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México alerta que tarifas de Trump podem eliminar 400 mil empregos nos EUA e ameaça retaliação

Publicado 28/11/2024 • 18:05

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Segundo a presidente do México, Claudia Sheinbaum, a medida poderia gerar inflação e aumento de preços para consumidores americanos.
  • O ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, reforçou que a decisão seria um "tiro no pé" para os EUA.
  • A indústria automotiva mexicana, que representa 25% da produção de veículos na América do Norte, está entre os setores mais vulneráveis.
Claudia Sheinbaum, presidente do México.

Claudia Sheinbaum, presidente do México.

Foto: Maritza Ríos/Secretaria de Cultura da Cidade do México

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou na quarta-feira (27) que seu país está preparado para retaliar caso o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, implemente tarifas de 25% sobre produtos mexicanos. Segundo Sheinbaum, a medida poderia gerar inflação, aumento de preços para consumidores americanos e a perda de 400 mil empregos nos EUA.

Durante coletiva no Palácio Nacional, Sheinbaum afirmou que, caso as tarifas sejam aplicadas, o México também aumentará as taxas sobre produtos norte-americanos. “Se houver tarifas nos EUA, o México fará o mesmo”, declarou, sinalizando que o governo mexicano está pronto para adotar medidas comerciais de retaliação.

Impactos para a economia e o setor automotivo

O ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, reforçou que a decisão seria um “tiro no pé” para os EUA, especialmente por ferir o acordo comercial USMCA (T-MEC) entre México, Canadá e Estados Unidos. Ele alertou que as tarifas podem dobrar os custos para empresas americanas que produzem no México, como Ford, General Motors e Stellantis, e aumentar os preços de veículos populares em até US$ 3.000.

Ebrard destacou ainda que 88% das caminhonetes vendidas nos EUA são fabricadas no México, e que a medida de Trump impactaria principalmente regiões rurais que votaram em peso no presidente eleito. Ele enfatizou que o México prefere “construir pontes” e ampliar a integração regional, em vez de iniciar uma guerra comercial.

Reações e estratégias políticas

Em uma conversa por telefone, Trump afirmou que Sheinbaum concordou em intensificar o controle sobre o fluxo de migração e drogas pelo México. Sheinbaum, no entanto, respondeu que o México busca “construir pontes entre governos e seus povos”, negando qualquer plano de fechar fronteiras.

Especialistas avaliam que as ameaças de Trump têm mais valor como tática de negociação do que como política comercial efetiva. David Kohl, economista-chefe da Julius Baer, destacou que a ausência de uma conexão clara entre as tarifas propostas e questões de comércio sugere que Trump está usando o tema como estratégia para atingir outros objetivos políticos.

Indústria automotiva e futuro do USMCA

A indústria automotiva mexicana, que representa 25% da produção de veículos na América do Norte, está entre os setores mais vulneráveis. Analistas do Barclays afirmam que as tarifas poderiam eliminar praticamente todo o lucro das grandes montadoras de Detroit.

Com o acordo USMCA previsto para revisão em 2026, Katia Goya, diretora de economia internacional do Grupo Financiero Banorte, sugere que os países devem buscar renegociações amplas para evitar impactos econômicos negativos, como crescimento mais lento, maior desemprego e inflação.

Ebrard reforçou que o comércio entre os países do USMCA movimentou US$ 1,78 trilhão nos primeiros nove meses de 2024. “O México não quer divisões, mas fortalecer a integração regional”, concluiu.

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