Publicado 05/12/2024 • 22:48
KEY POINTS
Lion Air Boeing 737-MAX
Reprodução/Wikicommons
A Justiça dos Estados Unidos rejeitou um acordo entre a fabricante de aviões Boeing e o governo do país nesta quinta-feira (5).
Pelo acordo que não foi aceito, o Departamento de Justiça (DOJ, órgão dos EUA semelhante ao Ministério de Justiça) escolheria um monitor que seria responsável por garantir que a Boeing iria cumprir sua parte do acordo.
O juiz do caso, Reed O’Connor, afirmou que não confia na forma como DOJ iria nomear esse responsável –o magistrado escreveu que como o órgão de governo tem políticas de diversidade, equidade e inclusão, ele não acredita que o monitor seria escolhido com base em sua habilidade.
“A corte não está convencida de que o governo não vai escolher um monitor sem as considerações baseadas em raça”, afirmou o juiz.
Agora, ele deu 30 dias para que a Boeing e o DOJ decidam o que fazer.
Em julho deste ano, a Boeing se declarou culpada em uma ação criminal na qual ela era acusada de fraudar o governo dos EUA. A companhia enganou os reguladores sobre um sistema de controle de voo na linha de aviões Max.
Por causa desse sistema, dois aviões caíram: um da Lion Air, em outubro de 2018, e outro da Ethiopian Airlines, em março de 2019.
Os familiares das vítimas se opuseram à escolha de um monitor indicado pelo governo como parte do acordo judicial, que classificaram como um “acordo camarada”, e buscaram ter mais influência no processo de seleção do monitor.
Erin Applebaum, advogada que representa um dos familiares das vítimas, elogiou a decisão. “Esperamos uma renegociação significativa do acordo judicial que incorpore termos verdadeiramente compatíveis com a gravidade dos crimes cometidos pela Boeing”, disse Applebaum em um comunicado. “É hora de o Departamento de Justiça encerrar seu tratamento brando à Boeing e exigir uma responsabilização real.”
O acordo previa que a Boeing não iria a julgamento.