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Gigantes de private equity avançam sobre Wall Street em meio à guerra global por talentos
Publicado 08/09/2025 • 08:32 | Atualizado há 21 horas
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Publicado 08/09/2025 • 08:32 | Atualizado há 21 horas
KEY POINTS
Pixabay
Foto de uma placa em Wall Street.
Com o capital mais difícil de obter, gigantes do private equity e bancos de investimento travam uma disputa global por talentos, enquanto a atividade de fusões e aquisições começa a mostrar sinais de recuperação.
O recrutamento em private equity acelerou no primeiro semestre de 2025, liderado por funções de captação de recursos, relações com investidores e marketing, segundo relatório recente da Magellan Advisory Partners. As contratações no setor de investimentos em geral também reagiram após dois anos de congelamento ou desaceleração.
Essa onda de contratações ocorre após um período em que o setor de private equity ficou em compasso de espera, já que a alta dos juros e a volatilidade dos mercados frearam as negociações. Gestores de fundos acumularam um pipeline crescente de empresas que não conseguiram vender, com saídas postergadas.
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No primeiro trimestre de 2025, a atividade de buyouts ganhou fôlego, mas perdeu ritmo rapidamente no trimestre seguinte, quando a turbulência tarifária abalou investidores e paralisou negociações, segundo a Bain & Company. Em abril, o valor global de operações de buyout ficou 24% abaixo da média mensal do primeiro trimestre, enquanto o número de transações caiu 22%, de acordo com a consultoria.
“Embora o fluxo de negócios seja cíclico, a necessidade de garantir capital é permanente — as empresas estão investindo antecipadamente”, disse Sasha Jensen, fundadora e CEO da Jensen Partners, firma global de recrutamento executivo.
Segundo Jensen, as equipes de distribuição de captação são “centrais para a sobrevivência” no atual cenário de liquidez restrita dos limited partners (LPs). A liquidez dos LPs se refere ao volume de capital novo que esses investidores, como fundos de pensão, fundos soberanos, family offices ou indivíduos de alto patrimônio, têm disponível para comprometer em novos fundos.
“As empresas não hesitam em pagar caro por talentos de captação”, afirmou Christopher Connors, sócio da Johnson Associates. “Pode ser uma despesa elevada, mas, em comparação com o quanto de receita esses profissionais podem gerar, é um bom negócio para a firma.”
Apesar das dificuldades na captação, muitas grandes gestoras norte-americanas ainda possuem quase US$ 1 trilhão em capital não alocado (dry powder), destacou Kyle Walters, da PitchBook. Com a expectativa de cortes de juros, essas empresas vêm se posicionando para uma retomada com equipes reforçadas de talentos, disse.
À medida que as gestoras globais de investimentos direcionam mais recursos ao mercado para aproveitar uma onda de operações e de crescimento de ativos, o gigante Apollo estaria ampliando sua presença no Japão e expandindo contratações em sua divisão de gestão de fortunas na Ásia.
Da mesma forma, Warburg Pincus e Carlyle também estão aumentando a atuação no Japão com novas contratações, já que o país desponta como um dos poucos pontos positivos para negócios.
Além do Japão, especialistas ouvidos pela CNBC destacaram que a onda de contratações é global. O Sudeste Asiático e a Índia também registraram aumento de contratações, com novos escritórios em Singapura e Mumbai, segundo a Magellan Advisory Partners.
Apesar das incertezas políticas em Washington, as contratações na América do Norte já superaram os níveis de meados de 2022 e 2023, com megafundos e gestoras de growth equity entrevistando analistas recém-formados para vagas com início em 2026.
“Isso reflete a realidade de que a demanda por talentos juniores de ponta na América do Norte continua forte; as empresas temem perder espaço se não participarem da corrida por recrutamento”, afirmou a consultoria em seu relatório.
Na Europa, a indústria de private equity também registra maior ímpeto de contratações, apoiada em mudanças macroeconômicas, como o início dos ciclos de corte de juros. O Banco da Inglaterra, por exemplo, reduziu os juros cinco vezes desde agosto do ano passado, movimento que deve estimular negócios, saídas, captação e todo o “flywheel” do private equity, disse Walters, da PitchBook.
“Expansão internacional é um denominador comum, com empresas dos EUA avançando para a Ásia e vice-versa. Da mesma forma, firmas de private equity do Reino Unido geralmente miram primeiro os EUA antes de expandir para a Ásia”, observou Chris Eldridge, CEO de recrutamento da Robert Walters para América do Norte, Irlanda e Reino Unido.
Muitas dessas empresas também começaram a recrutar com grande antecedência, até mesmo antes de os candidatos concluírem a faculdade, sinalizando uma mudança em relação ao recrutamento reativo, acrescentou Eldridge.
Há, no entanto, uma divisão entre as empresas de maior escala e aquelas com menos recursos para enfrentar as turbulências do setor.
“Acho que há uma clara bifurcação entre as maiores firmas [multiestratégia], que têm economias de escala e podem contratar, e as menores, que enfrentam dificuldades de captação… praticamente não estão contratando e, em alguns casos, estão encolhendo”, disse Connors.
Com a onda de contratações das grandes empresas, algumas chegam a disputar talentos diretamente com bancos de investimento.
Historicamente, as gestoras de private equity cultivaram a reputação de recrutar analistas de Wall Street, a ponto de os bancos de investimento terem endurecido suas regras recentemente.
Em meados de 2025, Goldman Sachs e JPMorgan teriam introduzido novas normas rígidas para conter a evasão para o private equity. O JPMorgan avisou que analistas que aceitarem ofertas de emprego futuro antes de completar 18 meses seriam demitidos, além de ameaçar dispensar aqueles que faltassem a treinamentos para ir a entrevistas.
Para reter talentos, o banco encurtou o tempo de promoção de analista para associado de três anos para 2,5 anos. Já o Goldman passou a exigir uma “declaração de lealdade” trimestral, na qual os analistas confirmam não possuir ofertas externas, embora a divulgação não implique demissão.
No nível júnior, o tradicional fluxo de analistas de bancos de investimento vem sendo impactado pelas mudanças no recrutamento antecipado, disse Jensen, da Jensen Partners.
“Bancos como Goldman Sachs e JPMorgan estão limitando a mobilidade, e [as gestoras de private equity] estão respondendo com programas internos de treinamento”, afirmou.
Esses movimentos sugerem que a disputa por talentos, em que gestoras de private equity garantem a contratação de jovens banqueiros com anos de antecedência, pode se tornar ainda mais acirrada.
As carreiras em private equity podem levar vantagem sobre o investimento bancário devido ao carried interest — participação nos lucros dos fundos, que pode superar de longe a remuneração anual e é tributada a taxas menores de ganhos de capital, explicou Connors.
Embora a remuneração júnior seja semelhante em ambos os setores, cargos intermediários, como senior associates e vice-presidentes, geralmente começam a receber participação nos lucros, acrescentou. Nos níveis mais altos, a diferença é marcante: um diretor executivo pode ganhar entre US$ 1,5 milhão e US$ 2 milhões em salário e bônus, mas o carried interest, atrelado ao desempenho do fundo, pode render entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões ao longo do tempo.
“É um incentivo econômico significativo que atrai talentos para o setor”, afirmou. “É um mecanismo que simplesmente não existe no mundo dos bancos de investimento, nem na gestão de ativos tradicional. É exclusivo da indústria de mercados privados.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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