Novo Nordisk

CNBC Ações da Novo Nordisk sobem após lucro acima do esperado e aumento nas vendas do Wegovy

Mundo

Von der Leyen participa de cúpula UE-Mercosul e busca avanço em acordo comercial

Publicado 05/12/2024 • 10:35

AFP

KEY POINTS

  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou sua participação na cúpula do Mercosul, em Montevidéu
  • A presença de Von der Leyen reafirma que o aguardado acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano está próximo de ser concretizado.
  • O tratado, discutido desde 1999, tem como objetivo eliminar a maioria das tarifas alfandegárias entre os blocos, criando um mercado integrado com mais de 700 milhões de consumidores.
Ursula Von der Leyen

Ursula Von der Leyen

Foto: Nicolas TUCAT / AFP

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta quinta-feira (5) sua participação na cúpula do Mercosul, em Montevidéu, reafirmando que o aguardado acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano está próximo de ser concretizado.

“Chegando à América Latina”, escreveu Von der Leyen na plataforma X, antes da reunião na capital uruguaia. “A linha de chegada para o acordo UE-Mercosul está à vista. Vamos trabalhar e concluí-lo”, acrescentou.

Apesar da oposição de países como a França, que critica os impactos ambientais e econômicos do tratado, a Comissão Europeia busca finalizar as negociações iniciadas há mais de 20 anos com Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O tratado, discutido desde 1999, tem como objetivo eliminar a maioria das tarifas alfandegárias entre os blocos, criando um mercado integrado com mais de 700 milhões de consumidores.

Pressão pela conclusão do acordo

Defensora do pacto, Von der Leyen destacou que o acordo representaria a maior parceria comercial e de investimentos já vista. “Seria a maior parceria comercial e de investimentos do mundo”, disse em publicação durante o trajeto para Montevidéu.

Acordado politicamente em junho de 2019, o tratado enfrenta resistência para ratificação devido a preocupações de países como a França. No entanto, uma maioria de Estados-membros da UE, liderados por Alemanha e Espanha, pressiona pela conclusão do acordo o quanto antes.

O pacto facilitaria a exportação de automóveis, máquinas e produtos farmacêuticos da UE, enquanto permitiria aos países sul-americanos vender carne, açúcar, arroz, mel, soja e outros produtos com menos barreiras.

Preocupações ambientais e oposição de ONGs

Grupos ambientalistas e ativistas de esquerda alertam que a criação de uma ampla zona de livre-comércio pode acelerar o desmatamento na Amazônia e intensificar a crise climática devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa.

O Greenpeace classificou o texto como “desastroso” para o meio ambiente, afirmando que ele prioriza “lucros corporativos” em detrimento da sustentabilidade.

Desafios políticos

O presidente francês, Emmanuel Macron, rejeita o acordo em sua forma atual, alegando que ele deve estar alinhado com o Acordo de Paris sobre o clima e oferecer mais proteção aos agricultores europeus, que têm protestado contra as consequências econômicas do pacto.

Líderes de outros países, como o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, também expressaram oposição, reforçando a necessidade de ajustes no texto.

Por outro lado, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, defensor do tratado, afirmou que “se os franceses não quiserem o acordo, eles não decidem mais nada. Quem decide é a Comissão Europeia”.

Sob os tratados da UE, a Comissão Europeia é a única entidade com autoridade para negociar acordos comerciais em nome dos 27 Estados-membros. Contudo, o acordo só será efetivado após a ratificação por pelo menos 15 países, representando 65% da população da União Europeia, além da aprovação no Parlamento Europeu.

Incertezas permanecem

A Itália, Áustria e Países Baixos manifestaram reservas, com o ministro da Agricultura italiano, Francesco Lollobrigida, afirmando que os agricultores sul-americanos devem cumprir as mesmas obrigações que os europeus.

Para barrar o tratado, a França precisa do apoio de três países que, juntos, representem mais de 35% da população da UE — algo viável com o respaldo de Itália e Polônia.

Enquanto isso, líderes europeus e sul-americanos continuam as negociações em Montevidéu, tentando superar os entraves políticos e comerciais.

MAIS EM Mundo