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Pressão política e expectativa por cortes nos juros: o que o mercado espera do discurso do presidente do Fed nesta sexta

Publicado 21/08/2025 • 18:28 | Atualizado há 2 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Jerome Powell fala nesta sexta (22) em Jackson Hole, evento visto como decisivo para os rumos da política monetária do Fed.
  • Analistas esperam que Powell sinalize possível corte de juros em setembro, mas sem indicação explícita da medida.
  • Pressionado por Trump, Powell deve reforçar a independência do banco central diante das críticas à condução dos juros.

Imagem de arquivo. Em 2 de junho de 2025, o presidente Powell fez o discurso de abertura na Conferência do 75º Aniversário da Divisão de Finanças Internacionais do Federal Reserve Board.

Federal Reserve / Flickr

Diante de um cenário de forte pressão política e incertezas no mercado financeiro, o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), programado para esta sexta-feira (22), é muito aguardado no tradicional encontro anual em Jackson Hole (EUA). O evento é visto como sua provável última participação como principal orador no simpósio, que ocorre em um dos momentos mais desafiadores da história recente do banco central dos Estados Unidos.

Neste contexto, investidores acompanham de perto os sinais que Powell poderá transmitir sobre o rumo da política monetária. O discurso, intitulado “Perspectivas Econômicas e Revisão de Diretrizes”, deve abordar não só o cenário macroeconômico, mas também revisar as metas de longo prazo do Fed, incluindo possíveis mudanças no controle da inflação e nos objetivos de emprego.

Pressão política e críticas à independência do Fed

Powell enfrenta críticas constantes de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que tem pressionado publicamente o Fed por cortes nos juros e questionado até mesmo a autonomia da instituição. Recentemente, a Casa Branca intensificou ataques não apenas contra Powell, mas também contra outros membros do Fed, como a governadora Lisa Cook, alvo de acusações de fraude hipotecária relacionadas a financiamentos federais.

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Michael Arone, estrategista-chefe de investimentos da State Street Global Advisors, avalia que o presidente do Fed “tem feito um bom trabalho ao manter a independência do banco central, ignorando pressões e ruídos externos e focando no compromisso duplo da instituição”, disse à CNBC.

Dan North, economista sênior da Allianz Trade North America, acrescenta: “Ele vai cutucar e falar sobre a independência do Fed, porque, neste ponto, não tem muito a perder.”

Expectativas do mercado e possíveis mudanças na política monetária

Em meio à expectativa pelo discurso, o mercado especula sobre a possibilidade de Jerome Powell sinalizar um corte nos juros já na reunião de setembro. Desde 2018, suas falas em Jackson Hole anteciparam mudanças importantes de política, como a revisão do foco inflacionário em 2020 e, no ano passado, a indicação de um movimento mais agressivo em setembro. Este ano, analistas como David Mericle, do Goldman Sachs, acreditam que Powell deve sugerir apoio a uma redução, embora sem sinalizar de forma contundente.

Nem todos, porém, estão convencidos de que um corte será aprovado. O presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, afirmou à CNBC que ainda precisa de mais dados antes de apoiar a medida. Entre os dirigentes, apenas Christopher Waller e Michelle Bowman manifestaram apoio explícito à redução dos juros no próximo mês.

Debate sobre inflação, emprego e possível revisão das metas do Fed

O mercado de trabalho e a inflação seguem no centro do debate. Apesar de números fracos de geração de empregos em julho, dirigentes do Fed continuam descrevendo o mercado de trabalho como “sólido”, o que reduz a urgência por cortes. As atas da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto mostram que a maioria está mais preocupada com a inflação.

O atual modelo de metas, adotado desde 2020, que permitia maior tolerância à inflação alta quando o desemprego era elevado, pode ser revisto. Matthew Luzzetti, economista-chefe do Deutsche Bank nos EUA, avalia que o discurso de Jerome Powell deve defender o retorno à postura anterior, com ações preventivas diante de sinais de inflação. Segundo Luzzetti, espera-se “que o discurso chame à revisão das modificações de 2020 e restabeleça o papel primordial da preempção”.

‘Humor do mercado está muito sensível’

Em análise programa Radar, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, destacou que “esse é o principal evento econômico da semana. Se Powell sinalizar cautela ou defender adiar os cortes de juros, o mercado vai reagir mal. O S&P 500 já está em sua quinta queda seguida, o que não acontecia desde janeiro. O humor do mercado está muito sensível a qualquer sinal de que o ciclo de alívio monetário pode ser postergado”.

O discurso de Powell está marcado para as 11h (horário de Brasília), e o simpósio se encerra no sábado (23). O mercado deve acompanhar atentamente quaisquer nuances que possam indicar mudanças no curso da política monetária dos Estados Unidos.

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