TARIFAÇO – Mauro Vieira e Marco Rubio confirmam encontro nesta quinta; produtores otimistas com redução de tarifas

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, têm reunião marcada para esta quinta-feira (13), às 17h (19h de Brasília), em Washington, com foco na redução do tarifaço de 50% imposto pelo governo americano a produtos brasileiros.

O encontro foi acertado na quarta-feira (12), durante conversa entre os dois diplomatas em Niágara, no Canadá, à margem da reunião de chanceleres do G7. Segundo fontes do Itamaraty, ouvidas pelo repórter Eduardo Gayer, Vieira deve cobrar avanços concretos, já que as negociações pouco evoluíram desde então.

A expectativa do governo brasileiro é que os Estados Unidos aliviem, nos próximos dias, as tarifas sobre o café e as frutas, que são os setores mais afetados pela medida.

Na terça-feira (11), o presidente Donald Trump também afirmou, em entrevista à Fox News, que pretende diminuir tarifas sobre a importação de café, embora não tenha especificado quais países seriam beneficiados nem o prazo para a mudança. Atualmente, o Brasil é um dos principais exportadores do grão para os EUA, mas enfrenta a taxa de 50% desde agosto, o que elevou os custos e impactou os preços do produto no mercado americano.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o setor está otimista em relação ao encontro de Vieira e Rubio. “A expectativa é absolutamente positiva”, afirmou o presidente da entidade, Pavel Cardoso. “Esperamos que nesses próximos dois dias, entre hoje e amanhã, nós teremos sim alguma notícia positiva.”

Cardoso lembrou que o café brasileiro representa cerca de um terço do consumo americano e que a relação comercial entre os dois países supera 150 anos. Segundo ele, muitos contratos de exportação foram apenas suspensos à espera de uma definição. “Com a redução ou eliminação das tarifas, o Brasil está pronto para atender à demanda, sem risco de desabastecimento”, disse.

A ABIC também vê a questão como estratégica para os Estados Unidos, já que o aumento do preço do café tem contribuído para a inflação de alimentos no país. “O café teve um impacto de 38% na alta do CPI nos últimos três meses”, observou Cardoso. “Isso reforça a prioridade de resolver essa questão.”

Naty Falla

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