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Governo busca solução até o dia 31 e descarta pedir prorrogação do prazo, diz Alckmin sobre tarifas de Trump
Publicado 15/07/2025 • 17:22 | Atualizado há 6 horas
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Publicado 15/07/2025 • 17:22 | Atualizado há 6 horas
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (15) que o governo trabalha para solucionar, até o dia 31, a questão envolvendo exportações e importações entre Brasil e Estados Unidos. Segundo ele, não há intenção de solicitar a ampliação de prazos nas negociações.
“A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31. Então, o governo vai trabalhar para tentar resolver e avançar nesse trabalho nos próximos dias”, declarou em coletiva, após reunião com representantes do setor produtivo.
Entre as autoridades, estavam presentes Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec); Márcio Ferreira, presidente do Cecafé; Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic); Ibiapaba Neto, presidente da CitrusBR; Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), além do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O vice-presidente destacou que empresários dos dois países estão diretamente afetados pela situação, devido às cadeias produtivas integradas. Ele ressaltou que o impasse prejudica não apenas o Brasil, mas também a economia americana. “Há uma complementaridade econômica. Isso tem um prejuízo não só para o Brasil, mas também para a população americana”, afirmou.
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De acordo com Alckmin, de janeiro a junho deste ano, as vendas brasileiras para os Estados Unidos cresceram 4,3%, enquanto as exportações americanas para o Brasil avançaram mais de 11%, ampliando o superávit dos Estados Unidos na balança de bens e serviços.
Dois pontos considerados urgentes pelo governo envolvem cargas de produtos perecíveis e embarques já realizados. Segundo o vice-presidente, ambas as situações exigem resolução rápida em função dos prazos de validade e logística.
Para tratar do assunto, o governo convocou encontros com diversos segmentos. “Vamos ouvir o setor produtivo brasileiro para construirmos uma solução que atenda aos interesses do país e respeite os prazos estabelecidos”, disse.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou em coletiva nesta terça-feira (15) que o Governo Federal vai ampliar as estratégias para fortalecer o setor agropecuário, com foco na abertura de novos mercados internacionais e no abastecimento interno.
“Vamos intensificar a busca de alternativas para essa produção brasileira”, declarou Fávaro, após reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e outras autoridades do setor.
Segundo o ministro, desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo priorizou a ampliação de mercados para a agropecuária brasileira. De acordo com ele, foram abertos 390 novos mercados para a pecuária do país.
Fávaro citou como exemplo o crescimento das exportações de carne bovina para os Estados Unidos, que, embora já fosse um mercado aberto, registrou aumento significativo. “Do ano passado para este ano, a carne bovina saiu de 220 mil toneladas, nos primeiros seis meses, para 190 mil toneladas, com projeção de alcançar 400 mil toneladas”, disse.
Para a China, o ministro informou a habilitação de 52 novas plantas frigoríficas, o que, segundo ele, amplia as oportunidades de exportação e geração de empregos no Brasil.
Fávaro também ressaltou o papel da diplomacia brasileira na retomada dos fóruns internacionais e no fortalecimento das relações comerciais. Segundo ele, a determinação do presidente Lula é que a atuação internacional seja intensificada, respeitando a soberania nacional e o diálogo com diferentes países.
O ministro lembrou ainda o lançamento do maior Plano Safra da história, anunciado recentemente pelo governo federal. De acordo com ele, a medida dá continuidade a dois recordes consecutivos de safra e tem como objetivos abastecer o mercado interno, conter a inflação de alimentos e garantir excedentes para exportação.
Para Fávaro, embora o governo mantenha o diálogo aberto com parceiros comerciais, é preciso reconhecer que não é possível definir rapidamente o destino de toda a produção nacional. “Não se resolve em 10 ou 15 dias o destino de tudo isso que se produz no Brasil”, afirmou.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a medida anunciada pelos Estados Unidos já provoca impactos imediatos na cadeia da carne bovina brasileira. “Nossos frigoríficos já estão parando de produzir carne para os Estados Unidos diante da certeza da taxação. Com essa tarifa, se torna inviável a exportação”, disse.
Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, atrás apenas da China. Segundo Perosa, há cerca de 30 mil toneladas de carne já embarcadas ou nos portos, o equivalente a US$ 150 milhões a US$ 160 milhões em produtos. Ele defendeu a continuidade das negociações e o início imediato do faturamento para contratos já firmados. “Não dá tempo de desfazer esses contratos até o dia 1º”, alertou.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, ressaltou a importância do mercado americano para o setor cafeeiro nacional. “O Brasil exportou no ano passado 50,4 milhões de sacas de café, das quais 8,2 milhões foram para os Estados Unidos, nosso maior mercado consumidor”, informou.
Ferreira lembrou que o café brasileiro representa 33% de todo o consumo americano e gera impacto econômico relevante nos EUA. “Para cada dólar importado, são gerados 43 dólares na indústria americana. Isso emprega 2,2 milhões de pessoas e movimenta US$ 343 bilhões por ano”, disse. O dirigente elogiou o trabalho do governo brasileiro e defendeu a manutenção do diálogo com os importadores americanos para evitar que a medida afete consumidores e gere inflação.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Pavel Cardoso, complementou os dados apresentados por Márcio Ferreira, lembrando que a indústria nacional responde por 90% da transformação do café consumido no Brasil. “O café representa 1,86% do nosso PIB, e o setor americano consome 76% da bebida”, destacou.
Cardoso elogiou a postura do governo federal e reforçou o apelo por uma solução de curto prazo. “O ambiente aqui é de negociação urgente e manutenção das boas relações comerciais com os Estados Unidos, uma parceria de mais de 200 anos”, afirmou.
Ibiapaba Neto, presidente da CitrusBR, destacou que o mercado americano é destino de 40% das exportações brasileiras de suco de laranja, com receita de US$ 1,3 bilhão no último ano. “Do total que os Estados Unidos importam, 70% é de suco brasileiro. Há uma interdependência muito grande”, disse.
Segundo ele, a safra começou recentemente e se estende até dezembro, o que aumenta a preocupação do setor. “A tarifa adicional de 50%, somada aos US$ 415 por tonelada que já pagamos — valor superior ao dos nossos concorrentes — inviabiliza completamente as exportações”, afirmou. Para Neto, a continuidade do diálogo e a atuação do governo são essenciais para evitar prejuízos.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, disse que a atual safra de manga, concentrada no Vale do São Francisco, enfrenta risco iminente. “São dois meses e meio de safra planejada há seis meses, com tudo pronto: embalagem, reserva de navios e contratos”, explicou.
Coelho afirmou que a tarifa proposta pelos Estados Unidos — saltando de 10% para 50% — torna inviável a exportação da fruta. “Não há como desviar essa produção para a Europa sem colapsar o mercado. Não dá para jogar essa manga no Brasil, senão o preço despenca. O setor precisa de uma definição rápida”, afirmou.
Ele defendeu que alimentos sejam retirados da lista de taxação. “O mundo vive insegurança alimentar. Alimentos não podem entrar nesse tipo de disputa comercial”, completou.
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