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Exportações chinesas para os EUA podem cair US$ 485 bilhões até 2027, aponta simulador de tarifas
Publicado 28/07/2025 • 19:01 | Atualizado há 8 horas
Exportações chinesas para os EUA podem cair US$ 485 bilhões até 2027, aponta simulador de tarifas
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Publicado 28/07/2025 • 19:01 | Atualizado há 8 horas
KEY POINTS
China e EUA negociam em meio a guerra comercial
Times Brasil/Imagem gerada por IA
As exportações da China para os Estados Unidos podem cair em meio trilhão de dólares (US$ 485 bilhões, ou cerca de R$ 2,7 trilhões, na cotação atual) até 2027, de acordo com um simulador de tarifas que prevê mudanças no comércio global.
As negociações comerciais entre EUA e China foram retomadas nesta segunda-feira (28) em Estocolmo.
Como a China tem papel central no comércio com os EUA, essa queda será maior do que a redução total das exportações globais para os EUA ao considerar todos os países no modelo.
A projeção considera as tarifas mais recentes impostas entre os dois países e como o comércio global pode se reestruturar em resposta a isso. Atualmente, os EUA cobram uma tarifa média de 51% sobre produtos chineses, enquanto as exportações americanas para a China enfrentam tarifas de 32,6%.
Os EUA ameaçaram aumentar ainda mais essas taxas se não houver acordo até 12 de agosto, podendo chegar a 145%.
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Dados do governo americano mostram que as importações totais vindas da China somaram US$ 438,9 bilhões (R$ 2,45 trilhões) em 2024.
Após acordos recentes com o Japão e a UE definindo tarifas em 15%, o presidente Trump indicou na segunda-feira que a tarifa global básica provavelmente ficará entre 15% e 20%.
“Os países naturalmente vão repensar suas relações comerciais e buscar alternativas aos EUA em muitos desses cenários”, disse Cesar Hidalgo, professor de economia na Toulouse School of Economics e fundador da Datawheel, responsável pelo OEC Tariff Simulator.
Países ligados à cadeia de manufatura chinesa também devem sentir a queda nas exportações para os EUA. O Vietnã, que se beneficiou da estratégia “China Plus One”, permitindo que fabricantes evitassem algumas tarifas, pode ver suas exportações para os EUA caírem US$ 102 bilhões (R$ 570 bilhões) até 2027.
A Coreia do Sul também deve sofrer queda nas exportações para os EUA, prevista em US$ 49 bilhões (R$ 273 bilhões), segundo o simulador.
Entre os produtos que mais puxam essas quedas estão equipamentos de radiodifusão (-US$ 59,2 bilhões, ou -R$ 330 bilhões) e computadores (-US$ 58,7 bilhões, ou -R$ 327 bilhões) vindos da China, além de automóveis da Coreia do Sul (-US$ 13,5 bilhões, ou -R$ 75 bilhões), de acordo com a análise.
Ao mesmo tempo, mesmo com ameaças de novas tarifas sobre parceiros da América do Norte e sem acordo com o Canadá até agora, os EUA devem aumentar as importações vindas do Canadá (+US$ 128 bilhões, ou R$ 715 bilhões) e do México (+US$ 77 bilhões, ou R$ 430 bilhões), além do Reino Unido (+US$ 23 bilhões, ou R$ 128 bilhões), que fechou recentemente acordo comercial com os americanos.
Apesar do nível atual das tarifas chinesas e europeias oficializadas no acordo anunciado no domingo (27) preverem aumento de 12% nas exportações americanas em 2027, a queda nas importações de produtos chineses já começou a ser sentida.
Dados recentes do transporte marítimo mostram diminuição nas exportações chinesas para os EUA durante a guerra comercial.
Quando as tarifas caíram de uma ameaça de 145% para 51% em junho, durante uma trégua, alguns varejistas e fabricantes anteciparam embarques, que chegaram no início de julho. Mas esse aumento no volume de contêineres no Porto de Los Angeles foi passageiro, segundo dados recentes.
O relatório semanal do capitão J. Kipling (Kip) Louttit, diretor executivo da Marine Exchange of Southern California & Vessel Traffic Service, mostra que a média de navios chegou a 66,8 por dia na primeira metade de julho, mas caiu na segunda metade do mês. Na última semana, a média ficou em 58,7 navios por dia, com dois dias em que o número caiu para 55 visitas diárias.
“Esse é um forte indicativo de que a chegada de navios cargueiros deve cair nas próximas uma ou duas semanas”, escreveu Louttit.
Empresas do varejo têm alertado repetidamente que o ciclo de ameaças e adiamentos de tarifas só aumenta a incerteza e deixa os empresários cautelosos na hora de fazer novos pedidos.
A China também deve reduzir a compra de produtos americanos, com queda estimada em US$ 101 bilhões (R$ 564 bilhões) até 2027, segundo o simulador.
Os setores americanos mais afetados serão soja (-US$ 10 bilhões ou R$ 55,8 bilhões), circuitos integrados (-US$ 7,44 bilhões, ou R$ 41,5 bilhões), petróleo bruto (-US$ 7,33 bilhões, ou R$ 40,9 bilhões), gás de petróleo (-US$ 6,36 bilhões, ou R$ 35,5 bilhões) e automóveis (-US$ 5,09 bilhões, ou R$ 28,4 bilhões).
A China está negociando para ampliar comércio com países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e outros. O simulador projeta que a Rússia vai abocanhar a maior fatia desse novo comércio com a China, com US$ 69,8 bilhões (R$ 389 bilhões).
Outros países que devem ampliar relações com os chineses são Vietnã (US$ 34,4 bilhões ou R$ 192 bilhões), Arábia Saudita (US$ 28 bilhões ou R$ 156 bilhões), Coreia do Sul (US$ 27,9 bilhões ou R$ 156 bilhões), Austrália (US$ 24,6 bilhões ou R$ 137 bilhões) e Japão (US$ 21,4 bilhões ou R$ 119 bilhões).
De acordo com os registros de embarque (Bills of Lading), que detalham as importações e exportações das empresas e o país de origem dos produtos, a Ikea é a empresa que mais importa da China para os EUA (14,6%), seguida por Walmart (8,6%), Costco (5,8%), Dole Fresh Fruit (5,52%) e Amazon (3,83%).
Móveis lideram o ranking dos produtos importados pela Ikea (18,2%). Já para o Walmart, o principal item são tecidos sintéticos leves de algodão (64%).
Entre os estados americanos, Texas e Califórnia vão sentir mais forte o baque na queda do comércio com a China. O Texas lidera as exportações americanas para o país asiático, com US$ 954 milhões (R$ 5,3 bilhões), puxado por máquinas e eletrônicos (US$ 222 milhões ou R$ 1,2 bilhão), combustíveis minerais e derivados (US$ 204 milhões ou R$ 1,1 bilhão) e máquinas e peças mecânicas (US$ 201 milhões ou R$ 1,1 bilhão).
A Califórnia aparece em segundo lugar, destacando-se na exportação de equipamentos ópticos, fotográficos, cinematográficos e instrumentos médicos, somando US$ 179 milhões (R$ 1 bilhão). Máquinas e eletrônicos (US$ 125 milhões ou R$ 698 milhões) e máquinas e peças mecânicas (US$ 93 milhões ou R$ 519 milhões) também são relevantes para o estado.
Oregon é o terceiro maior exportador americano para a China, com US$ 458 milhões (R$ 2,5 bilhões), liderado por máquinas e eletrônicos (US$ 397 milhões ou R$ 2,2 bilhões).
O ex-secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, afirmou à CNBC que as atuais turbulências comerciais serão apenas um pequeno capítulo na história do comércio global, mas alertou: “O protecionismo não protege. Ele tira a força de uma nação”.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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