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Plano de Negócios Rodrigo Loureiro

Venda da Avon Card marca recomeço para a Natura

Publicado 15/09/2025 • 12:03 | Atualizado há 4 horas

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Rodrigo Loureiro

Rodrigo Loureiro é jornalista especializado em economia e negócios, com experiência nos principais veículos especializados do Brasil e MBA pela FIA em parceria com a B3. Além de comandar esta coluna, é comentarista nos programas Agora e Real Time, nos quais analisa as principais movimentações do mercado.

Natura.

Divulgação Facebook/Natura

A Natura deu um novo passo rumo ao seu objetivo de enxugar sua operação e desvincular seu negócio da Avon fora do Brasil. Nesta segunda-feira (15), a companhia informou ao mercado que firmou um acordo para vender a marca Avon Card na América central para o Grupo PDC.

O acordo pela operação que estava presente em Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana foi firmado com valor nominal de US$ 1, mas acrescido de um pagamento de US$ 22 milhões. O adicional está relacionado ao recebível da Avon Guatemala à subsidiária integral da Natura no México. 

Em nota, a empresa informou que "a transação apoiará o esforço da Natura para otimizar suas operações e simplificar seus negócios, além de posicioná-la para continuar focada na integração da Natura e da Avon na América Latina".

A venda mostra que a Natura continua em seu processo de reestruturação para enxugar o negócio. Ainda que o valor não seja tão relevante ao balanço da companhia. O endividamento líquido da empresa no segundo trimestre de R$ 6,8 bilhões. A relação dívida líquida e Ebitda, por sua vez, está um patamar saudável: 1,5x.

Há dentro da Natura o entendimento de que venda da Avon Internacional pode abrir uma nova era para a companhia. 

A Natura comprou a Avon em 2020. Na época, a companhia celebrou o acordo que transformou o a empresa no 4º maior grupo de beleza do mundo. Além da Avon, a Natura havia adquirido também o controle da The Body Shop e da Aseop. A estratégia, porém, não gerou o resultado esperado.

A aquisição dessas empresas elevou a dívida da Natura, que também enfrentou problemas para fazer a integração dos negócios. Houve também dificuldade de operar com produtos em faixas de preço muito distintas. A competição mais agressiva com gigantes como L'Oréal e Estée Lauder também atrapalhou. 

A solução então foi voltar atrás, às origens. O ano de 2025 marca essa tentativa de recomeço. Neste ano, a empresa anunciou a incorporação da Natura &Co, holding criada em 2018, com a Natura Cosméticos. A retomada da identidade original reflete a estratégia de simplificação e foco da empresa em seus mercados prioritários. 

Em números, a Natura informou em seus balanços financeiros que a descontinuidade de algumas operações nestes primeiros seis meses de 2025 registrou uma saída de US$ 1,7 bilhão do caixa. 

Ainda não se sabe quem vai comprar a Avon Internacional (fora da América Latina) da Natura, mas a empresa brasileira informou ao mercado em agosto deste ano que vê uma alta possibilidade de que o negócio saia de suas mãos nos próximos 12 meses.

O mercado gostou do movimento. As ações da Natura negociadas na bolsa brasileira operavam com alta de 1,8% por volta das 12h desta segunda-feira (15). As ações acumulam queda de 12,6% desde o começo do ano. A Natura vale pouco mais de R$ 12,1 bilhões.

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