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Banco do Japão eleva taxas de juros ao nível mais alto em 30 anos

Publicado 19/12/2025 • 06:46 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • O rendimento dos títulos do governo japonês (JGB) de 10 anos ultrapassou a marca de 2% pela primeira vez desde 1999.
  • BOJ: As taxas de juros reais devem permanecer “significativamente negativas”.
  • BOJ: Embora tenha sido observada fraqueza na economia japonesa, os lucros corporativos provavelmente permanecerão elevados.

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O Banco do Japão (BOJ) elevou nesta sexta-feira (19) suas taxas de curto prazo ao nível mais alto em três décadas, provocando uma venda de títulos do governo, ao mesmo tempo em que sinalizou disposição para apertar ainda mais a política monetária à medida que avança na normalização.

O BOJ aumentou a taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 0,75%, seu nível mais alto desde 1995, em linha com a expectativa de economistas consultados pela Reuters.

O Banco Central japonês afirmou que as taxas de juros reais devem permanecer “significativamente negativas”, acrescentando que as condições financeiras acomodatícias continuarão a apoiar firmemente a atividade econômica.

Leia também: Inflação no Japão permanece acima da meta pelo 44º mês consecutivo e reforça possível aumento da taxa de juros

Após a decisão, o rendimento dos títulos do governo japonês (JGB) de 10 anos subiu cerca de 5 pontos-base, para 2,019%, enquanto o rendimento dos JGB de 20 anos avançou 3 pontos-base, para 2,975%, ambos atingindo o nível mais alto desde 1999.

O iene enfraqueceu 0,25%, cotado a 155,92 por dólar, e o índice de referência da bolsa de Tóquio, Nikkei 225, subiu 1,28%.

O Japão iniciou a normalização da política monetária no ano passado, abandonando o único regime de taxa de juros negativa do mundo, vigente desde 2016. Desde então, o BOJ manteve a postura de aumentar gradualmente as taxas, afirmando que seu objetivo era criar um “ciclo virtuoso” de aumento de salários e preços.

A inflação tem ficado acima da meta de 2% do BOJ por 44 meses consecutivos, com dados divulgados no início do dia mostrando crescimento de 2,9% nos preços ao consumidor em novembro. A alta inflação pressiona os salários reais, que vêm caindo por 10 meses consecutivos, segundo dados do Ministério do Trabalho.

O BOJ projetou que a inflação núcleo, que exclui os preços de alimentos frescos, deve desacelerar para abaixo de 2% de abril a setembro de 2026, devido ao aumento mais lento dos preços dos alimentos e aos efeitos de medidas governamentais voltadas a conter a alta de preços.

Taxas mais altas podem agravar a desaceleração da economia japonesa. Números revisados do PIB do terceiro trimestre mostraram que a economia encolheu mais do que o estimado inicialmente, com queda de 0,6% em relação ao trimestre anterior e 2,3% na comparação anualizada.

O BOJ afirmou em comunicado que, apesar da fraqueza econômica, os lucros corporativos devem permanecer elevados, e as empresas devem continuar a aumentar salários em 2026.

“É altamente provável que o mecanismo em que salários e preços sobem moderadamente seja mantido”, disse o banco, acrescentando que a probabilidade de a inflação subjacente alcançar a meta de 2% está aumentando.

O aumento da taxa ocorre em um momento em que os rendimentos dos JGBs atingem máximas de décadas, subindo ainda mais após a decisão, elevando o risco de custos de financiamento mais altos para o Japão e aumentando a pressão fiscal.

A segunda maior economia da Ásia já possui a maior relação dívida/PIB do mundo, próxima de 230%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional.

O aumento dos rendimentos, no entanto, pode apoiar a moeda japonesa. O iene tem sido negociado entre 154 e 157 por dólar desde novembro, tendo se desvalorizado mais de 2,5% desde que a primeira-ministra Sanae Takaichi, defensora de política monetária mais frouxa, assumiu o cargo em outubro. Após este aumento, o BOJ provavelmente elevará sua taxa de política em meados de 2026, chegando a uma taxa terminal de 1%, disse Shigeto Nagai, chefe de Economia do Japão na Oxford Economics, em comunicado à CNBC antes da decisão do BOJ.

A taxa terminal ou neutra é aquela que equilibra inflação e crescimento econômico, ela não superaaquece nem desacelera a economia.

Em coletiva após a decisão, o governador do BOJ, Kazuo Ueda, afirmou que “buscaremos produzir novas estimativas da taxa neutra do Japão, se necessário, embora eu não ache que isso nos ajudará a estreitar muito a faixa”, segundo a Reuters.

Ueda teria dito anteriormente este mês que é difícil estimar a taxa terminal, que o banco central situa entre 1% e 2,5%.

“Olhar adiante, o BOJ provavelmente continuará elevando as taxas gradualmente, sem indicar explicitamente onde vê a taxa terminal”, disse Hirofumi Suzuki, estrategista-chefe de câmbio do Sumitomo Mitsui Banking Corporation, em nota após a coletiva.

Suzuki acrescentou que não se espera um aperto rápido e que a pressão de baixa sobre o iene continuará.

Nagai, da Oxford, alertou que outro aumento de taxa pelo BOJ poderia gerar atrito com Takaichi, caso a inflação caia suavemente em direção a 2% no primeiro semestre de 2026.

Durante sua campanha pela liderança, Takaichi se opôs firmemente aos aumentos de taxa do BOJ, mas desde então suavizou sua postura.

Nagai afirmou que Takaichi aceitou este aumento devido ao iene fraco e que “a questão do custo de vida tornou-se uma prioridade urgente de política econômica”.

Em novembro, o gabinete japonês aprovou um pacote de estímulo de 21,3 trilhões de ienes (US$ 135,5 bilhões), enquanto Takaichi busca impulsionar a economia em desaceleração e oferecer apoio aos consumidores afetados pela inflação.

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