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O último ato de um gênio: o testamento de Armani traça o futuro de seu império
Publicado 16/09/2025 • 22:48 | Atualizado há 8 horas
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Publicado 16/09/2025 • 22:48 | Atualizado há 8 horas
Giorgio Armani
JULIEN DE ROSA / AFP
A morte de Giorgio Armani não marcou apenas o fim da era de um dos maiores mestres da moda; ela abriu um novo e surpreendente capítulo para o futuro de seu império. A divulgação de seu testamento, feita na sexta-feira (12), revelou um plano de sucessão meticuloso e estratégico que pode mudar para sempre o destino de sua marca e, possivelmente, de toda a indústria do luxo.
O estilista, que com uma fortuna estimada em US$ 11,8 bilhões, controlou cada detalhe de seu negócio por cinco décadas, deixou claro que sua empresa não poderia simplesmente ficar nas mãos de sua família ou da fundação que criou. Ele orquestrou um movimento de xadrez digno de sua genialidade discreta: a busca por um parceiro de peso.
Em seu testamento, Armani pediu que a fundação que herdou a empresa vendesse uma participação de 15% a um grande grupo de luxo. A LVMH, o grupo de cosméticos L’Oréal e a gigante de óculos EssilorLuxottica foram citados como os parceiros preferenciais, embora ele tenha deixado a porta aberta para outra empresa de estatura similar.
O plano é ousado e pragmático:
A fortuna e o império imobiliário de Armani foram legados a sua irmã e sobrinhos, mas as propriedades mais simbólicas, como a de Saint Tropez e St. Moritz, serão usadas por Leo Dell’Orco. No entanto, o ponto central do testamento não é a divisão de bens, mas a visão de proteger a essência da marca.
Ao escolher um parceiro de "reputação reconhecida e com interesse genuíno", Armani mostrou que sua preocupação ia além da estabilidade financeira. Ele queria que seu legado criativo, de um estilo essencial e refinado, fosse preservado para as futuras gerações.
Esse testamento é o último e mais impressionante ato de Giorgio Armani. Em um mercado onde a maioria das casas de moda é absorvida por grandes conglomerados, ele criou um plano que permite a entrada de um parceiro estratégico sem sacrificar a alma de sua marca. Um verdadeiro mestre do estilo, Armani provou ser, até o fim, um gênio dos negócios.
Essa é a grande pergunta que o mercado está tentando responder. É provável que a decisão de Armani, que sempre defendeu a independência de sua marca, tenha sido motivada por uma combinação de fatores estratégicos e emocionais.
É uma manobra que resolve o maior paradoxo de seu legado: proteger a autonomia da marca garantindo sua sobrevivência a longo prazo. Um grupo de luxo independente, por maior que seja, pode ser vulnerável à volatilidade do mercado. Ao escolher um parceiro estratégico, ele assegura que a marca terá o músculo financeiro, as redes de distribuição e o poder de negociação para competir em um cenário dominado por gigantes como a LVMH.
Além disso, a decisão de nomear compradores preferenciais e de manter uma participação considerável na Fundação Armani sugere um desejo profundo de controlar o futuro da marca, mesmo após sua morte. Ele parece querer garantir que sua estética e seus valores de discrição e elegância não se diluam em uma negociação futura. Foi uma jogada mestra para blindar seu legado de possíveis disputas familiares e, ao mesmo tempo, garantir que a marca esteja nas mãos certas para continuar a crescer.
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