Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Tarifas dos EUA e instabilidade fiscal limitam ação do Banco Central, diz especialista
Publicado 05/08/2025 • 14:49 | Atualizado há 2 horas
Trump diz que tarifa sobre remédios pode chegar a até 250%
Aramco registra queda na receita no 2º trimestre, mas projeta aumento na demanda de petróleo
Vendas da Tesla no Reino Unido e na Alemanha caem mais de 55%, enquanto a chinesa BYD dispara
Pfizer eleva projeção de lucro para 2025 com cortes de custos e resultados trimestrais fortes
Trump diz que JPMorgan Chase e Bank of America o rejeitaram como cliente
Publicado 05/08/2025 • 14:49 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
O economista e CEO da Amero Consulting, Igor Lucena, afirmou que o cenário econômico atual apresenta limitações tanto internas quanto externas para uma agenda de flexibilização monetária no Brasil.
Em entrevista ao Money Times Brasil, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, ele avaliou os efeitos da ata do Banco Central, o impacto das tarifas norte-americanas e os desdobramentos possíveis no mercado interno.
Segundo Lucena, a manutenção da taxa Selic em 15% já era esperada, mas a ata trouxe sinalizações relevantes. “O mais importante da própria ata é o que ela está dizendo na íntegra, os pontos principais que são difíceis para programar isso”, afirmou.
Entre os fatores destacados, Lucena apontou os impactos do novo sistema de tarifas dos Estados Unidos, especialmente em produtos brasileiros como o gás. De acordo com ele, essa medida pode reduzir a capacidade de exportação do país e gerar efeitos inflacionários. “Isso faz com que a gente perca mercado dos consumidores e diminua o nível de investimento”, disse. Ele também mencionou o risco de aumento da demanda interna por alguns produtos, o que poderia pressionar os preços localmente.
Lucena ressaltou que o cenário fiscal brasileiro também contribui para as dificuldades econômicas. Ele citou o acúmulo de impostos em alguns estados e problemas relacionados a precatórios. “Você tem um fiscal que não está ajudando”, comentou.
Ele alertou que eventuais medidas de compensação aos setores afetados pelas tarifas — como subsídios ou redução de impostos — poderiam aumentar ainda mais a pressão sobre as contas públicas. “Tudo isso é parte da conta pública e faz com que não haja espaço no Banco Central”, concluiu.
A avaliação é de que o cenário atual deve se manter até o fim do ano, com limitações para cortes na taxa de juros. “O Banco Central não fez espaço para uma agenda positiva de redução de juros”, avaliou.
Leia mais:
Itamaraty prepara resposta aos EUA sobre tarifa de 50% e investigação do PIX
Lucena também analisou a possibilidade de que setores prejudicados pelas barreiras comerciais passem a direcionar sua produção ao mercado interno. Segundo ele, isso dependerá do tipo de produto. No setor agrícola, por exemplo, o risco seria a queda excessiva de preços, o que poderia gerar prejuízos. “Muitos produtores vão preferir perder safra do que impactar os preços internos a ponto de que os prejuízos sejam ainda maiores”, afirmou.
No caso de produtos manufaturados, o economista avaliou que o mercado brasileiro não tem capacidade de absorção significativa. Ele explicou que o redirecionamento para o mercado interno seria temporário e feito com cautela pelos exportadores. “Qualquer exportador tem grande receio de aumentar demais a oferta interna e gerar preços abaixo do custo”, disse.
Questionado sobre como pequenos investidores podem se proteger no cenário atual, Igor Lucena recomendou foco em renda fixa no mercado brasileiro. “O mercado de renda fixa atual está caro, então quem estiver esperando para financiar casa, por exemplo, deve aguardar”, orientou.
Para investidores com perfil de maior exposição internacional, Lucena apontou oportunidades nos mercados acionários americano e europeu. Ele observou que, apesar das incertezas políticas nos EUA, as ações têm mantido trajetória de valorização. “Mesmo que haja uma correção no próximo mês, o mercado de renda variável no exterior segue atrativo”, afirmou.
Lucena concluiu que carteiras com equilíbrio entre renda fixa no Brasil e renda variável no exterior têm se mostrado mais eficientes em preservar valor e garantir proteção diante das instabilidades recentes.
—
📌ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
EXCLUSIVO CNBC: Trump diz estar otimista sobre acordo com a China; quer terceiro mandato; e indica favoritos ao Fed
Tarifaço não afeta Embraer, que tem resultado histórico, com recorde em receitas e pedidos
EUA condenam prisão domiciliar de Bolsonaro e atacam Moraes: “abusador de direitos humanos”
Índia reage às ameaças de Trump e critica EUA e União Europeia por comércio com a Rússia
iFood anuncia R$ 17 bilhões em investimentos no Brasil até março de 2026