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Música vira ativo financeiro: brasileiros criam plataforma que permite investir em direitos autorais

Publicado 13/12/2025 • 07:00 | Atualizado há 10 horas

KEY POINTS

  • Plataforma brasileira permite investir em direitos autorais de músicas a partir de R$ 50, com retorno baseado em royalties de execuções em rádio, streaming, shows e publicidade.
  • Fundadores da Mzic afirmam que obras disponíveis já renderam até 44% ao ano e destacam que o ativo é “descolado” de fatores macroeconômicos como dólar, Copom ou decisões políticas.
  • Modelo é regulamentado pela CVM, usa tecnologia própria para precificação e transforma catálogos musicais em produtos de investimento acessíveis para qualquer pessoa física via aplicativo.

A música deixou há muito tempo de ser apenas entretenimento. Com o crescimento da economia criativa e a digitalização do consumo cultural, direitos autorais se transformaram em um ativo financeiro capaz de atrair tanto investidores profissionais quanto o público geral. É o que afirmam os cofundadores da Mzic, Sérgio de Moraes Filho e Felipe Moraes, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

A startup brasileira permite que qualquer pessoa invista em obras musicais, incluindo composições e fonogramas, e receba uma parcela dos royalties gerados por execuções em rádio, plataformas de streaming, publicidade, cinema, séries, games e eventos ao vivo. O processo é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Sérgio explica que a inspiração veio da percepção de que o mercado é lucrativo, mas historicamente restrito. “Eu invisto em shows há muitos anos, vi que o negócio é muito bom, só que ele não é muito democrático até a data.”

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A partir daí, a Mzic estruturou um modelo que securitiza catálogos musicais e os divide em pequenas cotas, acessíveis a partir de R$ 50 por meio do aplicativo da empresa. O investidor realiza um cadastro, faz o processo de verificação e pode adquirir “shares” de obras específicas.

Os retornos vêm do pagamento de royalties, que são “dividendos da música”, conforme explicou Sérgio.

O modelo se baseia na lógica de participação direta na rentabilidade da obra. Cada execução, seja em rádio, YouTube, Spotify, TV aberta, shows ou qualquer ambiente licenciado, gera receita, que é distribuída proporcionalmente entre os detentores de direitos.

Felipe destaca que, embora pouco difundido entre investidores brasileiros, o setor é robusto em mercados desenvolvidos. “Nos Estados Unidos, family offices investem em música como uma forma de diversificação”, explica.

Ele também lembrou do caso icônico da compra do catálogo dos Beatles por Michael Jackson, em 1995, por US$ 47,5 milhões. O ativo hoje é avaliado em mais de US$ 1,2 bilhão.

Entre as obras disponíveis na plataforma estão composições gravadas por artistas populares, como Simone Mendes e Luan Santana.

Segundo Felipe, a precificação das músicas utiliza um algoritmo proprietário, o CORDIUM, que analisa mais de 70 variáveis, incluindo crescimento de artistas, desempenho em plataformas e histórico de execução pública.

A atratividade também está na baixa correlação com o mercado financeiro tradicional. “É um investimento descolado da indústria. Não depende do dólar, não depende do Trump, do Lula. Se alguém escuta a tua música, você ganha. Se eu escuto a minha música, eu ganho.”

Os fundadores acreditam que a música pode democratizar o acesso ao mercado financeiro, especialmente para jovens e pessoas que nunca investiram.

“Música é algo que você investe: se você escuta, você ganha. Se alguém escuta a tua música, você ganha.”

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O perfil dos investidores é variado, mas a plataforma tem atraído muitos iniciantes. Parte disso se deve à familiaridade com o universo musical, tornando o investimento mais intuitivo.

A Mzic funciona como uma “esteira de financiamento” para compositores, editoras, gravadoras ou artistas que desejam antecipar receitas. Catálogos passam por avaliação e são estruturados como produtos de investimento regulados pela CVM.

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