A economia dos EUA continua em uma “posição forte”, apesar da “incerteza elevada”, segundo a última avaliação do Federal Reserve.
No entanto, há um risco econômico iminente que os EUA não enfrentam de forma significativa há décadas: a estagflação.
“Os riscos de maior desemprego e maior inflação parecem ter aumentado”, disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em 7 de maio.
Esses dois fatores — juntamente com o crescimento econômico mais lento — são a definição de estagflação.
A estagflação ainda não chegou. A taxa de desemprego está baixa e a inflação recuou, embora ainda esteja acima da meta de 2% do Fed, observou Powell na semana passada. Sinais de que a economia está em uma “posição sólida” levaram o banco central a manter a taxa básica de juros de curto prazo inalterada.
O que está alimentando os medos da estagflação
Mudanças rápidas nas políticas tarifárias são a principal ameaça que leva especialistas a emitir alertas de estagflação. A incerteza relacionada às tarifas também é um forte fator que contribui para os riscos de estagflação, de acordo com Greg McBride, analista financeiro-chefe do Bankrate.
“A incerteza, por si só, é um obstáculo ao crescimento econômico”, disse McBride.
As empresas podem reagir não contratando, não expandindo a produção, não fazendo investimentos e esperando que a previsão mude, disse ele.
“Mesmo que muitas [das tarifas] nunca cheguem a se concretizar, esse período de incerteza em si é um obstáculo para a economia”, disse McBride.
A estagflação foi um problema grave para a economia dos EUA pela última vez na década de 1970, quando o país lutava contra as consequências econômicas da Guerra do Vietnã, a perda de empregos na indústria e os picos nos preços do petróleo.
Embora diferentes fatores estejam presentes hoje, a estagflação é um “risco mais pronunciado do que em qualquer outro momento nos últimos 40 anos”, disse recentemente Greg Daco, economista-chefe da EY Parthenon e vice-presidente da National Association for Business Economics, ao CNBC.com.
Enquanto isso, a confiança do consumidor caiu para o menor nível em cinco anos, com as tarifas impactando as perspectivas dos indivíduos e a confiança no emprego, segundo a pesquisa de abril do Conference Board. No entanto, as vendas totais no varejo aumentaram em abril, tanto em relação ao mês anterior quanto em relação ao ano anterior, com os consumidores antecipando que as tarifas levariam a preços mais altos, segundo o CNBC/NRF Retail Monitor.
Como os consumidores podem se preparar para a estagflação
Os efeitos da estagflação seriam sentidos em toda a economia dos EUA. No entanto, existem várias maneiras pelas quais os indivíduos podem minimizar sua exposição pessoal diante desses riscos, afirmam especialistas.
1. Pague dívidas com juros altos
Eliminar dívidas de cartão de crédito ou outras dívidas com juros altos, como empréstimos com garantia imobiliária, pode ajudar a criar mais espaço no seu orçamento, principalmente porque as taxas de juros permanecem as mesmas por enquanto.
“Se a estagflação acontecer, você vai precisar desse espaço de manobra, porque a inflação será alta e os preços de todas as suas despesas aumentarão”, disse McBride.
2. Aumente a poupança para emergências
A maioria dos entrevistados — 65% — da Pesquisa do Fed da CNBC de maio disse esperar que o Fed reduza as taxas de juros se os riscos de estagflação se concretizarem.
Com as taxas de juros se mantendo estáveis, os poupadores ainda têm uma oportunidade única de acessar retornos maiores.
As contas de poupança online com os melhores rendimentos ainda oferecem taxas de juros acima da inflação, de acordo com McBride. Isso pode não ser sempre o caso se as taxas de juros caírem e a inflação aumentar.
Ter dinheiro reservado pode ajudar a evitar o acúmulo de dívidas de alto custo ou a necessidade de saques prematuros de contas de aposentadoria em face de interrupções de renda, aumento de despesas ou outros custos inesperados, disse McBride.
3. Pense duas vezes antes de estocar produtos
Tarifas pendentes podem significar aumento nos preços de uma variedade de produtos, de artigos de couro a vestuário e carros. Isso pode levar os consumidores a quererem comprar rapidamente os produtos de que preveem precisar, a fim de economizar dinheiro.
Mas atenção, comprador: a chamada “compra de pânico” pode significar que você gasta mais dinheiro do que gastaria comprando mais do que precisa.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
