Guerra comercial entre EUA e China pode abrir mercado para milho brasileiro, afirma presidente da Abramilho
Publicado 09/04/2025 • 13:49 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 09/04/2025 • 13:49 | Atualizado há 1 uma semana
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Paulo Bertolini, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
Divulgação Abramilho.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China pode gerar oportunidades para o Brasil ampliar sua participação nas exportações de milho, especialmente com foco no mercado chinês. A avaliação é de Paulo Bertolini, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), que comentou o cenário em entrevista ao jornal Real Time, do Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC.
Segundo Bertolini, o Brasil iniciou recentemente suas relações comerciais com a China no setor de milho. “O protocolo fitossanitário começou em 2022. Em 2023, a gente vendeu muito milho para a China. Foi o maior destino do milho brasileiro”, afirmou. No entanto, ele explica que em 2024 houve uma queda nas exportações devido a uma boa safra chinesa e à manutenção do fornecimento dos Estados Unidos, sendo o terceiro maior fornecedor de milho para a China.
Atualmente, os Estados Unidos lideram a produção mundial de milho, seguidos pela China e pelo Brasil. O Brasil, porém, ocupa a segunda posição no ranking global de exportações. A expectativa da Abramilho é de que parte da demanda antes atendida pelos Estados Unidos possa ser redirecionada para o Brasil, especialmente diante do aumento de tarifas entre os dois países.
“Pode ser que parte dessa produção que hoje viria dos Estados Unidos, que é em torno de 2 milhões de toneladas, pudesse migrar para o Brasil, uma vez que o Brasil já tem o protocolo fitossanitário aprovado com a China”, afirmou.
Bertolini destacou que outros países também podem aumentar as compras do milho brasileiro, como Japão, Coreia do Sul e Espanha, que já possuem acordos fitossanitários com o Brasil e tradicionalmente importam milho tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. “O Japão, por exemplo, o ano passado chegou a trazer dos Estados Unidos em torno de 12 milhões de toneladas. Ele também importa do Brasil em torno de 2,5 milhões de toneladas”, disse.
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No entanto, para alcançar mercados que compram exclusivamente dos Estados Unidos, seria necessário um processo de adequação regulatória. “Para o Brasil entrar, precisaria fazer também todo o processo de aprovações nos órgãos regulatórios, uma vez que tanto a nossa produção como a americana é proveniente de biotecnologia. Existe um processo técnico e burocrático um tanto quanto demorado.”
Ao comentar a percepção interna de que o milho está caro no mercado brasileiro, Bertolini afirmou que o valor é determinado pelo mercado internacional. “O milho brasileiro não é estabelecido o preço pelos produtores. É uma commodity internacional cujo preço é balizado pelo mercado internacional. Se o nosso milho fosse caro, a gente não exportava para mais de 100 países.”
Ele explicou que o Brasil tem três safras de milho: a primeira, concentrada no Sul; a segunda, conhecida como safrinha e atualmente a maior; e a terceira, menor, com destaque no Nordeste. “Esse ano pode chegar próximo a 95 milhões de toneladas ou até 100 milhões, a depender da condição climática. Ano passado, já tivemos 34 milhões de toneladas de excedente de produção.”
Para escoar esse excedente, o setor depende da demanda externa. “Nós precisamos do mercado internacional para também colocar essa nossa produção. Isso tem acontecido todos os anos desde 2010, mais ou menos.”
O presidente da Abramilho afirmou que o milho brasileiro é produzido em propriedades de diferentes portes e tem crescido em importância frente à soja. “O Brasil vai ser o país do milho, não o país da soja. Nada contra a soja, porque quem planta milho também planta soja, mas ele vai ser conhecido como país do milho.”
Apesar do potencial de crescimento, Bertolini alertou para gargalos de infraestrutura que afetam a armazenagem e a logística de transporte do milho. “Hoje, por exemplo, os preços de milho subiram um tanto porque nós não tivemos condição de armazenar o milho da segunda safra para esse momento atual por falta de espaço e armazéns. Nós temos um déficit de armazenagem de 120 milhões de toneladas.”
Para superar essas limitações, o setor defende investimentos em infraestrutura. “Nós vamos precisar investir muito em infraestrutura, começando pela armazenagem dentro da fazenda, rodovia, ferrovia e portos, para que essa dinâmica do crescimento da agricultura brasileira continue andando nos próximos anos.”
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