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Resultado do Bradesco sinaliza cautela na expansão de crédito, diz analista da Suno

Publicado 31/07/2025 • 13:52 | Atualizado há 2 meses

KEY POINTS

  • O analista CNPI da Suno Research, Evandro Medeiros, avaliou que o resultado do Bradesco no segundo trimestre surpreendeu positivamente em diferentes frentes, com destaque para a expansão da carteira de crédito e a elevação da receita de serviços.
  • Medeiros destacou, no entanto, que o crescimento da carteira exigiu um aumento no volume de provisões para perdas com crédito.

O analista CNPI da Suno Research, Evandro Medeiros, avaliou que o resultado do Bradesco no segundo trimestre surpreendeu positivamente em diferentes frentes, com destaque para a expansão da carteira de crédito e a elevação da receita de serviços.

Segundo ele, o desempenho foi puxado pelas tarifas relacionadas ao uso de cartões. “Toda vez que você utiliza um cartão de crédito ou até débito, parte daquela transação fica com o banco emissor, um pouco com o adquirente e um pouco com a rede, como Mastercard ou Visa”, afirmou em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

Medeiros destacou, no entanto, que o crescimento da carteira exigiu um aumento no volume de provisões para perdas com crédito. Segundo o analista, o índice de inadimplência do Bradesco se manteve estável em 4,1%, mas a ampliação da concessão obriga o banco a provisionar mais recursos. “Quando um banco expande a originação de crédito, ele precisa fazer mais provisionamento, dado que parte disso não vai ser reavido”, explicou.

Capitalização e rentabilidade

O analista observou que o índice de capital principal do Bradesco encerrou o trimestre em 11,1%. O número é considerado adequado, mas limita a capacidade de expansão agressiva. “Não permitiria uma expansão muito agressiva daqui para frente, a não ser que os resultados continuem melhorando”, disse Medeiros.

Em comparação, ele citou que o Itaú, banco que ainda não divulgou os dados do segundo trimestre, encerrou o primeiro trimestre com um índice de capital principal de 12,7%. “O Itaú é sempre o ‘Best in Class’, como nós chamamos. Espero que esteja próximo disso agora no segundo trimestre”, afirmou.

Sobre o desempenho das ações, Medeiros ponderou que o Bradesco está negociando próximo ao seu valor patrimonial, enquanto o Santander, mesmo com uma leve queda na rentabilidade, mantém um ágio de cerca de 10%. “Na minha concepção, isso contempla um pouco de otimismo”, afirmou.

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Juros, crédito e impacto setorial

Medeiros também comentou os efeitos da taxa Selic elevada, em torno de 15%, sobre a originação de crédito no setor bancário. Ele citou especialmente o impacto no crédito consignado, que possui teto de juros regulado. “O consignado tem um teto que gira em torno de 2%, a depender da modalidade. O cartão de crédito, 2,46%. Já o crédito consignado padrão, 1,85%”, explicou.

Com o CDI elevado e parte dos empréstimos prefixados, o analista afirmou que há compressão de margens, o que leva os bancos a reduzirem a oferta. “Isso se traduz numa originação muito menor”, disse. Ele acrescentou que tanto Bradesco quanto Santander e Banco do Brasil tendem a originar menos crédito nessa categoria.

No segmento rural, Medeiros apontou dificuldades decorrentes da queda no preço da soja, o que pressiona a margem dos produtores. Ele também chamou atenção para o comportamento da inadimplência, que está em torno de 3,5% no sistema financeiro, com alguns segmentos, como o agronegócio, apresentando indicadores mais elevados.

Indicadores de saúde financeira

Ao ser questionado sobre os principais indicadores para avaliar a saúde de um banco, Medeiros destacou dois: o índice de capital principal e o índice de cobertura. O primeiro mede a relação entre ativos ponderados ao risco e o capital de melhor qualidade. Já o segundo relaciona o volume de provisões com os créditos vencidos há mais de 90 dias.

Segundo ele, a queda no índice de cobertura pode exigir novas provisões e impactar diretamente o lucro líquido, ainda que não haja saída de caixa. “Essas provisões impactam diretamente o resultado, mesmo que não saiam do caixa, porque reduzem o patrimônio e afetam a DRE”, explicou. Medeiros informou que o Santander encerrou o trimestre com inadimplência em 3,9% da carteira, o que levou à elevação do volume provisionado.

O analista concluiu que, após ajustes estruturais feitos nos últimos trimestres, a tendência para o setor bancário é de melhorias mais marginais. “O [Marcelo] Noronha pegou um banco com alguns problemas na carteira de crédito. Ele melhorou isso, melhorou a eficiência. Acho que a melhora daqui para frente tende a ser mais marginal”, avaliou.

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