Inflação na China deve chegar a 2%, o menor nível em duas décadas
Publicado 27/02/2025 • 15:23 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 27/02/2025 • 15:23 | Atualizado há 1 mês
KEY POINTS
Bandeira da China
Pixabay
A China deve reconhecer uma queda significativa na demanda interna na próxima semana, ao mesmo tempo em que revela detalhes muito aguardados sobre estímulos fiscais para sustentar o crescimento diante do aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
O encontro parlamentar anual do país, conhecido como “Duas Sessões”, começa na próxima terça-feira (4) com a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês — principal órgão consultivo —, seguida pela reunião do Congresso Nacional do Povo, a legislatura chinesa.
Nos últimos anos, o evento tem durado cerca de uma semana e costuma ser seguido por uma coletiva de imprensa com o ministro das Relações Exteriores e os chefes dos departamentos econômicos.
Na reunião de abertura do Congresso Nacional do Povo, na quarta-feira, Pequim deve reduzir sua meta anual de inflação ao consumidor para cerca de 2% — o menor nível em mais de duas décadas —, abaixo dos 3% ou mais dos anos anteriores, segundo o Asia Society Policy Institute.
Isso representa um reconhecimento implícito da modesta demanda interna.
A nova meta de inflação funcionaria mais como um teto do que como um objetivo a ser alcançado. A China tem enfrentado pressões deflacionárias, com o PIB nominal crescendo a um ritmo inferior ao PIB real pelo sétimo trimestre consecutivo no último trimestre de 2024, disse Larry Hu, economista-chefe para a China no Macquarie, em um relatório. Os preços ao consumidor subiram apenas 0,2% em 2024 e 2023, enquanto os preços ao produtor caem há mais de dois anos.
“Nossa tese para este ano é que a deflação será persistente”, afirmou Robin Xing, economista-chefe para a China no Morgan Stanley, à CNBC no início do mês. “A China tentará uma nova abordagem, mas… fará isso em pequenos passos.”
Pequim provavelmente não implementará estímulos significativos até o segundo semestre do ano, quando o descontentamento social com a desaceleração econômica deve se tornar mais evidente, disse Xing. Ele destacou que os anúncios de estímulo em setembro ocorreram mais de um ano após o surgimento das primeiras tendências deflacionárias.
Os investidores acompanham de perto os esforços de Pequim para lidar com a desaceleração da economia do país, especialmente depois que uma inesperada promessa de apoio, feita em setembro, impulsionou os mercados.
Os ganhos voltaram a crescer depois que o presidente chinês, Xi Jinping, realizou na semana passada uma rara reunião com empresários, incluindo Jack Ma, da Alibaba, e Liang Wenfeng, da DeepSeek.
Na quarta-feira, Pequim deve estabelecer um déficit orçamentário de 4% do PIB, acima dos 3% de 2024, segundo Hu, do Macquarie, alinhado com as expectativas gerais do mercado.
Isso representaria uma “mudança significativa, já que os formuladores de políticas têm evitado ultrapassar o limite de 3% [do déficit] por muitos anos”, afirmou Hu.
Ele também prevê que a China triplique a cota para emissões de títulos soberanos especiais, elevando-a para 3 trilhões de yuans (US$ 410 bilhões) neste ano, em comparação com 1 trilhão de yuans em 2024. Além disso, Pequim deve aumentar a cota anual de emissão de títulos especiais do governo local para 4,5 trilhões de yuans, ante os 3,9 trilhões de yuans anteriores.
Na quarta-feira, espera-se que a China estabeleça a meta de crescimento do PIB em “cerca de 5%” para o ano, repetindo os últimos dois anos. Isso estaria alinhado com o objetivo previamente anunciado por Xi de dobrar o tamanho da economia do país em relação aos níveis de 2020 até 2035.
No entanto, analistas alertam que Pequim dificilmente adotará um pacote agressivo de estímulos, dada a incerteza sobre as tensões comerciais com os EUA. Além das restrições tecnológicas já existentes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre produtos chineses em 10%, e novos impostos podem ser aplicados já em 2 de abril.
Isso impactaria as exportações, um dos poucos pontos positivos da economia chinesa.
“Março ainda é cedo para um grande estímulo, pois os formuladores de políticas precisam de mais tempo para avaliar o impacto real da guerra comercial 2.0”, disse Hu, do Macquarie. “O histórico deles sugere que não podem perder a meta de crescimento do PIB, mas também não querem exagerar nos estímulos. Neste momento, eles manterão suas cartas fechadas.”
As reuniões de alto nível em Pequim coincidirão com o discurso de Trump em uma sessão conjunta do Congresso dos EUA em 4 de março, no qual ele pode apresentar sua agenda e metas para o ano.
Embora a segunda maior economia do mundo tenha crescido 5% em 2024, o crescimento das vendas no varejo caiu drasticamente para 3,4%, ante 7,1% em 2023. O setor imobiliário continuou a ser um entrave, com os investimentos caindo 10,6% no ano passado em relação ao ano anterior.
“Acreditamos que o governo deve priorizar ‘o estímulo ao consumo’ como principal tarefa política na reunião do Congresso Nacional do Povo”, disse Tao Wang, economista-chefe para a China no UBS Investment Bank, em um relatório.
A China tem tentado impulsionar o consumo com subsídios de troca para incentivar a compra de determinados produtos. Em janeiro, as autoridades ampliaram o programa para incluir smartphones e mais eletrodomésticos, com detalhes sobre o tamanho do suporte financeiro a serem divulgados nas Duas Sessões.
Com um déficit orçamentário maior, Pequim pode mais do que dobrar o tamanho do programa de subsídios ao consumidor em relação ao ano passado, chegando a mais de 300 bilhões de yuans, segundo Wang, do UBS.
Ela também espera que o governo aborde preocupações com a renda, oferecendo subsídios para famílias com filhos pequenos, aumentando os pagamentos de pensões e elevando a contribuição estatal para o programa de seguro dos residentes chineses.
Na reunião, a China também deve divulgar seus planos de gastos para defesa e desenvolvimento tecnológico para o próximo ano.
No segundo semestre, Pequim começará a formalizar suas prioridades para os próximos cinco anos, conhecidas como “planos quinquenais”. O atual plano termina neste ano.
No sistema dominado pelo Partido Comunista Chinês, as Duas Sessões tradicionalmente não são o espaço para mudanças políticas drásticas. Em vez disso, decisões estratégicas geralmente ocorrem em reuniões partidárias de alto nível, como o Terceiro Plenário, realizado pela última vez em julho de 2024.
A reunião de Xi com empresários na semana passada e as novas políticas de apoio ao setor privado e ao investimento estrangeiro marcam as primeiras mudanças após o Terceiro Plenário, disse Markus Herrmann Chen, cofundador e diretor-gerente do China Macro Group. “Simbolicamente, isso representa um começo rápido e positivo para o avanço das reformas e sinaliza que Pequim tem reformas em andamento”, afirmou.
As autoridades chinesas estão revisando o projeto de uma nova lei para apoiar empresas privadas e não estatais, cujos detalhes podem surgir durante as Duas Sessões.
Uma das adições propostas à lei proibiria a cobrança arbitrária de multas de empresas, informou a mídia estatal nesta semana.
Sinalizando os desafios enfrentados pelas empresas, documentos públicos do ano passado revelaram que governos locais com dificuldades financeiras exigiram de companhias o pagamento de impostos retroativos sobre operações que remontam a 1994.
A nova lei poderia oferecer um “arcabouço jurídico mais estável” para as empresas, disse Bruce Pang, professor adjunto da Escola de Negócios da Universidade Chinesa de Hong Kong.
Muitos analistas veem a presença de empresários de tecnologia na reunião com Xi como um forte indicativo de que a repressão regulatória sobre as empresas de internet chegou ao fim.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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