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Trump oferece “garantias de segurança” à Ucrânia; entenda o que pode ser acordado
Publicado 19/08/2025 • 07:31 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 19/08/2025 • 07:31 | Atualizado há 3 meses
KEY POINTS
À primeira vista, as conversas de segunda-feira (18) entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus correram bem.
Os líderes americano e ucraniano foram vistos sorridentes e de bom humor — um contraste marcante em relação à visita anterior de Zelensky à Casa Branca, em fevereiro, quando foi alvo de uma discussão acalorada e de humilhação pública.
As conversas de segunda-feira, que incluíram vários líderes europeus, pareceram avançar em direção ao fim da prolongada guerra entre Rússia e Ucrânia. Trump afirmou que será organizada uma reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Zelensky, seguida de um encontro trilateral do qual ele próprio participaria.
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O desenvolvimento mais relevante para Kiev e para a Europa, no entanto, foi a declaração de Trump de que garantias de segurança para a Ucrânia seriam “fornecidas” por países europeus em “coordenação com os EUA”.
Zelensky descreveu isso como “um grande avanço” e afirmou posteriormente que o pacote de garantias de segurança para a Ucrânia — altamente desejado pela liderança de Kiev e visto como um fator de dissuasão contra futuras agressões russas — incluirá uma grande compra de armas americanas, com financiamento supostamente apoiado pela Europa. Segundo ele, o acordo será “formalizado em papel dentro de uma semana a 10 dias”.
Ainda há poucas informações sobre o que as garantias de segurança incluirão. Em entrevista coletiva após as conversas, Trump comentou que a Europa assumirá “boa parte do fardo”, mas disse que os EUA ajudarão e tornarão tudo “muito seguro”.
De todo modo, as garantias provavelmente significam que a Europa, junto com a chamada “Coalizão da Vontade” — países dispostos a supervisionar um acordo de paz —, terá de cumprir o que já havia prometido anteriormente.
O presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu na terça-feira que a “primeira garantia de segurança em que estamos trabalhando, e é a mais importante, é um exército ucraniano forte, composto por várias centenas de milhares de homens, bem equipado, com sistemas de defesa e padrões mais elevados”.
“A segunda é contar com forças de dissuasão — britânicos, franceses, alemães, turcos e outros prontos para realizar essas operações. Não na linha de frente, não de forma provocativa, mas operações de garantia no ar, no mar e em terra.
O objetivo é enviar um sinal estratégico: a paz na Ucrânia também é nossa preocupação”, declarou à emissora francesa TF1-LCI, em declarações traduzidas pela NBC News.
Jaroslava Barbieri, pesquisadora do instituto britânico Chatham House, disse à CNBC na terça-feira que o sentimento geral após as conversas de segunda-feira foi de “otimismo cauteloso”, mas destacou que ainda existem muitas incertezas.
“Temos que dizer que as exigências maximalistas do Kremlin em relação à Ucrânia não mudaram e, portanto, ainda há várias dúvidas sobre as garantias de segurança, os detalhes, quem fará o quê, se haverá tropas destacadas, onde elas ficarão e por quanto tempo, e quais países contribuirão”, questionou.
Líderes europeus expressaram preocupações com a ausência de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia antes da negociação de um acordo de paz, mas parecem dispostos a ceder, ao menos por enquanto, com o objetivo final de alcançar a paz e garantir a segurança da Ucrânia e da Europa.
Gabrielius Landsbergis, ex-ministro das Relações Exteriores da Lituânia, disse à CNBC na terça-feira que a Europa ainda parece ter dificuldade em se fazer ouvir, afirmando que o bloco não encontrou sua força nem “capacidade de criar influência”.
“O que saiu da reunião de ontem foi que a Europa estava pedindo aos EUA que continuassem com a assistência, que pedissem um cessar-fogo, que ajudassem no eventual deslocamento de tropas. E alguns líderes chegaram a dizer: ‘Bem, alguns dos territórios ucranianos podem estar perdidos, mas essa é a realidade’. Bem, isso não soa como uma Europa encontrando sua força”, afirmou.
“É mais como uma Europa admitindo que ‘estamos em uma posição muito fraca, precisamos agradar ao presidente Trump o máximo possível e não temos nada a oferecer’”, acrescentou.
Além disso, não está claro se o Kremlin sequer aceitará conversas diretas com Zelensky. O assessor presidencial de Putin, Yuri Ushakov, declarou na segunda-feira que Trump e Putin discutiram “a necessidade de estudar a possibilidade de elevar o nível dos representantes dos lados ucraniano e russo”, mas nenhuma decisão firme foi tomada.
As futuras cúpulas propostas entre Trump, Putin e Zelensky manteriam vivo o processo em direção a uma possível resolução do conflito, mas ainda seguiriam o roteiro russo de um cenário sem cessar-fogo, alertou Holger Schmieding, economista-chefe do banco Berenberg.
“Putin pode já impor condições difíceis para um encontro com Zelensky. E, em uma reunião, seu principal objetivo pode ser transferir a culpa por qualquer fracasso a Zelensky, em vez de concordar com uma trégua ou um acordo final. O resultado continua muito incerto”, destacou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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