Segundo dia de julgamento tem defesa de Bolsonaro, mas ex-presidente não comparece ao STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira (3) o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados pela suposta trama golpista ocorrida para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. A expectativa maior é em torno da manifestação da defesa do ex-presidente, que não compareceu mais uma vez.

A ausência de Bolsonaro já havia chamado atenção no primeiro dia do julgamento. Sua defesa justificou a falta como consequência de um quadro de esofagite e gastrite.

A sessão desta quarta começou às 9h (horário de Brasília) e deve terminar 12h, sendo inteiramente dedicada às falas dos advogados de defesa. Serão ouvidas as sustentações dos advogados de Bolsonaro, Celso Vilardi; do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira e do general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.

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Como foi o primeiro dia

Sem Bolsonaro

O primeiro dia de julgamento, realizado na terça-feira (2), foi um dos temas mais falados pela mídia nacional. O principal acusado, Jair Bolsonaro, não esteve presente ao STF e segue em prisão domiciliar, enquanto sua defesa prepara as contra-argumentações.

Recados do relator e acusação

A sessão foi marcada por falas fortes dos ministros, que ressaltaram a defesa da soberania nacional e a transparência dos trâmites legais. O relator Alexandre de Moraes afirmou que “a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação” do país. Em seguida, o procurador-geral Paulo Gonet reforçou as acusações contra Bolsonaro e outros sete réus.

Defesas apresentadas

As defesas também tiveram a chance de se manifestar. O advogado de Mauro Cid negou que a delação premiada tenha ocorrido sob coação, enquanto o de Alexandre Ramagem alegou que seu cliente não fazia mais parte do governo no período citado. Já a defesa do ex-ministro Anderson Torres sustentou que não há provas de sua ligação com a “minuta do golpe” e afirmou que sua viagem aos Estados Unidos havia sido planejada como férias.

Bronca de Cármen Lúcia

Houve ainda um momento de tensão quando a ministra Cármen Lúcia interrompeu a defesa de Ramagem para esclarecer que “voto impresso” e “processo eleitoral auditável” não são sinônimos, reforçando que o sistema de votação no Brasil já é auditável.

Acusações e próximos passos

Os crimes pelos quais Bolsonaro e os demais réus — como Walter Braga Netto e Augusto Heleno — são acusados incluem organização criminosa armada e golpe de Estado. A votação será conduzida pela Primeira Turma, com o voto de Alexandre de Moraes seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Os ministros André Mendonça e Kassio Nunes Marques não participam deste julgamento.

O primeiro dia do julgamento se estendeu além do previsto, mas foi suspenso por volta das 18h pelo ministro Cristiano Zanin, uma hora antes do encerramento programado. O processo será retomado na próxima semana, a partir de terça-feira (9), para deliberações e votos.

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