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“Não queremos briga, queremos negociar, queremos fazer comércio”, diz Lula em discurso
Publicado 28/07/2025 • 12:44 | Atualizado há 18 horas
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Publicado 28/07/2025 • 12:44 | Atualizado há 18 horas
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Presidente Lula.
Durante cerimônia de inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ) nesta segunda-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à postura do governo norte-americano diante da possibilidade de aplicação de tarifas contra o Brasil. Ao tratar do tema, Lula reafirmou o compromisso do país com a diplomacia e o comércio internacional.
“Não queremos briga, queremos negociar, queremos fazer comércio”, afirmou o presidente.
O pronunciamento ocorre em meio a tensões comerciais entre os dois países. Segundo Lula, a atitude de parte do governo norte-americano — especialmente de aliados do presidente Donald Trump — seria uma “traição ao povo brasileiro” ao propor a taxação de até 50% sobre produtos brasileiros.
“É triste que tenha acontecido isso. A relação do Brasil com os Estados Unidos é muito séria. São 201 anos de relação diplomática. Já me relacionei com Clinton, Bush, Obama, Hillary, Biden… sempre com respeito mútuo”, destacou Lula, reforçando que divergências devem ser tratadas com diálogo, e não com medidas unilaterais.
Lula também aproveitou a ocasião para destacar avanços na política de comércio exterior. De acordo com o presidente, o Brasil abriu 398 novos mercados internacionais desde o início de seu atual mandato. A expectativa, segundo ele, é alcançar a marca de 400 ainda este ano.
“Abrir mercado não é fácil. É muita carta, muito telefonema. Eu mando carta pra todo presidente. Se tem uma coisa que ninguém me pega é com preguiça de conversar”, disse.
Ao comentar a tentativa de setores dos Estados Unidos de impor barreiras ao Brasil, Lula foi enfático ao criticar o que chamou de “falta de patriotismo” por parte de figuras da política brasileira que defendem interesses estrangeiros.
“O cara fazia campanha enrolado na bandeira nacional, dizia ‘Brasil acima de tudo’, e agora se curva aos interesses dos Estados Unidos. Isso é uma falta de caráter, de patriotismo”, afirmou.
Apesar das críticas, o presidente reiterou que o Brasil segue aberto ao diálogo e à cooperação internacional. “Nós não temos contencioso com ninguém. O último foi a Guerra do Paraguai, e ainda assim porque invadiram Corumbá. Nós queremos é conversar, negociar e crescer com o mundo.”
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Lula também afirmou que o Brasil precisa mapear e controlar as riquezas do próprio subsolo diante do crescente interesse internacional por minerais estratégicos. O discurso ocorre em um momento de revalorização global de matérias-primas essenciais à transição energética e à indústria tecnológica, como terras raras e outros chamados “minerais críticos”.
“Se eu nem conheço esse mineral e ele já é crítico, eu vou deixar pra outro pegar? Aquilo é nosso. Aquilo é de uma pessoa chamada povo brasileiro.”
Lula disse que países como os Estados Unidos já manifestaram interesse em explorar esses recursos, inclusive no território brasileiro. Ele defendeu que o Estado brasileiro tenha papel ativo na regulação da exploração mineral e anunciou a criação de uma comissão especial para identificar os tipos de riquezas existentes no solo e subsolo nacional.
Segundo o presidente, o país conhece apenas cerca de 30% do próprio potencial mineral. “Nós temos 70% das nossas riquezas que ainda não foram pesquisadas”, afirmou. A comissão terá como objetivo estabelecer diretrizes para que empresas só possam explorar essas áreas mediante autorização estatal e sob condições de controle público. “A hora que a gente der autorização pra uma empresa, o que ela achar não pode vender sem conversar com o governo.”
Ao abordar temas como biodiesel, hidrogênio verde e minerais estratégicos, Lula ressaltou que o Brasil possui condições naturais que o colocam em posição privilegiada na transição energética global. Para ele, é necessário assegurar que esse potencial seja usado para o desenvolvimento interno, com geração de riqueza e soberania.
O presidente também ironizou o conceito de “minerais críticos”, dizendo que, para grande parte da população, o termo ainda é desconhecido. “Tudo isso é novidade. Se pra um geólogo era coisa antiga, pra nós normais do planeta Terra, tudo isso é novidade.”
O discurso também abordou a expansão da rede federal de ensino técnico. Lula destacou que seu governo foi responsável pela maior ampliação já feita de universidades e escolas técnicas no país. “Em 100 anos fizeram 140 institutos. Nós, em menos de 15 anos, vamos entregar 782 Institutos Federais espalhados pelo país.”
Ele defendeu que a qualificação da juventude é um dos pilares para o desenvolvimento econômico e para o aumento da competitividade brasileira em escala e qualidade. “É a qualificação do nosso povo que vai garantir a competitividade do Brasil.”
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