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Paulo Engler, da Abramat: “Cenário para 2026 é incerto por três fatores: Congresso Nacional, orçamento e Selic”
Publicado 02/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 22 horas
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Publicado 02/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 22 horas
KEY POINTS
Foto: Divulgação
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) anunciou, em junho, Paulo Engler como seu novo presidente-executivo, em substituição a Rodrigo Navarro. Segundo a entidade, a nomeação de Engler representa uma nova fase, com foco em diálogo institucional e aprimoramento da qualidade técnica. À Agência DC DC News, Engler disse que o cenário do setor para 2026 ainda é incerto.
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“Acredito que por três fatores: a discussão no Congresso Nacional, o orçamento da União e a taxa Selic.” Para o presidente, todo o mercado está atento a esses pontos e, por seguirem sem solução, é difícil prever como será o próximo ano. “O impasse com os EUA só contribuiu com essa tensão. Precisamos também de clareza em relação à criação do IOF”, afirmou.
De acordo com o presidente, o maior desafio do setor para alavancar o segundo semestre é a macroeconomia. A entidade está se reunindo com os associados para entender como a tarifa pode afetar a área. Engler é advogado com mestrado em Direito Tributário pela PUC-SP e experiência nos setores industrial e jurídico. Nos últimos anos, o executivo esteve à frente de organizações como a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), o Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Química (IDQ) e a Associação Latino-Americana de Indústrias de Domissanitários e Artigos Relacionados (Aliada).
Para 2025, a projeção do setor é de crescimento de 2,8%, segundo análise da entidade. Em 2024, a alta foi 5,5%, primeiro resultado positivo desde 2021. Em junho, na comparação com o mês anterior, o índice Abramat revela que o faturamento das indústrias de materiais de construção apresentou alta de 0,5%. Já em relação a junho de 2024, o crescimento foi de 1,1%.
Na análise por categorias, o desempenho foi puxado pelos materiais básicos, que registraram avanço de 1,7% na comparação com junho do ano passado. Já os materiais de acabamento tiveram expansão de 0,3% no mesmo período. Frente a maio, os básicos cresceram 1,1%, enquanto os produtos de acabamento mantiveram estabilidade. “A expectativa de crescimento no ano demonstra resiliência do setor, mesmo diante de desafios macroeconômicos e da cautela do mercado”, disse Engler. Confira a entrevista a seguir.
O plano de contingência mencionado por Haddad inclui linhas de apoio voltadas às empresas brasileiras, especialmente exportadoras, com o objetivo de preservar a competitividade e mitigar os riscos de uma desaceleração setorial. “Nosso foco é evitar que esse aumento de tarifas gere uma catástrofe na microeconomia”, declarou. O tema continuará sendo tratado nos próximos encontros entre os dois países.
Como tem sido o inicio da sua gestão?
PAULO ENGLER – Eu comecei dia 1º de junho. Venho do setor químico, tenho experiência em associações, mas, aqui, é gigante. Temos uma enorme diversidade de materiais, com 22 setores. A Abramat foi criada justamente pra ser uma junção de vários segmentos, ela se autodenomina como cross-setorial. Estamos fortemente ligados ao dia a dia das pessoas, então o desafio é realmente impressionante.
Qual seria esse desafio?
PAULO ENGLER – Acredito que são dois: precisamos de uma estratégia de comunicação vencedora e conformidade técnica nos produtos.
Qual a estratégia para realizar isso?
Nós vamos precisar de vários atores juntos. O produto sem conformidade técnica está atrapalhando o mercado. Precisamos fazer um diagnostico: de onde ele vem, o que ele causa e como ele é. Feito isto, nós temos que conversar novamente, com o varejo, com o governo e, inclusive, com outros atores, como órgãos certificadores.
O quanto isso é importante?
PAULO ENGLER – É imediato. A gente precisa correr atrás disso. Precisamos que o melhor produto esteja à disposição das pessoas. Se o consumidor optar por comprar um produto muito diferente, que, por exemplo, não traga a qualidade mínima necessária, ele precisa estar informado disso. Não pode ser por falta de informação que as pessoas vão comprar produtos de baixa qualidade. E, por isso, também precisamos de uma comunicação forte.
Como a sua experiência em outras associações pode ajudar na gestão da Abramat?
PAULO ENGLER – A mobilizar o setor e como a entidade pode agregar valor para o associado. Eu não quero que a Abramat seja somente para representação institucional. Meu objetivo é que nós sejamos mesmo a casa da indústria do material de construção. Eu quero que aqui seja o local para a indústria conversar sobre o que nos une. E, mais uma vez, destaco a importância da comunicação entre nós e com todos os públicos. Acredito que essa é a experiência que eu consigo trazer.
É o maior desafio da sua carreira?
PAULO ENGLER – Sem dúvida alguma. O setor é muito grande. Estou realmente impressionado com o tamanho. Por mais que eu que eu estudei e pelo o que já conhecia de quando fui auditor, não tive a dimensão que todas as áreas juntas formassem um setor tão grande e tão importante para a economia brasileira.
Aumentar o número de associados também está nos seus planos?
PAULO ENGLER – Eu sempre planejo um aumento, precisamos de mais gente para que o debate seja franco e aberto. Uma representatividade robusta da indústria ajuda a traçar nossas metas e estratégias. Isso também é um desafio enorme, mas vamos correr atrás. Acredito que à medida que a gente conseguir os dois principais pontos que eu falei, teremos mais facilidade nesta questão.
Qual a principal reclamação do setor para segundo semestre?
PAULO ENGLER – Tem muita coisa acontecendo no Brasil. Então, esperamos que os juros comecem a cair. Não só para que a construção tenha fôlego, mas para que toda a indústria se movimente. Se há uma melhoria na rentabilidade das famílias, ela passa, por exemplo, a reformar a própria casa e isso melhora o ambiente macroeconômico. Isso é essencial para que nós consigamos ter um caminho. Precisamos diminuir as incertezas também, que foram agravadas com essa questão das tarifas dos Estados Unidos.
Sobre a possível a sobretaxa dos Estados Unidos, o que a associação enxerga como melhor saída?
PAULO ENGLER – Estou, neste momento, consultando os associados sobre quais as operações de exportação e importação para os Estados Unidos devem ser afetadas. Assim, vamos saber o efeito sobre o nosso grupo. Estamos fazendo esse movimento em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
E como tem sido a interface com o poder público?
PAULO ENGLER – Muito boa. Principalmente com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Nós participamos de vários grupos de debate lá, é muito importante a interlocução que temos. Isso nos dá a oportunidade de mostrar ao poder público, além da importância do setor, as necessidades que temos para que ele funcione. Somos uma locomotiva, vamos junto com vários outros setores acoplados. Então essa relação é fundamental, não há qualquer reclamação. Pelo contrário, somos muito bem recebidos.
Na produção de informação da Abramat, você destaca algum indicador? Há expectativa de novas pesquisas?
PAULO ENGLER – O Termômetro da Abramat é um dos poucos que informa as características do nosso setor. Ele traz, principalmente, a voz das empresas e isso estimula muito os associados. Temos outros indicadores também e devemos criar algum novo por uma demanda interna dos nossos associados, mas, também de analistas econômicos e até da imprensa. Nós estamos debruçados aqui sobre propostas.
Qual a importância do Termômetro da Abramat para os associados?
PAULO ENGLER – Eles podem dizer o que estão pensando em relação ao mercado, investimentos e desempenho o que ajuda no planejamento do setor. Inclusive, quando a empresa vem se associar, a gente explica detalhadamente a necessidade de que ela participe do Termômetro. Esse sentimento do empresário pesa para a indústria e tem reflexos. Temos vários produtos, em vários segmentos, uma variação otimista ou não entre eles é importante para essa perspectiva.
Falando de perspectiva, o que vocês esperam de resultado para o setor este ano?
PAULO ENGLER – Até o mês de junho podemos garantir que a expectativa de crescimento de 2,8% está mantida. Estamos confortáveis em dizer que vamos alcançar a nossa previsão sim. E, sendo muito otimista, podemos até passar um pouquinho, dependendo do cenário macroeconômico. Agora, para 2026, o cenário é incerto por três fatores: a discussão no Congresso Nacional, o orçamento da União e a taxa Selic. O impasse com os EUA só contribuiu com essa tensão. Precisamos também de clareza em relação à criação do IOF.
E qual seria o lema da sua gestão?
PAULO ENGLER – Gostaria de ressaltar a qualidade técnica. Vamos nos comunicar com o consumidor final para que ele, quando você for comprar um material de construção, entenda realmente o que está levando para casa. As pessoas precisam de bem-estar do lugar onde moram ou trabalham. Isso com conforto e segurança de um produto certificado e com qualidade técnica. Nós vamos atuar fortemente nisso desde agora, mas nós vamos carregar essa bandeira por muito tempo, eu acredito que sempre.
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