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CNBC Da moda ao álcool: veja quais setores estão sendo impactados pela guerra comercial entre EUA e UE

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Da moda ao álcool: veja quais setores estão sendo impactados pela guerra comercial entre EUA e UE

Publicado 14/03/2025 • 08:17 | Atualizado há 4 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Os consumidores europeus enfrentam preços mais altos em produtos que vão de carros a jeans, enquanto grandes indústrias, como a siderúrgica, o varejo e a agricultura, lidam com a perda de competitividade e aumento dos custos operacionais.
  • Na última quarta-feira (12), a Comissão Europeia anunciou que retaliaria as novas tarifas gerais de 25% sobre as importações de alumínio e aço para os Estados Unidos, impostas por Trump após meses de ameaças.
  • As medidas de retaliação da UE devem atingir 26 bilhões de euros (US$ 28,3 bilhões) em mercadorias, enquanto as novas tarifas dos EUA serão aplicadas a US$ 28 bilhões em produtos europeus.
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Os consumidores europeus enfrentam preços mais altos em produtos que vão de carros a jeans, enquanto grandes indústrias, como a siderúrgica, o varejo e a agricultura, lidam com a perda de competitividade e aumento dos custos operacionais em meio às tensões comerciais entre a Casa Branca e Bruxelas.

Na última quarta-feira (12), a Comissão Europeia anunciou que retaliaria as novas tarifas gerais de 25% sobre as importações de alumínio e aço para os Estados Unidos, impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump após meses de ameaças.

As medidas de retaliação da UE devem atingir 26 bilhões de euros (US$ 28,3 bilhões) em mercadorias, enquanto as novas tarifas dos EUA serão aplicadas a US$ 28 bilhões em produtos europeus.

Autoridades da UE elaboraram um documento de 99 páginas, obtido pela CNBC, listando itens norte-americanos específicos que estão sob consideração para tarifas em Bruxelas.

A lista inclui uma ampla variedade de bens, desde produtos agrícolas, itens domésticos e plásticos até bebidas alcoólicas e roupas, além de aço, alumínio e seus derivados comerciais.

Na quarta-feira, Trump sugeriu que mais contramedidas dos EUA poderiam vir a seguir, afirmando que responderia à ação da UE e que “o que quer que eles cobrem de nós, nós cobraremos deles”.

A situação se agravou na quinta-feira (13), quando Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre vinhos, champanhe e outras bebidas alcoólicas da França. O presidente já havia sugerido anteriormente a possibilidade de implementar uma tarifa geral de 25% sobre importações da UE, acusando o bloco de práticas comerciais desleais.

Em nota, os analistas do Citi afirmaram que não deve haver um grande impacto macroeconômico imediato das tarifas anunciadas pela UE, já que os bens afetados representam apenas cerca de 5,5% das importações não energéticas da região vindas dos EUA. No entanto, pode haver um impacto indireto devido ao aumento da incerteza para empresas e consumidores.

Impacto rápido nos preços

Os setores europeus mais afetados pela guerra comercial incluem o automobilístico — já abalado pelas novas tarifas entre os EUA, Canadá e México —, além de metais, construção, destilados, bens de luxo, bens de consumo, varejo, produção de alimentos, agricultura e farmacêutico.

As tarifas da UE aumentarão os custos para “uma série de fabricantes, especialmente montadoras e produtores de alimentos”, disse Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados da Hargreaves Lansdown, destacando itens do dia a dia, como latas de refrigerante e enlatados.

“Os fabricantes podem absorver parte dos custos, mas as grandes montadoras devem enfrentar o duplo impacto de custos mais altos e consumidores extremamente cautelosos, relutantes em gastar com itens de alto valor em meio à incerteza”, acrescentou.

Segundo Stuart Katz, diretor de investimentos da gestora de patrimônio Robertson Stephens, o impacto para os consumidores será rápido, já que as empresas repassarão os custos mais altos para manter suas margens. Ele estima que os aumentos de preços ficarão evidentes até 1º de abril, quando as medidas da UE entrarem em vigor.

“As tarifas da UE sobre grãos norte-americanos, como milho e soja, podem prejudicar o fornecimento de ração animal, impactando negativamente a competitividade do setor pecuário europeu, que tem poucas opções para desenvolver rapidamente cadeias de abastecimento alternativas”, disse Katz à CNBC.

Prejuízo para empresas

As novas tarifas impostas pelos EUA sobre importações de aço e alumínio da UE estão causando perdas para produtores europeus e interrompendo cadeias de suprimentos, afirmou Katz.

Ele acrescentou que as tarifas norte-americanas sobre produtos como conhaque francês e cosméticos podem prejudicar exportações e empregos. Futuramente, Trump também poderia impor tarifas sobre as exportações farmacêuticas da UE, o que afetaria países como Irlanda e Dinamarca, que dependem do comércio com os EUA.

Em comunicado na quarta-feira, a entidade do setor de destilados spiritsEUROPE criticou a retaliação da UE às tarifas de Trump.

A organização, que representa 30 associações nacionais e grandes empresas como a Diageo (fabricante do Johnnie Walker) e a Brown-Forman (produtora do Jack Daniel’s), afirmou que a notícia chega em um “momento difícil para o setor de destilados”, que já enfrenta uma “acentuada desaceleração em diversos mercados-chave”.

Ela alertou que, se implementadas em 1º de abril, as tarifas da UE sobre destilados norte-americanos terão um “impacto extremamente prejudicial sobre as empresas europeias que produzem bebidas dos EUA e sobre as companhias norte-americanas com forte presença na Europa, colocando em risco muitos empregos”.

Incerteza persiste

Em meio a disputas políticas intensas, ainda existe a possibilidade de que as tarifas sejam revogadas, reduzidas ou ampliadas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou na quarta-feira que o bloco “lamenta profundamente” a abordagem da administração Trump em relação ao comércio, mas garantiu que a UE continua “disposta a manter um diálogo significativo” com os EUA.

Michael Field, estrategista-chefe de ações da Morningstar, disse à CNBC que “as empresas dos setores de consumo e industrial nos EUA serão as mais afetadas, pois os aumentos substanciais nos preços de vários produtos na Europa farão com que os consumidores optem por alternativas locais ou de outras regiões”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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