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Acordo comercial entre EUA e UE pode ter um vencedor inesperado: o Reino Unido

Publicado 29/07/2025 • 07:49 | Atualizado há 11 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • O acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos foi recebido com ceticismo, diante das preocupações sobre o que ele representa para o bloco europeu.
  • No entanto, alguns especialistas afirmam que o pacto pode beneficiar o Reino Unido.
  • Enquanto a UE enfrentará tarifas de 15%, as taxas básicas definidas para o Reino Unido ficaram em 10%.

Bandeira da União Europeia e do Reino Unido.

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O acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos foi recebido com ceticismo, diante das preocupações sobre o que ele representa para o bloco europeu. No entanto, alguns especialistas afirmam que o pacto pode beneficiar o Reino Unido.

Enquanto a UE enfrentará tarifas de 15%, as taxas básicas definidas para o Reino Unido ficaram em 10%.

Líderes mundiais e economistas em toda a Europa ainda digerem as notícias sobre o acordo entre EUA e UE, mas alguns especialistas disseram à CNBC que, embora o pacto possa representar más notícias para o bloco europeu, ele pode servir como um impulso inesperado para o Reino Unido.

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A União Europeia está sujeita a uma tarifa de 15% sobre seus produtos exportados aos Estados Unidos, enquanto o Reino Unido concordou com uma alíquota menor, de 10%.

“Em teoria, o Reino Unido sai ganhando”, afirmou Philip Shaw, economista-chefe da Investec, à CNBC.

“A nova tarifa de 15% imposta à UE torna as exportações britânicas aos EUA relativamente mais baratas, o que pode impulsionar o comércio do Reino Unido com os Estados Unidos, à medida que empresas americanas optem por comprar produtos britânicos em vez dos europeus”, explicou.

Produtos britânicos também podem ficar mais atraentes para os consumidores dos EUA por causa da tarifa menor, o que pode levar à preferência por mercadorias do Reino Unido em detrimento das fabricadas na UE, apontou Alex Altmann, sócio e chefe da divisão alemã do escritório Lubbock Fine LLP, em nota publicada logo após o anúncio do acordo entre União Europeia e Estados Unidos.

“As tarifas mais baixas dos EUA para o Reino Unido representam um forte incentivo para que empresas da UE transfiram parte de sua produção para o Reino Unido ou expandam suas instalações existentes no país”, acrescentou.

Segundo Altmann, fabricantes com margens de lucro reduzidas sediados na UE podem achar vantajoso se mudar para o Reino Unido a fim de evitar uma compressão ainda maior nas margens. Ele lembrou que o Reino Unido tem capacidade industrial ociosa desde o Brexit.

“O Reino Unido pode ser um grande vencedor indireto deste acordo”, disse.

Mas os benefícios para o Reino Unido não se limitam às tarifas mais baixas. De fato, o fato de a UE ter conseguido negociar uma alíquota de 15% — muito inferior aos 30% com os quais o bloco foi ameaçado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — também pode ser positivo para os britânicos, segundo Shaw, da Investec.

“A UE escapou de uma possível recessão provocada por um regime tarifário mais severo (de 30%) e por uma possível série de medidas retaliatórias entre os dois blocos. Nesse sentido, o Reino Unido se beneficia por ver seu principal parceiro comercial evitar uma recessão que poderia ter reduzido as exportações britânicas à UE”, escreveu o economista.

O impulso ao Reino Unido vai, de fato, acontecer?

O acordo entre União Europeia e Estados Unidos pode ter limitado o potencial benefício para o Reino Unido, avaliou Beth McCall, advogada especializada em comércio internacional no escritório Dentons, em entrevista à CNBC.

“Se os EUA tivessem seguido com tarifas de 30% sobre a maioria dos produtos da UE, mercadorias britânicas com tarifa de 10% — geralmente pagas pelo importador americano — pareceriam significativamente mais atrativas”, disse.

McCall destacou que a diferença de apenas 5 pontos percentuais nas tarifas básicas ainda pode tornar alguns produtos britânicos mais interessantes. No entanto, ela observou: “Esse efeito levará um tempo para ser percebido, conforme contratos atuais forem encerrados e importadores americanos passem a buscar fornecedores em países com tarifas menores”.

O prazo para que o impacto das tarifas seja sentido globalmente ainda é motivo de debate. Empresas já alertaram que os custos extras devem pesar sobre os lucros, e há uma preocupação generalizada com os efeitos das tarifas sobre o crescimento econômico.

Mas, como muitos detalhes dos acordos comerciais ainda não foram definidos, o impacto exato continua incerto. Alguns efeitos também podem levar tempo para aparecer — o aumento de custos para os consumidores, por exemplo, pode demorar a se concretizar.

No fim das contas, tanto o Reino Unido quanto a União Europeia enfrentam agora um ambiente mais desafiador, segundo McCall.

“Seja com tarifa de 10% ou de 15%, empresas britânicas e europeias continuarão enfrentando tarifas muito mais altas ao exportar para os Estados Unidos do que enfrentavam há três meses”, concluiu.



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