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Trump assustou a Europa com estratégia de segurança nacional, o que não é ruim, diz ex-diretor da CIA
Publicado 12/12/2025 • 07:23 | Atualizado há 10 minutos
Publicado 12/12/2025 • 07:23 | Atualizado há 10 minutos
KEY POINTS
Adam Jeffery / CNBC
General David Petraeus, ex-diretor da CIA, ex-comandante do Comando Central e comandante norte-americano no Iraque
A nova estratégia de segurança nacional da Casa Branca assustou a Europa na semana passada ao alertar que a região enfrentava um “apagamento civilizacional” e questionar se poderia permanecer uma parceira geopolítica para os Estados Unidos. O documento chocou aliados no continente ao criticar seus líderes como “fracos” e atacar a postura da região sobre imigração, democracia e liberdade de expressão, acrescentando que seu poder econômico e militar estava diminuindo.
“Está longe de ser óbvio se certos países europeus terão economias e exércitos fortes o suficiente para permanecerem aliados confiáveis”, diz o texto, observando ainda que a região sofre de falta de autoconfiança. O documento também pedia que os EUA restabelecessem a “estabilidade estratégica” com a Rússia, apesar da guerra contra a Ucrânia.
No entanto, David Petraeus, ex-diretor da CIA e general de quatro estrelas do Exército dos EUA, disse à CNBC que não era ruim para as nações europeias receberem um “choque de realidade” para cuidarem de sua defesa e segurança.
A estratégia foi, “de certa forma, ir para cima dos europeus, mas, francamente, alguns dos europeus precisavam ser cobrados, porque assisti a quatro presidentes diferentes tentarem exortar os europeus a fazerem mais por sua própria defesa e agora isso está realmente acontecendo”, disse ele a Dan Murphy, da CNBC, em Abu Dhabi na quinta-feira.
Petraeus disse que o presidente Donald Trump foi “muito, muito substancial” em fazer os europeus gastarem mais em defesa. “Ele conseguiu que eles se comprometessem com o que deveriam ter feito anos atrás”, afirmou. O general apontou que os membros europeus da OTAN concordaram, no início deste ano, em aumentar os gastos com defesa para 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), após pressão contínua da administração Trump.
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‘Putin não vai ceder’
Os comentários de Petraeus surgem enquanto continuam os esforços diplomáticos para acabar com a guerra na Ucrânia, com autoridades dos EUA mantendo conversas sobre propostas de paz com contrapartes russas e ucranianas nas últimas semanas. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia, e seus aliados europeus, promoveram diferentes planos de paz com demandas contraditórias e “linhas vermelhas”.
Os maiores obstáculos para a paz continuam sendo as divergências sobre garantias de segurança pós-guerra para a Ucrânia e as demandas russas de que Kiev ceda a região leste de Donbas. Washington estaria instando ambos os lados a chegar a um acordo antes do Natal, mas também há ceticismo de que isso seja possível. A Rússia, enquanto isso, parece estar aproveitando a pressão crescente que a Europa e a Ucrânia sofrem por parte de Washington.
Petraeus disse ter pouca fé de que a Rússia possa transigir em um plano de paz, com Putin mostrando poucos sinais de compromisso sobre objetivos de guerra como controle territorial, mudança de regime e uma Ucrânia “desmilitarizada” sem perspectiva de adesão à OTAN.
“Estou encorajado por haver um esforço impulsionado pelos Estados Unidos e apoiado pelo presidente Trump, pessoalmente, em muitos aspectos, e por seus negociadores diretos para tentar pôr fim à guerra. Não estou encorajado pela resposta de Moscou”, disse Petraeus. “Vladimir Putin apenas continua a reiterar que seus objetivos são os objetivos maximalistas que ele manteve o tempo todo, o que essencialmente nega a independência à Ucrânia. Ele quer colocar um presidente pró-Rússia para substituir o presidente Zelensky… Ele quer desmilitarizar a Ucrânia [e]… ele quer receber terras que estão na área mais fortificada da Ucrânia”, acrescentou. Putin “não vai ceder”, completou Petraeus.
Ativos congelados
Os aliados europeus da Ucrânia têm buscado maneiras de continuar financiando sua guerra contra a Rússia, bem como considerado sua eventual reconstrução pós-guerra, que provavelmente custará mais de US$ 500 bilhões, segundo as Nações Unidas, além de reparações russas.
Acredita-se que a UE esteja perto de um acordo para mobilizar uma parte considerável dos estimados 210 bilhões de euros (cerca de US$ 244 bilhões) em ativos soberanos russos atualmente congelados em instituições financeiras europeias. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniu-se com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas, Bélgica, em 9 de dezembro de 2025.
Existem, no entanto, preocupações sobre as ramificações legais e a potencial retaliação de Moscou; o chefe do conselho de segurança da Rússia alertou na semana passada que usar ativos russos seria equivalente a uma justificativa para a guerra.
Petraeus disse que, se a UE avançasse com o uso das reservas russas congeladas, isso seria um “divisor de águas”. “Já ouvimos falar de muitos divisores de águas antes. Nunca comprei essa ideia. Mas… US$ 200 bilhões ou mesmo 100 bilhões de euros em dinheiro para a Ucrânia seriam um divisor de águas. Isso resolve seus problemas fiscais e econômicos por alguns anos”, concluiu.
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