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Publicado 11/12/2024 • 09:33
KEY POINTS
Imagem ilustrativa
Pexels
Sherri Carpineto tem experiência suficiente no mercado corporativo dos Estados Unidos para saber que equilibrar trabalho e vida pessoal pode parecer impossível. Aos 48 anos, Carpineto é diretora sênior de operações em uma empresa de saúde em Boston.
Com mais de 20 anos de carreira, ela aprendeu a importância de estabelecer limites claros em relação a períodos de folga remunerada.
Dois anos atrás, ela recebeu uma oferta para ocupar um cargo de vice-presidência em uma empresa de saúde, com um aumento salarial de 25%. No entanto, a política da empresa oferecia apenas 10 dias de folga remunerada — incluindo férias e licenças médicas —, o que não compensaria a perda de flexibilidade, segundo Carpineto.
Na época, ela já ocupava um cargo que gostava quando um recrutador a convidou para entrevistar-se para um cargo de alto nível em operações em outra empresa. Curiosa, ela aceitou.
Durante a entrevista, entretanto, Carpineto percebeu um alerta quando o CEO mencionou que enfrentava dificuldades em equilibrar trabalho e vida pessoal e que as políticas da empresa não ajudavam muito nesse aspecto. Apesar do sinal de alerta, ela prosseguiu no processo seletivo e recebeu uma oferta.
Carpineto admite que o salário oferecido era “generoso” e representava um aumento de aproximadamente 25% em relação ao emprego anterior. No entanto, ao revisar os benefícios, descobriu a política de apenas 10 dias de folga remunerada, o que para ela era inviável.
Gerenciar o tempo livre durante o período escolar de seus dois filhos, então com 12 e 15 anos, já consumiria esses 10 dias, sem espaço para imprevistos como doenças ou outras necessidades.
“Para mim, como mãe de dois meninos, ter a flexibilidade de mais de 10 dias de folga ao ano era algo essencial”, explica Carpineto, que também cuidava de sua mãe doente na época.
Ela tentou negociar mais dias de folga remunerada, já que estava acostumada a pelo menos 15 dias por ano em trabalhos anteriores. Também tentou incluir no contrato a possibilidade de tirar de uma a duas semanas de licença não remunerada, caso necessário, mas a empresa não aceitou.
Além disso, o recrutador pediu que ela tomasse uma decisão em apenas um dia, o que a deixou desconfortável.
A possibilidade de um aumento salarial significativo tornou a decisão mais difícil, mas Carpineto optou por recusar a oferta. Ela acredita que a discussão sobre folgas foi um reflexo de que ela e a empresa não eram compatíveis.
“Essas políticas mostram o que a empresa valoriza e como ela valoriza seus funcionários”, afirma Carpineto. “Saber que confiam em você e oferecem essa flexibilidade é o tipo de ambiente em que quero trabalhar nesta fase da minha carreira.”
Ela também temia que a falta de flexibilidade prejudicasse seu papel como gestora. “Sou uma pessoa de alta performance e espero bons resultados de quem trabalha comigo”, diz. “Mas também acredito firmemente que o trabalho não deve comprometer o tempo em família. Trabalhar em um ambiente assim não era algo que me interessava.”
Carpineto reconhece que estava em uma posição privilegiada para recusar o trabalho sem enfrentar dificuldades financeiras. Para trabalhadores desempregados ou aqueles em busca de melhores condições, pode ser mais difícil ter essa mesma alavancagem.
Ainda assim, ela incentiva quem está em busca de um emprego a ter clareza sobre o que realmente precisa em um cargo.
“Defina o que é essencial e o que seria um diferencial, seja em relação ao cargo, à empresa ou aos benefícios oferecidos”, aconselha Carpineto. “Priorize e mantenha-se firme, seja em relação a um salário específico, bons benefícios de saúde, oportunidades de crescimento ou qualquer outro aspecto.”
E conclui: “Se algo é prioridade, peça por isso. Se você não pedir, não vai conseguir.”
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