebia o envio de 10 mil faixas de IA por dia, número que dobrou para mais de 20 mil em comunicado de abril, ou cerca de 18% de toda a música adicionada à plataforma.
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A empresa “quer garantir que os royalties destinados aos artistas não sejam desviados” por faixas geradas a partir de um simples comando de texto em geradores como Suno ou Udio, afirmou Lanternier.
Essas músicas geradas por IA não estão sendo removidas do catálogo da Deezer, mas estão sendo desmonetizadas para evitar que os royalties dos músicos humanos sejam reduzidos injustamente.
Álbuns com faixas suspeitas de terem sido criadas dessa maneira agora recebem um aviso: “conteúdo gerado por IA”, uma iniciativa que a Deezer afirma ser inédita entre os serviços de streaming.
Lanternier disse que a ferramenta de detecção desenvolvida pela própria Deezer consegue identificar sinais de origem da IA com 98% de precisão.
“Um sinal de áudio é um conjunto extremamente complexo de informações. Quando algoritmos de IA geram uma nova música, há pequenos sons que apenas eles produzem e que conseguimos identificar”, explicou.
“Não é algo audível ao ouvido humano, mas é visível no sinal de áudio.”
Com 9,7 milhões de assinantes no mundo, a maioria na França, a Deezer é um player relativamente pequeno em comparação com o Spotify, que possui 268 milhões.
Em janeiro, a empresa sueca assinou um acordo com a Universal Music Group, a maior gravadora do mundo, com o objetivo de melhorar a remuneração de artistas e detentores de direitos.
Mas o Spotify não seguiu o mesmo caminho da Deezer de desmonetizar conteúdos gerados por IA.
A plataforma apontou a ausência de uma definição clara para áudios totalmente gerados por IA, além da falta de um marco legal que os diferencie de obras criadas por humanos.
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