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Elon Musk defende partido de extrema direita da Alemanha em artigo

Publicado 28/12/2024 • 17:42

AFP

KEY POINTS

  • Elon Musk defendeu o partido de extrema direita alemão AfD em um artigo no jornal Welt am Sonntag, classificando-o como “o último raio de esperança” contra o que chama de “colapso cultural e econômico” da Alemanha.
  • A publicação gerou controvérsia, incluindo a demissão da editora de opinião do jornal e protestos de organizações como a Associação de Jornalistas Alemães, que condenou o artigo como "propaganda eleitoral".
  • O diretor de campanha do Partido Verde e outros críticos alertaram sobre a interferência de figuras como Musk na democracia alemã, enquanto o próprio editor-chefe do jornal discordou publicamente das declarações do empresário.

O empresário Elon Musk defendeu o partido de extrema direita alemão AfD (Alternativa para a Alemanha) em um jornal do país neste sábado (28). Uma editora da publicação pediu demissão em reação ao artigo.

Musk, o homem mais rico do mundo, já havia feito comentários favoráveis ao AfD na rede social X: ele disse que só o partido de extrema direita poderia salvar a Alemanha.

Agora, ele afirma que a AfD tem propostas contra a imigração que representam “o último raio de esperança para o país”, que estaria “à beira do colapso cultural e econômico”.

Diversos ramos da AfD são considerados extremistas pelo governo do país.

Ainda assim, Musk afirma que o partido não é de extrema direita, porque a líder do partido, Alice Weidel, é casada com uma mulher do Sri Lanka.

Musk terá um cargo no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Ele tem sido acusado de interferência na democracia alemã: o país se prepara para ir às urnas em 23 de fevereiro, e o partido de extrema-direita AfD tem cerca de 19% das intenções de voto.

O Welt am Sonntag, o jornal no qual Musk publicou seu artigo, é considerado uma publicação conservadora, mas mesmo assim a defesa da AfD implicou o pedido de demissão da editora de opinião.

“Hoje, um artigo de Elon Musk foi publicado no Welt am Sonntag. Ontem, entreguei minha carta de demissão depois que ele foi enviado para impressão”, escreveu Eva Marie Kogel na plataforma de mídia social X, que pertence a Musk.

O diretor de campanha do Partido Verde, Andreas Audretsch, afirmou que não se pode permitir que “os Elon Musks deste mundo, o Estado chinês ou as fábricas de trolls russos minem nossas democracias na Europa.”

A Associação de Jornalistas Alemães (DJV) protestou contra a “propaganda eleitoral” permitida pela equipe editorial do jornal.

“A mídia alemã não deve se deixar manipular para agir como porta-voz de autocratas e seus aliados”, afirmou Mika Beuster, líder da DJV.

Até mesmo o novo editor-chefe do Welt, Jan Philipp Burgard, sentiu-se obrigado a discordar de Musk no próprio artigo de opinião, escrevendo: “Até mesmo um gênio pode estar errado”.

Burgard afirmou que a AfD “representa um perigo para os valores e a economia” da Alemanha.

O Die Welt pertence ao Axel Springer, o grupo de imprensa mais influente da Alemanha.

Entre suas publicações está o tabloide Bild, o jornal mais lido do país.

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