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China promete retaliação após nova ameaça de tarifas de Trump

Publicado 28/02/2025 • 09:23 | Atualizado há 2 meses

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O Ministério do Comércio da China declarou nesta sexta-feira (28) que "se opõe firmemente" à mais recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre produtos chineses e prometeu retaliação, se necessário.
  • O comunicado foi emitido após Trump anunciar, na quinta-feira (27), que os EUA estabeleceriam uma tarifa adicional de 10% sobre as importações chinesas a partir de 4 de março.
  • As novas tarifas se somariam ao aumento de 10% já implementado por Trump sobre a China em 4 de fevereiro.

REUTERS/Kevin Lamarque/File Photo

O Ministério do Comércio da China declarou nesta sexta-feira (28) que “se opõe firmemente” à mais recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre produtos chineses e prometeu retaliação, se necessário.

“Se os EUA insistirem em seu próprio caminho, a China tomará todas as contramedidas necessárias para defender seus direitos e interesses legítimos”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio em um comunicado traduzido pela CNBC.

“Instamos o lado norte-americano a não repetir seus erros e a retornar o mais rápido possível ao caminho correto de resolver adequadamente os conflitos por meio do diálogo em condições de igualdade.”

O comunicado foi emitido após Trump anunciar, na quinta-feira (27), que os EUA imporiam uma tarifa adicional de 10% sobre as importações chinesas a partir de 4 de março, data que coincide com o início das reuniões anuais do parlamento chinês.

As novas tarifas se somariam ao aumento de 10% já implementado por Trump sobre a China em 4 de fevereiro.

O presidente norte-americano justificou as duas rodadas de tarifas como uma resposta ao papel da China no comércio de fentanil. A droga, cujos precursores são majoritariamente produzidos na China e no México, tem causado dezenas de milhares de mortes por overdose todos os anos nos EUA.

“No curto prazo, a resposta da China provavelmente incluirá aumento de tarifas sobre importações específicas dos EUA, inclusão de mais empresas norte-americanas em sua lista de entidades não confiáveis e possivelmente um maior endurecimento dos controles de exportação de minerais críticos”, disse Neil Thomas, pesquisador de política chinesa na Asia Society, por e-mail.

Ele observou, no entanto, que espera que a retaliação de Pequim continue “moderada”, pois o presidente chinês, Xi Jinping, tem interesse em se reunir com seu homólogo norte-americano e iniciar negociações para evitar medidas que pressionem ainda mais o crescimento econômico já fraco do país.

As exportações da China têm sido um raro ponto positivo em uma economia desacelerada. Os EUA são o maior parceiro comercial da China entre países individuais.

Embora Pequim possa manter uma postura “contida”, as próximas medidas provavelmente visarão setores que mais importam para os apoiadores de Trump, disse Alfredo Montufar-Helu, chefe do Centro da China no The Conference Board.

Ele afirmou que a China prefere deixar espaço para negociações futuras, na esperança de evitar tarifas de importação ainda mais altas e outras medidas “corretivas” por parte de Washington.

Após a primeira rodada de tarifas neste mês, as medidas retaliatórias da China incluíram o aumento de taxas sobre determinadas importações energéticas dos EUA e a inclusão de duas empresas norte-americanas em uma lista de entidades não confiáveis, o que pode restringir suas operações no país asiático.

A China também aumentou o controle sobre exportações de minerais críticos necessários aos EUA.

“A arma mais afiada que a China tem à disposição seria restringir o acesso dos EUA a minerais críticos que não podem ser facilmente obtidos em outros lugares”, disse Stephen Olson, pesquisador sênior visitante do Instituto de Estudos do Sudeste Asiático e ex-negociador comercial dos EUA.

Tom mais duro

Apesar da falta de detalhes, o comunicado do Ministério do Comércio desta sexta-feira adotou um tom mais firme em relação à resposta inicial às tarifas de 10% anunciadas no início do mês.

O ministério defendeu os esforços da China no controle de drogas e classificou a mais recente ameaça tarifária, baseada no fluxo ilegal de fentanil, como uma “mera transferência de culpa”, sem contribuir para a solução dos problemas de droga nos EUA. Também criticou os novos tributos por “aumentarem os custos para empresas e consumidores norte-americanos e por desestabilizarem a cadeia global de abastecimento”.

O último comunicado “envia uma mensagem clara de que o governo chinês está pronto para responder em defesa dos interesses nacionais e não vai ‘se curvar’”, afirmou Montufar-Helu.

Em contrapartida, o comunicado do ministério datado de 2 de fevereiro havia pedido que Washington lidasse com as questões relacionadas ao fentanil de maneira “objetiva e racional”, alertando que as tarifas poderiam prejudicar as relações econômicas e comerciais normais entre China e EUA.

O Ministério das Relações Exteriores da China também endureceu seu tom na sexta-feira. “O ato dos EUA de pressionar, coagir e ameaçar a China com tarifas apenas sairá pela culatra”, disse o porta-voz Lin Jian em comentários divulgados pela mídia estatal chinesa e traduzidos pela CNBC.

O anúncio de Trump sobre as tarifas extras fará com que “a China passe a considerar que um acordo pode não ser possível ou alcançável no curto prazo”, disse Deborah Elms, chefe de política comercial na Hinrich Foundation, à CNBC.

“Isso deixa Pequim com duas opções: continuar com respostas medidas na esperança de evitar uma escalada maior e possivelmente reverter medidas existentes ou adotar uma postura mais agressiva, já que as medidas anteriores não foram suficientes e a ameaça de futuras retaliações não foi levada a sério o bastante”, acrescentou.

Mais tarifas prováveis

No início de seu segundo mandato, Trump ordenou que seu governo investigasse o cumprimento, por parte de Pequim, de um acordo comercial fechado durante sua primeira presidência, em 2020. O resultado final da avaliação será entregue a Trump até 1º de abril.

Isso pode abrir caminho para novas ações de tarifas “recíprocas”, elevando tributos sobre vários países, incluindo a China, para igualar as tarifas que esses aplicam sobre importações dos EUA.

Em uma postagem nas redes sociais na quinta-feira, o presidente norte-americano confirmou que “a data de 2 de abril para as tarifas recíprocas será mantida integralmente”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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