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Brasil nem pegou a senha para a fila
Publicado 25/07/2025 • 17:49 | Atualizado há 3 semanas
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Publicado 25/07/2025 • 17:49 | Atualizado há 3 semanas
A entrevista em 23 de julho no Jornal Times Brasil com o ex-embaixador Rubens Barbosa deixou uma coisa clara: existe um canal comercial, negocial, que se vale de dados, argumentos — às vezes até racionais. Nele se discutem déficits, aberturas de mercado, ganhos unilaterais ou — quem sabe — até mútuos.
Mas acima disso, paira o canal diplomático. É aí que tudo emperra. O canal está obstruído, e de parte a parte. O comércio virou arma geopolítica e extensão da ideologia. Os EUA, unilateralmente, jogaram pesado. O Brasil, que não desce do palanque, responde com provocações. A racionalidade virou coadjuvante.
O acordo divulgado ontem entre EUA e Japão lança luz sobre esse novo tabuleiro. Não se trata apenas de tarifas. Trata-se de investimentos, influência e redesenho de poder.
Donald Trump entregou o que queria: capital japonês em troca de redução tarifária. O novo acordo entre Estados Unidos e Japão corta tarifas sobre veículos de 27,5% para 15% e evita o início de novas taxações sobre outros produtos japoneses em 1º de agosto. Em contrapartida, Tóquio ofereceu um pacote de investimentos e compras estimado em US$ 550 bilhões, incluindo:
Wall Street subiu. A bolsa de Tóquio disparou. Toyota e Honda avançaram mais de 10% e o Nikkei teve seu melhor desempenho em um ano. A euforia se espalhou para montadoras coreanas e europeias, na esperança de acordos semelhantes.
A tarifa de 15% concedida ao Japão criou distorção. Tóquio agora tem acesso preferencial. Pequim segue com 25%. Mas o protesto mais ruidoso veio de dentro: montadoras americanas como GM, Ford e Stellantis — que produzem no México e no Canadá com alto conteúdo dos EUA — continuam pagando 25% para vender no próprio mercado americano.
A American Automotive Policy Council foi direta: “é um mau negócio para a indústria e para os trabalhadores dos EUA.” Trump premiou quem tem pouco conteúdo local e penalizou quem opera sob as regras do USMCA. No novo mundo tarifário, a lógica é conveniência.
Trump já mira o próximo alvo. “Temos a Europa chegando amanhã”, declarou na terça-feira. A ameaça: tarifas de 30% sobre exportações europeias aos EUA a partir de 1º de agosto. A UE tenta uma solução rápida. Maros Sefcovic, comissário europeu, se reúne com o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick.
Enquanto Ursula von der Leyen e António Costa voam para Tóquio e depois para Pequim, o bloco tenta aplicar o “modelo Tóquio”: aceitar uma tarifa-base de 15% em troca de isenções setoriais — especialmente em automóveis e tecnologia.
Segundo o Deutsche Bank, o acordo EUA-Japão elevou as chances de um desfecho similar com a UE. O Citi chamou atenção: não houve limite à exportação japonesa de veículos. Isso abre precedente para Europa e Coreia do Sul.
Automóveis estão entre os três principais produtos exportados pela UE aos EUA. O Stoxx 600 subiu 1%, puxado pelas montadoras (+3,5%).
Se estiver, deve ser o último. Isso se tirou senha.
O Brasil opera como satélite dos BRICS. Sonha com salvação vinda da China. Agora, com o ataque tarifário de Trump — aliado do arquirrival Bolsonaro —, o governo atual ganha combustível para convocar a população à luta contra o "inimigo imperialista".
Alguns setores vão sangrar. Empregos serão varridos. Mas para o governo, é um sacrifício justo. Se o “mal” é os EUA, então o “bem” vence — mesmo que o país perca.
O Japão correu. A Europa se mexe. A Ásia negocia.
O Brasil observa.
Acredita ser um player global, sob a liderança de seu "estadista-mor de plantão".
Combate os EUA com retórica ideológica.
Afunda-se nos braços da China, da Rússia, do Irã.
E enquanto isso, um acordo Mercosul-UE surge para sustentar o discurso.
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