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Nos EUA, tarifas elevam preços seletivos e complicam análise dos resultados do varejo

Publicado 28/10/2025 • 16:01 | Atualizado há 2 horas

A queda nos gastos dos consumidores hispânicos impacta as vendas de produtos nos EUA.

Pixabay

Variação de preços seletiva dificulta comparação anual e transparência dos resultados.

Com o avanço da temporada de balanços nos EUA, especialistas apontam que as tarifas estão impactando a análise dos resultados do varejo, tornando mais difícil medir o desempenho real das empresas do setor. Em vez de repassar os custos das tarifas de forma uniforme, as varejistas escolhem elevar os preços de apenas alguns produtos, o que pode inflar a receita sem necessariamente aumentar a quantidade de itens vendidos.

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Segundo Dana Telsey, CEO do Telsey Group, a variação nos reajustes de preços dificulta a comparação dos resultados ano a ano. “As empresas, ao se pronunciarem, informam aumentos de preços em uma grande faixa, e esses aumentos não são aplicados a todos os produtos, mas apenas a itens selecionados”, afirmou Telsey à CNBC. Ela ressalta que investidores devem observar não apenas a alta nas vendas, mas também a quantidade total de unidades vendidas.

Impacto das tarifas e comportamento do consumidor

Nos Estados Unidos, índice de preços ao consumidor de setembro revelou inflação de 3%, ligeiramente abaixo das previsões, mesmo sob o efeito das tarifas. Para Oliver Chen, analista do TD Cowen, o impacto nos estoques do setor depende da política do Federal Reserve e do comportamento do consumidor, que pode reduzir o consumo de itens não essenciais diante de aumentos de preços. “Quando o preço sobe, vendem-se menos unidades, e o acréscimo de preço pode ser anulado pela queda na quantidade vendida. Se o preço sobe 3% e as vendas caem 3%, o resultado é nulo”, explicou Chen.

Lauren Murphy, diretora-gerente do Wells Fargo Retail Finance, ressalta que, em ambientes inflacionários, a receita isolada pode enganar. “Combinar métricas de receita com a margem bruta oferece uma visão mais clara”, disse Murphy. Ela destaca que a margem captura o efeito de descontos, custos dos produtos e encargos de importação, sendo essencial para comparações financeiras justas entre períodos.

O tarifaço atinge uma pauta de exportações diversificada: dez produtos respondem por 57% das vendas externas ao mercado norte-americano.
CNI/Divulgação
Tarifas complicam análise dos balanços e mascaram desempenho real do varejo.

Estratégias das empresas e desafios para o próximo trimestre

Chen cita exemplos como Costco e Walmart, que têm estratégias para negociar melhor com fornecedores ou absorver parte dos custos em categorias sensíveis aos consumidores, como ovos. Ele explica que cada empresa adota métodos próprios, seja antecipando compras ou negociando com a cadeia de suprimentos, o que torna a avaliação dos resultados do próximo trimestre, que inclui a temporada de festas, ainda mais complexa.

Sean Henry, CEO da Stord, pontua que os últimos cinco anos exigiram ajustes constantes para análises precisas, devido a fatores como pandemia, conflitos internacionais e interrupções nas cadeias de suprimentos. Ele destaca que o efeito de tarifas tende a ser mais duradouro, ao contrário dos choques temporários dos anos anteriores. “Quando o presidente Donald Trump implementou as tarifas da Seção 301 sobre a China, elas permaneceram durante todo o mandato de Biden. Com isso, qualquer comparação ano a ano reflete a realidade do gasto total dos consumidores e as novas dinâmicas de preços”, explicou Henry.

Para Henry, analisar a diferença entre o crescimento do gasto total no varejo e o aumento no número de transações pode indicar o efeito das tarifas no curto prazo. “Se essa diferença continuar a crescer, significa que o consumidor está gastando mais no total, mas de forma mais seletiva”, concluiu Henry.

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