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A menos de três meses da COP30, só um quarto das delegações confirmou hospedagem

Publicado 22/08/2025 • 20:59 | Atualizado há 6 horas

Da Redação

KEY POINTS

  • Outros oito já locaram acomodações por fora. Estão neste último grupo Egito, Espanha, Portugal, República do Congo, Cingapura, Arábia Saudita, Japão e Noruega.
  • Ou seja, de 196 delegações previstas, somente 47 já têm a hospedagem confirmada.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Restando menos de três meses para o início da COP30, em Belém, delegações de apenas 39 países já confirmaram suas reservas na plataforma de hospedagem do governo federal.

Outros oito países já locaram acomodações por fora. Estão neste último grupo: Egito, Espanha, Portugal, República do Congo, Cingapura, Arábia Saudita, Japão e Noruega. Ou seja, de 196 delegações previstas, somente 47 já têm hospedagem confirmada.

O governo brasileiro deixou claro que não há nenhuma condição de mudança de cidade-sede”, afirmou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, que participou de reunião com equipe da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Analistas e participantes de delegações que costumam ir às conferências do clima afirmam que, a essa altura do ano, as reservas de hospedagem já estavam mais adiantadas em outras edições.

Diante do cenário, o governo brasileiro vai criar uma força-tarefa para ajudar diretamente na negociação de hospedagens para delegações estrangeiras em Belém durante a COP30. Nesta sexta-feira (22), o Brasil negou um pedido da ONU para subsidiar a acomodação dos países e solicitou que a entidade amplie o auxílio financeiro dado às nações para participar da conferência.

Ampliação de acomodações na plataforma

Segundo o governo brasileiro, novas opções de hospedagem estão sendo incorporadas à plataforma oficial. Atualmente, de acordo com a organização, há mais de 2.600 quartos disponíveis na faixa de até US$ 600.

A organização da COP30 também afirmou que está realizando negociações extras para atender à demanda. Entre as alternativas estão a adaptação de escolas para funcionamento como albergues, “ampliando as opções para diferentes perfis de delegações”.

Outro ponto tratado na reunião foi o remanejamento de pessoas hospedadas em navios para outras acomodações, caso a COP30 se estenda além do previsto — situação comum em grande parte das edições. O governo brasileiro garantiu que, se isso ocorrer, os participantes serão realocados. O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, afirmou que a disponibilidade de leitos não será um problema, já que historicamente o fluxo de pessoas é menor no fim da conferência.

Durante encontro com a equipe da ONU, o Brasil defendeu que a entidade saia da “zona de conforto” e ofereça soluções. O governo também apoiou um pleito dos países mais pobres por aumento da diária paga pela UNFCCC (braço ambiental da ONU) para reservas durante a COP.

A COP30 tem enfrentado uma crise de hospedagens devido ao aumento exorbitante dos preços. Em alguns casos, reservas para o período do evento, de 10 a 21 de novembro, chegaram a superar R$ 1 milhão. Nesse contexto, 29 países assinaram uma carta pedindo ao governo brasileiro que mude a cidade-sede do evento. O Brasil, por sua vez, reafirma que a COP30 ocorrerá em Belém.

Nesta sexta-feira (22), o governo brasileiro participou de uma reunião com a equipe da UNFCCC para responder a 48 perguntas relacionadas à logística da COP30.

Subsídio da ONU

A ONU chegou a pedir que o Brasil fornecesse auxílio financeiro para os países participantes da COP30. A proposta foi negada pela organização brasileira.

O governo brasileiro afirmou que já tem feito investimentos significativos para a realização da conferência e que seria inviável financiar a participação de outras nações.

O governo brasileiro se posicionou que já está arcando com custos significativos para realização da COP e, por isso, não há como subsidiar delegações de países — inclusive de países mais ricos que o Brasil. Não cabe aos brasileiros fazer subsídio a outros países”, afirmou a secretária-executiva da Casa Civil, Míriam Belchior.

A ONU propôs que o Brasil financiasse US$ 100 para países menos desenvolvidos e insulares e outra faixa de valores, não detalhada, para os demais participantes.

Falamos claramente que o Brasil não tem condição, mas que apoiamos a proposta de a ONU subir um pouquinho a contribuição que dá”, disse Belchior.

Ela afirmou ainda que a ONU fixou em US$ 144 o valor do subsídio para Belém, mas que em outros países, como a Alemanha — onde ocorre a Conferência de Bonn, preparatória para a COP — o valor era de US$ 400.

Em qualquer outra cidade do mundo eles pagariam, então por que não pagam em Belém? Não estamos pedindo os US$ 400 de Bonn, estamos pedindo o que seria em São Paulo ou no Rio de Janeiro, que é US$ 250”, argumentou a secretária.

Segundo representantes do governo brasileiro, a ONU justificou que uma mudança nos valores demandaria tempo.

O que pedimos é que fizessem uma reconsideração, que estamos apoiando a reivindicação, que eles poderiam também nos ajudar, sair dessa parte mais técnica, mais protocolar e centrar esforços com o país-sede para achar soluções. Sair um pouco da sua zona de conforto para que possam dar uma contribuição melhor ou maior nesse aspecto de soluções”, afirmou o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia.

Apesar do impasse, a leitura do governo brasileiro é de que a reunião serviu para acalmar os ânimos.

Em função das respostas enviadas, baixou um pouco a temperatura”, avaliou Míriam Belchior.

A secretária também citou o Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos benefícios de o Brasil ser o país-sede, já que facilitará a assistência aos participantes da conferência. De acordo com o governo, o plano de segurança também foi aprovado pela ONU.

Força-tarefa

Nesse contexto, o Brasil vai criar uma força-tarefa com funcionários dos Ministérios das Relações Exteriores, do Turismo, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além de membros da Secretaria da COP, para auxiliar as delegações estrangeiras nas negociações por hospedagem.

“A ideia é que a gente tenha um grupo de pessoas que possa ligar para polos focais da própria ONU nesses países para perguntar, saber o que está acontecendo e ver o que a gente consegue resolver”, explicou o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia.

Segundo ele, o Brasil vai entrar em contato primeiro com os países mais pobres, que têm sido os mais afetados pela crise de hospedagem, e depois com os demais, para “achar alternativa com conhecimento local”.

“O governo do Estado tem um conhecimento vasto sobre condomínios, pessoas (com imóveis para locação), que pode ajudar”, acrescentou.

Em termos práticos, o Brasil flexibilizou as datas de reserva na plataforma oficial. Havia uma queixa de que os países só conseguiam efetuar reservas para o período fixo de 15 dias. A partir dessa reclamação, o governo vai disponibilizar pacotes de dez dias, que poderão ser reservados em blocos.

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