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Dólar sobe com tarifas de Trump no radar, mas fica abaixo de R$ 5,55
Publicado 10/07/2025 • 19:12 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 10/07/2025 • 19:12 | Atualizado há 2 meses
KEY POINTS
Notas de dólar.
Pixabay.
O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira (10) em alta de 0,78%, a R$ 5,5452, passando a acumular valorização de 2,22% na semana. O tropeço do real reflete as incertezas provocadas pela promessa do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 50% a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Na abertura dos negócios, a moeda americana chegou a superar o nível de R$ 5,60 e atingir máxima a R$ 5,6220, em parte ajustando-se à arrancada do dólar futuro para agosto ocorrida ontem na esteira da divulgação da carta de Trump, quando o mercado à vista já estava fechado.
A onda compradora arrefeceu ainda pela manhã com ajustes e movimentos de realização de lucros. Economistas ouvidos pela Broadcast ponderam que o impacto sobre exportações e o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é significativo, mas não desastroso. Há também a expectativa de que o nível final das tarifas fique bem abaixo de 50%, o que reduziria bastante os prejuízos à economia doméstica.
Trump costuma adotar postura inicial mais agressiva para obter vantagens em negociações, embora desta vez a imposição das tarifas seja amparada em parte por motivos políticos. O presidente americano citou em sua carta o cerceamento à liberdade de expressão de cidadãos americanos e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que classificou como “caça as bruxas”.
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Operadores também apontaram como um dos motivos para o arrefecimento do dólar a informação, da CNN Brasil, de que Bolsonaro avalia entrar em negociação direta com a Casa Branca para tentar reverter parte do tarifaço. A leitura é que a iniciativa de Trump, ao atacar a soberania brasileira, tende a favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, por tabela, diminuir as chances da oposição na corrida presidencial.
O superintendente da Mesa de Mercados do Banco BS2, Ricardo Chiumento, observa que a reação exacerbada do dólar futuro ontem à divulgação da carta de Trump se deu em parte pela liquidez mais modesta do que o usual. Já tradicionalmente com menos negócios a partir das 17h, o mercado estava mais seco em razão do feriado no Estado de São Paulo. Hoje, o dólar futuro para agosto operou em queda firme, com ajustes técnicos.
“Depois de uma abertura muito forte hoje, o dólar à vista arrefeceu bem a alta com o mercado digerindo o real impacto das tarifas de Trump sobre a economia brasileira. Por enquanto, a avaliação é que pode atingir mais algumas empresas específicas que são grandes exportadoras aos EUA”, afirma Chiumento, acrescentando que a expectativa é que as tarifas efetivas sejam menores que 50% após negociações.
À tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo estuda um “rol enorme” de medidas, entre tarifárias e não tarifárias, caso o tarifaço de Trump não seja revertido. “Isso não significa que vão ser acionadas, porque o nosso desejo é que até lá isso tenha sido superado”, disse Haddad. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que aplicaria a lei de reciprocidade, cobrando 50% em tarifas dos EUA caso Trump não recue.
O Bradesco estima que a imposição de tarifas de 50% pelos EUA diminuiria em 0,3 ponto porcentual o crescimento do PIB neste ano, com uma redução de US$ 15 bilhões das exportações brasileiras, o equivalente a 0,6% do PIB. “Para manter a conta corrente estável, o câmbio poderia ter uma depreciação da ordem de 6%”, afirma o banco.
Chiumento, do BS2, ressalta que o nível da taxa de juros local tende a mitigar forças de depreciação do real, uma vez que torna muito custoso o carregamento de posições compradas na moeda americana e mantém a atratividade do carry trade. Por ora, a perspectiva é de aumento do diferencial de juros interno e externo, com chances maiores de cortes de juros pelo Federal Reserve e expectativa de manutenção da taxa Selic em 15% até o fim do ano.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,26% em maio para 0,24% em junho, mas superou a mediana dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (0,20%). Do lado positivo, houve redução do índice de difusão (de 60% para 54%) e uma leitura qualitativa mais benigna, com menor pressão nos núcleos.
Lá fora, o diretor do Fed Christopher Waller reiterou hoje à tarde que defende um corte de juros pelo banco central americano neste mês, dado que a política monetária já está muito restritiva. Já a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, vê probabilidade de dois cortes neste ano, com o primeiro em setembro.
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