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Publicado 03/01/2025 • 19:54
KEY POINTS
Jeff Bezos durante o The New York Times Dealbook Summit 2024
Eugene Gologursky / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
O fundador da Amazon, Jeff Bezos, não sente vontade de voltar no tempo. Durante o DealBook Summit, organizado pelo New York Times no mês passado, o bilionário destacou que quase tudo melhorou nos últimos 50 anos — desde as taxas de mortalidade infantil até os índices de alfabetização e a redução da pobreza global. No entanto, ele apontou uma única exceção.
“Quando as pessoas mencionam os velhos tempos, isso é uma grande ilusão”, disse Bezos. “Quase tudo está melhor hoje do que antes, com uma única exceção: o mundo natural.”
Bezos explicou que, ao longo dos últimos cinco séculos, os oceanos, rios e florestas do planeta foram poluídos e explorados para sustentar o crescimento da humanidade.
A Amazon faz parte dessa história: emitiu 70,74 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono em 2022, de acordo com um relatório de sustentabilidade da empresa — o equivalente a cerca de 1,1% do total das emissões dos EUA e significativamente mais do que sua concorrente Walmart naquele ano.
As emissões de carbono desempenham um papel crucial nas mudanças climáticas globais. As emissões anuais da Amazon têm diminuído gradualmente, e a empresa tem como meta atingir emissões líquidas zero de carbono até 2040, conforme seu relatório de sustentabilidade de 2023.
De forma geral, a observação de Bezos sobre a qualidade de vida ecoa um comentário semelhante do falecido investidor bilionário Charlie Munger, que afirmou em 2022 que as pessoas não deveriam subestimar o quanto o mundo melhorou durante sua vida.
“As pessoas estão menos satisfeitas com o estado das coisas do que estavam quando tudo era muito mais difícil”, disse Munger, até então com 98 anos. “É estranho para alguém da minha idade, porque vivi a Grande Depressão, quando as dificuldades eram inimagináveis”, acrescentou.
Bezos está investindo em uma solução potencial para as deficiências de recursos naturais da Terra, algo que lembra ficção científica: ele gasta bilhões por ano, há duas décadas, para financiar sua empresa aeroespacial Blue Origin, que desenvolve foguetes, espaçonaves, estações espaciais e módulos lunares.
A Blue Origin e seus concorrentes podem ajudar a lidar com a escassez de recursos naturais da Terra, com outros planetas e o espaço sideral possivelmente fornecendo “energia infinita e matérias-primas infinitas”, disse Bezos. Alguns recursos naturais, como oxigênio, água e metano, poderiam ser extraídos de Marte, de acordo com a NASA.
A empresa de Bezos já realizou com sucesso nove voos espaciais tripulados, o mais recente em novembro de 2024. “Eventualmente, será o melhor negócio no qual já estive envolvido, mas isso vai levar um tempo”, afirmou Bezos.
É importante notar que os objetivos declarados de Bezos para a exploração espacial diferem dos de outro bilionário com uma empresa aeroespacial: a SpaceX, de Elon Musk, tem a missão de “tornar a humanidade multiplanetária”, segundo seu site.
Por outro lado, Bezos disse que deseja que a Blue Origin ajude a manter a humanidade feliz na Terra.
“Não existe um plano B. Precisamos salvar a Terra”, disse ele. “Já enviamos sondas robóticas para todos os planetas do sistema solar. Este aqui é o bom.”
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