O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou neste domingo (22) que o país “não está em guerra com o Irã”, mas com o programa de armas nucleares de Teerã. Vance também evitou garantir que os locais nucleares iranianos tenham sido totalmente destruídos após os ataques aéreos norte-americanos realizados no sábado (21).
“Estamos em guerra com o programa nuclear do Irã”, declarou Vance em entrevista à NBC News, do mesmo grupo da CNBC.
A ofensiva, anunciada pelo presidente Donald Trump, foi a primeira ação militar direta dos EUA contra instalações nucleares iranianas. O ataque gerou temores de um possível envolvimento em um conflito regional de maior escala. Horas depois, o Irã retaliou com ataques contra Israel, causando danos em Tel Aviv.
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Questionado se havia 100% de certeza sobre a destruição total dos locais nucleares iranianos, Vance respondeu: “Não vou entrar em detalhes sensíveis sobre as informações de inteligência que temos em solo no Irã, mas vimos muita coisa e estou muito confiante de que conseguimos atrasar substancialmente o desenvolvimento de uma arma nuclear. E esse era o objetivo deste ataque.”
Ainda durante a entrevista, o vice-presidente afirmou: “Destruímos o programa nuclear iraniano. Acredito que atrasamos significativamente esse programa.”
Na noite de sábado, Trump havia declarado que as instalações nucleares do Irã foram “completamente e totalmente obliteradas”. No entanto, no domingo, um parlamentar iraniano afirmou que o complexo de Fordo não foi seriamente danificado no ataque. A NBC News não conseguiu verificar de forma independente nenhuma das declarações.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, reforçou no domingo que “as ambições nucleares do Irã foram obliteradas”.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que o país “reserva todas as opções” para a resposta aos ataques. Trump, por sua vez, alertou no Truth Social que “qualquer retaliação do Irã contra os Estados Unidos da América será enfrentada com uma força muito maior do que a que foi vista esta noite.”
Segundo Vance, os EUA já receberam “algumas mensagens indiretas dos iranianos” desde o ataque.
Indagado se os EUA traçariam uma linha vermelha caso o Irã tentasse interromper o tráfego no Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de transporte de petróleo do mundo, o vice-presidente disse que tal movimento seria “suicida” para o país persa.
“A economia deles depende totalmente do Estreito de Ormuz. Se quiserem destruir a própria economia e causar perturbações globais, essa será uma decisão deles. Mas por que fariam isso? Não faz sentido”, afirmou.
Vance reiterou que Washington busca um acordo de paz com o Irã, “desde que eles não tenham um programa de armas nucleares”. Ele também rejeitou a ideia de que os EUA teriam “destruído” as tentativas diplomáticas, responsabilizando Teerã por não ter dado “uma chance real” à diplomacia.
“Os iranianos claramente não são bons em guerra. Talvez devessem seguir o exemplo do presidente Trump e dar uma chance à paz”, disse o vice-presidente. “Se eles estiverem realmente dispostos, garanto que o presidente dos Estados Unidos também estará.”
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