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Desemprego recua a 5,8%, mas a régua mudou
Publicado 31/07/2025 • 21:38 | Atualizado há 3 semanas
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Publicado 31/07/2025 • 21:38 | Atualizado há 3 semanas
Pela primeira vez na história da PNAD Contínua, o desemprego no Brasil ficou abaixo dos 6%. O IBGE informou que a taxa de desocupação no trimestre encerrado em junho foi de 5,8%, a menor da série iniciada em 2012. Um número forte. Mas antes de celebrarmos a estatística, convém entender o que ela realmente mede — e, principalmente, o que mudou na régua.
O número de 5,8% já incorpora a reponderação da PNAD, feita com base nas estimativas populacionais atualizadas pelo Censo 2022. Segundo o IBGE, essas estimativas corrigiram para baixo a população brasileira, hoje calculada em cerca de 212,6 milhões de habitantes — menos do que os 216,9 milhões estimados anteriormente. Isso afeta diretamente o denominador das principais proporções da pesquisa, incluindo a taxa de desocupação.
Segundo o próprio IBGE, os dados de todos os trimestres anteriores da PNAD foram atualizados com base nessa nova estimativa. A metodologia se manteve, mas a base populacional mudou. Isso significa que a comparação com anos anteriores — embora ainda possível — exige cuidado. Estamos olhando para o mesmo país com uma nova lente.
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É fato que o mercado de trabalho está mais aquecido. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior:
A população ocupada atingiu 102,3 milhões de 99,8 milhões — o maior número já registrado, um aumento de 2,4 milhões, ou 2,4%.
A renda média real subiu para R$ 3.477, também recorde, de R$3.367, crescimento de 3,3%.
Por consequência, a massa de rendimento real atingiu R$ 351,2 bilhões, de R$ 331,5 bilhões, um aumento de R$ 19,7 bilhões, ou 5,9%.
Porém o recuo de 1,2 ponto percentual no desemprego desde março (de 7% para 5,8%) é parcialmente impulsionado por fatores estatísticos.
Com um crescimento da força de trabalho de apenas 0,45 milhões de pessoas (0,46%), houve aumento de 1,8 milhão de ocupados no trimestre (1,8%), enquanto o número de desocupados caiu 1,3 milhão (17,35%).
Com aumento enorme da ocupação e da desocupação, sem aumento proporcional do universo da força de trabalho, a taxa de desocupação que é calculada como o numero de desocupados dividido pela força de trabalho, cai de forma desproporcional.
Do trimestre anterior encerrado em março de 2025 para este encerrado em junho de 2025, a taxa de desocupação despencou de 7% para 5,8%, uma queda estrondosa de 1,2%.
A reponderação do IBGE é tecnicamente correta. Reflete um dever metodológico diante de novos dados censitários. O problema é o uso político da estatística. A taxa de 5,8% será exaltada como prova de sucesso econômico, quando, na verdade, é parcialmente resultado de um ajuste demográfico.
Faz parte do jogo. Mas cabe a quem analisa — e a quem governa — reconhecer que política pública não se mede apenas por número isolado, muito menos por número recém-recalculado.
Vale lembrar que 38,7 milhões de trabalhadores ainda estão na informalidade. A taxa segue próxima de 37,8%, praticamente estável em relação ao trimestre móvel anterior (38,0%) e abaixo se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior (38,7%).
Isso significa que o desemprego caiu, sim — mas o subemprego e a precariedade seguem altos. Queda nas taxas de desemprego impulsionam a renda real e a formalidade, o que é uma ótima notícia.
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