Como as ameaças de tarifas de Trump estão impactando a China
Publicado sáb, 01 fev 2025 • 12:30 PM GMT-0300 | Atualizado há 12 dias
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Publicado sáb, 01 fev 2025 • 12:30 PM GMT-0300 | Atualizado há 12 dias
KEY POINTS
Bandeiras dos EUA e da China.
Reprodução Pexels.
Enquanto Trump impõe sua primeira leva de tarifas ao mundo neste sábado, os fabricantes chineses já estão se preparando.
Embora o presidente dos EUA esteja focando inicialmente no Canadá e no México, com uma tarifa de 25%, a China também continua no seu radar. Depois de um relatório sugerir que o governo poderia adiar algumas das tarifas até 1º de março, a Casa Branca confirmou na sexta-feira que Trump seguirá adiante com tarifas de 10% sobre importações chinesas. Durante sua campanha, ele chegou a ameaçar tarifas de 60% ou mais sobre produtos chineses.
Trump argumenta que as tarifas fortalecem a indústria e os empregos nos EUA. No entanto, se forem implementadas, elas podem aumentar os preços de móveis, eletrônicos e outros produtos para os consumidores americanos.
Na China, as novas tarifas podem prejudicar exportadores que dependem do mercado dos EUA. Durante uma viagem à província de Guangdong, um dos principais polos industriais chineses, a CNBC encontrou donos de fábricas já se preparando para enfrentar as tarifas. Aqui estão os três principais pontos observados:
Na tentativa de evitar as tarifas de Trump, o vendedor de móveis Harry Li está dobrando o número de produtos enviados para os EUA e armazenando-os em depósitos americanos.
Ele acredita que essa estratégia o forçará a aumentar os preços em até 10%, independentemente das tarifas que Trump aplicar.
Li vende quatro de cada cinco mesas e outros móveis grandes para consumidores americanos.
“Tenho que enviá-los com antecedência e assumir mais riscos”, disse ele em sua fábrica em Foshan.
Sua empresa, Tianyiled, pretende manter o estoque extra nos EUA até que a política de tarifas de Trump sobre a China fique mais clara.
Além de estocar produtos antecipadamente, Li está considerando outras formas de evitar as tarifas.
“Uma coisa que podemos fazer é selecionar produtos que não estejam na lista de tarifas e exportá-los para os EUA em vez de outros itens”, explicou.
Na cidade industrial vizinha de Guangzhou, o fabricante de purificadores de água Zheng Yu está procurando um novo local de produção fora da China para continuar vendendo para os EUA.
Ele pretende instalar linhas de montagem em um terceiro país, comprando alguns equipamentos e componentes da China, mas contratando mão de obra local.
A empresa de Zheng, Tesran, está considerando Vietnã, Malásia e México como novos centros de fabricação, mas está inclinada a escolher Dubai, mesmo com um custo 30% maior do que na China.
“O mercado doméstico está muito competitivo. Há tempos queríamos sair, e as tarifas de Trump nos deram o empurrão final”, afirmou.
O fundador da Tesran também já está em contato com seus clientes americanos para discutir o compartilhamento dos custos das tarifas. Ele espera que seus parceiros arquem com pelo menos metade do valor.
Todas as empresas entrevistadas pela CNBC mencionaram um ponto de ruptura, ou seja, uma tarifa máxima que tornaria inviável vender para os EUA. Esse limite varia entre 20% e 60%, dependendo do setor e da margem de lucro de cada empresa.
Zheng, fabricante de purificadores de água, alertou que outro fator de risco é a possibilidade de Trump impor tarifas universais, o que aumentaria os custos de produção em Dubai.
“Se isso acontecer, saímos do mercado dos EUA”, afirmou.
Em Guangzhou, Leng Rong, fabricante de produtos para cuidados com a pele, teme que tenha que interromper completamente as exportações para os EUA.
Durante o primeiro mandato de Trump, suas mercadorias foram taxadas em mais de 20%, causando grandes prejuízos para sua empresa, a Keni.
Com margens de lucro reduzidas, Leng espera conseguir repassar parte dos custos das tarifas para seus clientes.
“No passado, todos achavam que o mercado dos EUA era o melhor mercado para se vender. Mas, com todas essas incertezas e decisões desfavoráveis, os EUA se tornaram menos atraentes”, afirmou Leng em sua fábrica em Guangzhou. “É realmente uma pena.”
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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