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Mercado de luxo: Brasil está entre os dez no mundo que mais crescem. Alta deve ser de 22% em cinco anos

Publicado 03/01/2025 • 17:02

DC News

KEY POINTS

  • Indústria de luxo deve alcançar faturamento global de cerca de US$ 1,7 trilhão em 2030.
  • Para 2025, segmento deve crescer 7%. Gerações Millenial e Z são destacadas no estudo como protagonistas do mercado de luxo.
  • O Euromonitor International considera que o aquecimento do mercado de luxo brasileiro se deve a fatores como a recuperação do poder de compra entre os consumidores de luxo e o aumento na capacidade de compra das gerações millennial e Z.

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O relatório Luxury Lab Global 2024, da Euromonitor International, afirma que o mercado de luxo, o que inclui varejo e serviços como viagens, deve atingir um faturamento global de cerca de US$ 1,4 trilhão em 2024, chegando a US$ 1,7 trilhão em 2030. O Brasil é destacado no estudo como o nono num ranking entre os 10 mercados que mais crescem. A lista é composta por (na ordem): China, Malásia, Tailândia, Indonésia, Índia, Filipinas, Romênia, México, Brasil e Hong Kong. Este segmento no país também é destaque quando analisado em tamanho sobre o regional. O país representa 25% do mercado de luxo na América Latina mais o México. O documento ainda diz que a expectativa é de crescimento de 7% em 2025 e alta de 22% nos próximos cinco anos aqui.

O Euromonitor International considera que o aquecimento do mercado de luxo brasileiro se deve a fatores como a recuperação do poder de compra entre os consumidores de luxo e o aumento na capacidade de compra das gerações millennial e Z. Além disso, a busca por itens e experiências exclusivos tem levado mais gente a esse tipo de produto e serviço. “O brasileiro tem se mostrado mais atento à experiência e ao significado por trás das marcas de luxo”, afirmou Fflur Roberts, chefe global de pesquisa de bens de luxo da Euromonitor International.

10 mercados que mais crescem

As gerações millennial, que inclui indivíduos nascidos entre 1981 e 1996, e a Z, composta por aqueles nascidos após 1997, destacam-se como protagonistas no futuro do mercado de luxo para os analistas, especialmente com a expectativa de um crescimento de renda de dois dígitos até 2040. Esse panorama reflete uma mudança nas preferências e comportamentos dos consumidores. A pesquisa indica que 33% dos consumidores de alta renda no Brasil preferem comprar de empresas que possuam um propósito claro e uma identidade de marca sólida.

Além disso, uma tendência que se destaca, de acordo com os analistas, é o crescente interesse dos consumidores brasileiros de alta renda em experiências, como hospitalidade e gastronomia. De acordo com dados, 53% dessa população planejam aumentar seus gastos nesses setores nos próximos anos. No país, o setor de luxo pessoal deve crescer 20% entre 2024 e 2029, o setor de hospitalidade não deve crescer em cinco anos, o de bebidas deve crescer 13%, e o de carros, 21%. 

Consumo online e offline

Em relação ao formato de consumo, o documento diz que o mercado de luxo brasileiro é moldado por uma busca por inovação tecnológica e experiências personalizadas. “As vendas online de bens de luxo pessoais no país cresceram 261% entre 2019 e 2024”, diz o Euromonitor. Apesar disso, o apelo das lojas físicas permanece forte. Para 46% dos consumidores de alta renda no Brasil, a possibilidade de ver e experimentar produtos antes de comprar é a principal motivação para compras presenciais. Isso mostra a importância das estratégias omnichannel, que tem ganhado forças no varejo nos últimos anos. Outras motivações para as compras nas lojas físicas são: uso de programa de fidelidade, experiência de lojas inovadoras, conselhos do consultor de vendas, nas lojas há mais confiança e compra imediata. 

Segundo o estudo, harmonizar uma experiência multicanal tem se mostrado um desafio complexo para as marcas de luxo. A jornada de compra dos consumidores tem se tornado mais fragmentada e, muitas vezes, mais difícil de acompanhar, tanto para os varejistas quanto para os próprios consumidores. Fflur Roberts disse que o caminho para a compra não é mais linear, e as marcas precisam entender como integrar seus diversos canais de forma fluida e eficiente. “O foco é na personalização e na conveniência do cliente”, afirmou o executivo. Para muitas empresas, encontrar essa harmonia entre o físico e o digital continua a ser um obstáculo a ser superado.

Ainda sobre tecnologia, o estudo aponta que a inteligência artificial se consolidou como uma das principais prioridades de investimento para marcas de luxo. À medida que as expectativas dos consumidores continuam a crescer, especialmente no que diz respeito à personalização e conveniência, as empresas de luxo estão buscando maneiras de integrar tecnologias avançadas para melhorar suas ofertas digitais, permitindo que canais online tenham uma jornada de compra tão exclusiva quanto a experiência física. A aposta em IA generativa tem como objetivo criar experiências mais dinâmicas e adaptáveis para os consumidores. “Aqueles que conseguirem criar uma experiência de shopping no online, terão a capacidade de impulsionar novos consumos”, afirmou  Fflur Roberts. 

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