Alemanha critica tarifas de 25% sobre automóveis impostas por Trump
Publicado 27/03/2025 • 09:20 | Atualizado há 3 dias
Como o TikTok Shop está superando a Amazon e Temu no espaço de compras via redes sociais
Número de mortos no terremoto de Mianmar passa de mil; mais corpos são retirados dos escombros
Imagens virais de IA no estilo Studio Ghibli reacendem debate sobre direitos autorais
EUA alertam para que empresas europeias cumpram ordem contra programas de DEI
Os 10 prós e contras de morar sozinho pela primeira vez, segundo psicóloga
Publicado 27/03/2025 • 09:20 | Atualizado há 3 dias
KEY POINTS
Pexels
O ministro da Economia da Alemanha e a indústria automotiva criticaram duramente os planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas generalizadas de 25% sobre a importação de automóveis nos EUA, afirmando que a medida envia um “sinal fatal” para o comércio livre e baseado em regras.
Na quarta-feira (26), Trump anunciou que implementaria tarifas sobre todos os veículos e peças automotivas fabricados no exterior e importados para os EUA, como parte de um conjunto de medidas que entrarão em vigor a partir de 2 de abril.
Essas tarifas, que coincidem com uma ampliação ainda maior das tarifas comerciais na próxima semana, representam uma escalada significativa na já tensa guerra comercial global.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pediu que a União Europeia responda de forma “decisiva” ao anúncio de Trump, argumentando que as tarifas “prejudicam tanto os EUA quanto a UE, além do comércio global como um todo”.
“O anúncio de tarifas elevadas sobre automóveis e peças automotivas é uma má notícia para os fabricantes alemães, para a economia da Alemanha, para a UE e também para os EUA”, afirmou Habeck na quinta-feira, em um comunicado traduzido pelo Google.
“Agora, é essencial que a UE responda com firmeza a essas tarifas — deve ficar claro que não recuaremos diante dos EUA. São necessárias força e autoconfiança”, acrescentou.
As ações de montadoras europeias operavam em forte queda na manhã de quinta-feira, acompanhando as perdas do setor automotivo na Ásia durante a noite.
A fabricante francesa de autopeças Valeo registrava queda de 5% por volta das 10h30 no horário de Londres (6h30 no horário de Nova York), enquanto Stellantis, listada em Milão, e a Porsche, da Alemanha, caíam cerca de 4%.
“As tarifas adicionais de 25% anunciadas pelos EUA sobre todos os automóveis de passageiros e veículos comerciais leves não fabricados no país enviam um sinal fatal para o comércio livre e baseado em regras”, afirmou Hildegard Müller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automotiva (VDA), em um comunicado divulgado na quarta-feira.
“As tarifas, programadas para entrar em vigor em 2 de abril, imporão um peso significativo às empresas e às cadeias de suprimentos globais altamente interligadas da indústria automotiva, com consequências negativas, especialmente para os consumidores — inclusive na América do Norte”, disse Müller.
A presidente da VDA destacou a importância econômica do comércio livre e justo para ambos os lados da parceria transatlântica e pediu negociações imediatas entre os EUA e a UE para um acordo bilateral.
“O risco de um conflito comercial global — com impactos negativos sobre a economia mundial, o crescimento, a prosperidade, o emprego e os preços ao consumidor — é alto para todos os lados”, alertou Müller.
Analistas já haviam alertado que o setor automotivo da Alemanha é altamente exposto às tarifas dos EUA, observando que o país foi, de longe, o maior exportador europeu de automóveis de passageiros para os EUA em 2023.
As montadoras alemãs Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW emitiram recentemente alertas sobre lucros, citando a fraqueza econômica e a demanda lenta na China, o maior mercado de automóveis do mundo.
Miguel Berger, embaixador da Alemanha no Reino Unido, afirmou que as tarifas sobre importações automotivas nos EUA são “injustificáveis” e uma tentativa de reorganizar o comércio internacional “exclusivamente em benefício dos investimentos nos EUA”.
“As tarifas causarão enormes danos à indústria e aos consumidores. Precisamos nos engajar em negociações e estar prontos para uma resposta forte e unida”, disse Berger na quinta-feira na plataforma X (antigo Twitter).
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) afirmou estar “profundamente preocupada” com as tarifas automotivas propostas por Trump. A ACEA, um grupo de lobby da indústria automobilística, representa montadoras como BMW, Ferrari, Renault, Volkswagen e Volvo.
“A UE e os EUA devem iniciar um diálogo para encontrar uma solução imediata e evitar tarifas e as consequências prejudiciais de uma guerra comercial”, disse Sigrid de Vries, diretora-geral da ACEA, em um comunicado.
Um porta-voz da BMW afirmou que a empresa continua comprometida com a redução de tarifas e barreiras comerciais entre a UE e os EUA, alertando que um conflito comercial entre essas regiões econômicas “não traria benefícios”.
A BMW destacou que sua fábrica em Spartanburg, na Carolina do Sul, é sua maior unidade de produção no mundo e desempenha um papel essencial na rede de fabricação da empresa há mais de 30 anos.
Em 2024, a empresa afirmou que a fábrica exportou cerca de 225.000 veículos BMW, com um valor de exportação superior a US$ 10 bilhões, “o que a torna, mais uma vez, a maior exportadora de automóveis em valor nos EUA”.
A montadora sueca Volvo Cars declarou na quinta-feira que está “analisando os efeitos das mudanças nas tarifas” anunciadas pelo governo Trump.
“A Volvo Cars acompanha os desenvolvimentos em diferentes mercados, incluindo os EUA. Seguimos as regulamentações governamentais e pagamos todas as taxas exigidas sobre veículos e peças importadas, conforme determinado por lei”, afirmou um porta-voz da Volvo Cars à CNBC por e-mail.
“Ainda é cedo para comentar mais sobre o assunto”, acrescentou.
A montadora francesa Renault, que não atua no mercado dos EUA, afirmou que segue atenta às mudanças tarifárias.
A marca de carros esportivos premium Alpine, pertencente à Renault, já anunciou que busca expandir sua presença global, considerando os EUA como um dos mercados em potencial.
“A Alpine está acompanhando de perto a situação local para avaliar as possibilidades e condições de entrada nesse mercado”, afirmou um porta-voz da Renault.
—
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
Cruz Vermelha busca mais de US$ 100 milhões para vítimas de terremoto em Mianmar
Méqui no Lolla 2025: VP de Operações da Arcos Dorados do Brasil, Ricardo Guedes, revela bastidores com exclusividade
Essas empresas nucleares estão liderando a corrida para construir pequenos reatores avançados nos EUA
Sadia aposta na Geração Z: marca revela estratégia para se conectar com novos consumidores
Como o TikTok Shop está superando a Amazon e Temu no espaço de compras via redes sociais