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Análise Exclusiva Marcelo Favalli

Mesmo com acordo, nova tarifa dos EUA chega em momento delicado para União Europeia

Publicado 29/07/2025 • 06:49 | Atualizado há 2 meses

Foto de Marcelo Favalli

Marcelo Favalli

Marcelo Favalli além de jornalista é Mestre em Relações Internacionais pela PUC e professor nos cursos de pós-graduação de Política Contemporânea, da FAAP e do MBA em Comunicação e Política da USP. Dos 27 anos de profissão, na imprensa, dedicou 18 deles à cobertura estrangeira. Foi correspondente na América Latina e no Estados Unidos.

KEY POINTS

  • A redução da tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos da União Europeia — de 39% para 15% — trouxe algum alívio para exportadores do bloco, mas não elimina os impactos negativos do chamado “tarifaço”.
  • Anunciado após acordo entre Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o novo patamar chega em um momento de fragilidade econômica da Europa e pode comprometer a esperada retomada do crescimento.

A redução da tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos da União Europeia — de 39% para 15% — trouxe algum alívio para exportadores do bloco, mas não elimina os impactos negativos do chamado “tarifaço”. Anunciado após acordo entre Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o novo patamar chega em um momento de fragilidade econômica da Europa e pode comprometer a esperada retomada do crescimento.

As exportações europeias para os EUA somam cifras expressivas em setores estratégicos. Entre os produtos mais afetados estão:

  • Medicamentos e insumos farmacêuticos: US$ 105 bilhões anuais
  • Reatores nucleares e maquinário: US$ 92 bilhões
  • Veículos e autopeças: grandes volumes da Alemanha e Itália
  • Máquinas elétricas e industriais
  • Aeronaves da Airbus

Mesmo com a manutenção da competitividade frente a rivais como China e Índia ainda indefinida, o setor farmacêutico europeu pode perder espaço no maior mercado consumidor do mundo. Já os consumidores americanos devem sentir no bolso o aumento de preços, ainda que de forma gradual.

Impacto direto nos países do bloco

A Alemanha, maior economia da União Europeia, envia cerca de 23% de sua produção industrial para os EUA. O país registrou retração de 0,2% no PIB em 2024, e a elevação de custos nas exportações pode dificultar ainda mais a recuperação. A Itália, segunda maior exportadora europeia para os EUA (com 305 bilhões de euros anuais), também vê risco de desaceleração, com crescimento previsto de apenas 0,7% neste ano. A França, com 17% de sua produção voltada aos EUA, está em situação semelhante.

Um destaque atípico é a Irlanda, que direciona 54% de sua produção para os Estados Unidos. Isso se deve à presença de grandes multinacionais instaladas no país, atraídas por incentivos fiscais. O crescimento irlandês supera o dos vizinhos, mas o país também pode ser atingido pela nova tarifa americana.

Especialistas falam em “perde-perde”

A análise do jornalista Marcelo Favalli ilustra os efeitos da medida como um jogo de perdas para ambos os lados. “É como uma luta de boxe: alguém sai vencedor, mas os dois saem machucados”, disse. Segundo ele, o aumento das tarifas em produtos europeus vai gerar encarecimento no mercado americano e dificultar a competitividade do bloco europeu, especialmente em um contexto de desaceleração econômica global.

A União Europeia apostava em sinais de retomada ainda em 2024, mas o novo pacote tarifário impõe um “balde de água fria” sobre o otimismo econômico.

Próximos capítulos

Embora o acordo tenha evitado uma elevação mais agressiva das tarifas, analistas apontam que o cenário segue instável. A medida ocorre em ano eleitoral nos EUA, com Donald Trump reforçando seu discurso protecionista. O desenrolar das negociações dependerá não só de fatores econômicos, mas também políticos e estratégicos, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

Na prática, os próximos meses devem indicar se o bloco conseguirá absorver o impacto ou se novas medidas retaliatórias serão colocadas na mesa. Como observou Favalli, “ainda estamos longe do gongo final desse embate comercial”.

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