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BCE prepara último corte de juros do ano, mas descarta movimento agressivo

Publicado 11/12/2024 • 07:59

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O Banco Central Europeu (BCE) se encaminha para seu último corte de taxa de juros do ano na quinta-feira (12).
  • Apesar de a expectativa ser por uma redução de 0,25 p.p., economistas preveem que um ritmo mais rápido de flexibilização monetária está por vir.
  • A reunião será crucial para definir diretrizes para 2025.

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O Banco Central Europeu (BCE) se prepara para o último corte de juros do ano nesta quinta-feira (12), com expectativa de uma redução de 0,25 ponto percentual. Economistas, no entanto, projetam um ritmo mais acelerado de flexibilização monetária no futuro.

A reunião será crucial para definir diretrizes para 2025, especialmente porque a equipe do BCE divulgará suas projeções macroeconômicas trimestrais de crescimento e inflação. Essas previsões levarão em conta o impacto global altamente incerto do retorno de Donald Trump à Casa Branca e suas ameaças de tarifas comerciais abrangentes.

Até agora, o BCE reduziu sua taxa básica de 4% para 3,25% em 2024, com três cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual entre junho e outubro.

Após a última reunião de outono, parecia possível que o BCE optasse por um corte de 0,5 ponto percentual para encerrar o ano.

Fontes disseram à CNBC que a decisão seria baseada nos dados, mas que uma desaceleração significativa da inflação na zona do euro e um cenário econômico pior poderiam justificar um movimento maior em dezembro.

No entanto, o mercado monetário agora aponta para poucas chances de um corte agressivo. Na manhã desta quarta-feira (11), os preços indicavam uma redução de cerca de 29 pontos-base para dezembro, e economistas dizem que o aumento nos salários negociados em novembro exige cautela.

A inflação geral voltou a subir acima da meta em novembro, alcançando 2,3%, em comparação com 2% em outubro. Enquanto isso, a economia da zona do euro cresceu no terceiro trimestre no ritmo mais rápido em dois anos, embora a uma taxa modesta de 0,4%.

“Não há necessidade de pressa neste momento para o BCE”, disse Sylvain Broyer, economista-chefe para Europa, Oriente Médio e África da S&P Global Ratings, ao programa “Squawk Box Europe” da CNBC na segunda-feira (9).

“A inflação, pelo menos no curto prazo, está sob controle. Mas enquanto os custos trabalhistas subirem acima da produtividade, o BCE deve permanecer cauteloso ou adotar uma postura de espera para cortar as taxas.”

Essa abordagem provavelmente resultará em um corte de 0,25 ponto percentual em dezembro, seguido por reduções em ritmo acelerado para levar a política monetária a uma posição neutra — que nem restringe nem estimula o crescimento.

Esforço contínuo

Diversas previsões indicam que esse ritmo significará cortes de 0,25 ponto percentual em todas as seis reuniões do BCE até setembro de 2025, reduzindo a taxa básica — a facilidade de depósito — de 3% para 1,5%.

Essa perspectiva é compartilhada por pesquisadores do Danske Bank, na Dinamarca, que, em nota na terça-feira, afirmaram que os formuladores de políticas do BCE discutiriam um corte de 0,5 ponto percentual na reunião de dezembro, mas acabariam optando por um movimento menor.

Eles acrescentaram que esperam uma reação tranquila do mercado, mesmo se a presidente do BCE, Christine Lagarde, adotar uma postura mais flexível em suas mensagens.

Na terça-feira, o Bank of America Global Research atualizou sua previsão, prevendo cortes que levarão a taxa de depósito a 1,5% até setembro de 2025, em vez de 2% até junho, como estimado anteriormente.

“Com uma economia que crescerá abaixo ou em linha com a tendência durante a maior parte de 2025, será difícil para o BCE pular uma reunião antes que a taxa de depósito caia abaixo da taxa neutra estimada (2%), até onde a vemos (1,5%)”, afirmaram estrategistas do BofA.

O cenário geopolítico é um dos principais motivos para essas perspectivas mais brandas para 2025.

O BCE se prepara para um ano de “grande esforço” para sustentar o enfraquecimento do crescimento da zona do euro, enquanto a instabilidade política nas principais economias da Alemanha e da França eleva os rendimentos dos títulos nesses mercados-chave, afirmou Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia da ING Research, durante um evento na semana passada.

Sob Trump, os EUA devem atrair investimentos da Europa ao cortar impostos, desregulamentar setores e fomentar a transferência de recursos, segundo Brzeski, destacando que isso pode ser mais prejudicial à economia da zona do euro do que as tarifas. Mas previsões macroeconômicas, incluindo as de Brzeski, apontam alta incerteza sobre as políticas que Trump realmente implementará.

“Economias do sul da Europa continuarão se beneficiando do boom do turismo pós-pandemia, sem necessidade de competir com a manufatura chinesa. Mas a primeira metade do ano será de paralisia política na Alemanha e na França”, afirmou.

Brzeski mencionou que a zona do euro pode surpreender positivamente com o impacto tardio do recente aumento na renda real e nas economias, fornecendo suporte à economia ao longo de 2025.

Por outro lado, sua previsão mais pessimista prevê a adoção de medidas protecionistas pela Europa, em resposta às políticas de Trump, levando o comércio global a uma guerra comercial generalizada.

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