OpenAI.

CNBC Executivo da OpenAI revela o ‘maior desafio’ da empresa no momento

Brasil

Para Lula, se provada culpa de Braga Netto, general deve ser punido severamente

Publicado 15/12/2024 • 11:56 | Atualizado há 3 meses

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o general Walter Souza Braga Netto deve ser severamente punido se for comprovada a conspiração para um golpe de Estado.
  • Lula destacou que, embora o general tenha direito à presunção de inocência, se as acusações forem verdadeiras, ele deve ser responsabilizado.
  • O presidente também reforçou que não pode haver tolerância com a ameaça à democracia, especialmente envolvendo figuras de alta graduação militar.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (15) que o general Walter Souza Braga Netto deve ser punido severamente se for provado que o militar de fato conspirou para dar um golpe de Estado.

Lula fez a declaração em uma entrevista coletiva no hospital Sírio-Libanês em São Paulo em que foi anunciada sua alta hospitalar –o presidente ainda não está de alta médica e será obrigado a ficar em São Paulo até, pelo menos, a próxima quinta-feira.

Ao comentar a prisão de Braga Netto (leia mais abaixo), ele afirmou que o general “tem todo o direito à presunção de inocência”, mas que se “esses caras” realmente tentaram cometer os crimes de que são acusados, “têm que ser punidos severamente”.

Ele disse que não é possível aceitar o desrespeito à democracia e admitir que pessoas “de alta graduação militar” tenham tramado a morte do presidente e do vice-presidente eleitos e do juiz da mais alta instância corte da Justiça Eleitoral.

Pouco antes de falar sobre a prisão do general, o presidente criticou o governo de Jair Bolsonaro, dizendo que “o Brasil não teve governo de 2019 a 2022, teve uma praga de gafanhoto que destruiu o respeito”.

Prisão de Braga Netto


Braga Netto foi preso no sábado (14), acusado de estar interferindo na investigação da PF. Ele está sob custódia do Exército no Rio de Janeiro.

A investigação sobre o general aponta que ele teria financiado a ação dos oficiais das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, com o objetivo de matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, em 2022.

A PF apontou que Braga Netto entregou recursos aos golpistas em uma sacola de vinho, informações que foram reveladas na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que colabora com as investigações desde 2023.

Cid alterou sua delação ao longo do tempo, acrescentando mais detalhes sobre a participação de Braga Netto no financiamento da tentativa de golpe de Estado. O dinheiro, conforme a PF, foi entregue ao major Rafael Martins de Oliveira, preso na Operação Contragolpe, e serviria para cobrir as despesas da operação golpista. Cid relatou, ainda, que o dinheiro teria sido obtido por Braga Netto junto ao pessoal do agronegócio, mas a PF não conseguiu identificar quem exatamente enviou os recursos.

A casa de Braga Netto, em Brasília, também teria sido usada para planejar a tentativa de golpe, e ele é apontado como um intermediário entre os “kids pretos” e o Palácio do Planalto. Além disso, a PF investiga a suspeita de que o ex-ministro tenha tentado atrapalhar as investigações, incluindo o seu esforço para obter informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid e alinhar versões com outros investigados.

Cid implicou Braga Netto em sua colaboração, e, em depoimento a Alexandre de Moraes, afirmou que o general e outros intermediários tentaram descobrir o conteúdo de sua delação. A PF também descobriu um documento com perguntas e respostas sobre a delação na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, durante buscas realizadas no sábado. Após a prisão preventiva de Braga Netto, o ministro Moraes autorizou buscas em seus endereços, e o ex-ministro passou por audiência de custódia por videoconferência.

MAIS EM Brasil