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Da febre ao cansaço? Pop Mart comemora queda nos preços de revenda do Labubu
Publicado 26/09/2025 • 07:26 | Atualizado há 1 dia
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KEY POINTS
Fenômeno das “blind boxes” cresce na China, da Pop Mart a passagens aéreas, mas já preocupa autoridades pelo risco de vício.
O monstrinho Labubu conquistou o mundo com sua energia fofa e caótica, alcançando margens de revenda que fariam corar até operadores do mercado financeiro ou revendedores de Rolex. Uma edição secreta em blind box chegou a ser vendida por mais de 2.000% acima do preço original, segundo a Nomura. No mês passado, ladrões na Califórnia realizaram um assalto de US$ 30 mil.
Agora, há sinais de que o mercado secundário está perdendo força. Mas a Pop Mart, empresa chinesa por trás do fenômeno, afirmou que a queda nos preços de revenda era justamente o que desejava.
“Nossos produtos são feitos para pessoas que realmente se conectam com a arte e a alegria que eles trazem — e adoramos ver essa paixão. Tornar essa arte acessível é fundamental para nós”, disse a Pop Mart em comunicado enviado por e-mail à CNBC.
“Se as compras são feitas apenas para ‘gerar lucro’, esse modelo vai inevitavelmente desmoronar”, acrescentou a companhia.
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Ashley Dudarenok, fundadora da consultoria ChoZan, afirmou que a Pop Mart anteriormente permitia que os preços de revenda disparassem para promover a desejabilidade, mas agora busca um modelo mais estável e sustentável.
“O mercado de segunda mão do Labubu impulsionou significativamente a popularidade do brinquedo”, disse Dudarenok. “Ao mesmo tempo, isso não é saudável no longo prazo, porque afasta os clientes reais, os de longo prazo. E a Pop Mart não deseja ser apenas um sucesso passageiro.”
Os preços de revenda das figuras Labubu começaram a cair depois que a Pop Mart aumentou a produção para atender à demanda, segundo a empresa, após reclamações sobre atravessadores.
Atualmente, a Pop Mart produz cerca de 30 milhões de pelúcias por mês — dez vezes mais que os níveis de produção do ano passado, informou a companhia sediada em Pequim.
Mas analistas apontam também para o arrefecimento da demanda, especialmente na China continental e em versões mais antigas, como outro fator.
“Acho que os atravessadores estão liberando estoque porque têm medo de acumular demais e depois não conseguirem vender”, disse Hao Hong, diretor de investimentos da Lotus Asset Management.
Jeff Zhang, analista de ações da Morningstar, vê o mercado secundário como um termômetro para os produtos mais quentes da Pop Mart. Quando a demanda supera a oferta, as plataformas de revenda se tornam o espaço das negociações — e um indicador essencial de onde o interesse está indo.
As ações da Pop Mart caíram 16% no último mês, mas ainda acumulam alta de mais de 200% no ano, segundo dados da LSEG.
A Pop Mart não lucra com o mercado secundário; os ganhos vêm quando os consumidores compram diretamente. Ainda assim, a percepção de escassez ajudou a alimentar o hype.
Trazer o Labubu de volta à realidade pode ser necessário, já que os brinquedos de produção em massa não são, por natureza, itens de luxo.
“Um relógio de ouro vai durar para sempre. Acho que a Hermès vai durar por muito tempo… o boneco, não”, disse Hong.
Por ora, analistas esperam que os maiores sucessos da Pop Mart, como o Labubu, permaneçam fortes até o próximo ano, impulsionados pela expansão internacional, especialmente na América do Norte e na Ásia-Pacífico.
A Pop Mart já opera um parque temático e colabora com marcas globais como Uniqlo, Disney e Coca-Cola. A empresa também está investindo em animações originais, segundo informou, para desenvolver personalidades e histórias de fundo dos personagens.
Diante da vida útil limitada de um produto, as empresas precisam aproveitar o momento enquanto dura, disse Zhang, da Morningstar. A Pop Mart também está expandindo além da estratégia dos blind boxes, que deram aos consumidores uma dose de dopamina que ajudou a alimentar a febre, mas que recebeu alertas da mídia estatal chinesa sobre possíveis efeitos viciantes em crianças.
O verdadeiro teste para a Pop Mart não é se o Labubu continuará em alta — é se a empresa conseguirá repetir o feito.
Dudarenok comparou as equipes da Pop Mart a “antropólogos modernos”, mergulhando nos desejos e dificuldades de grupos de consumidores de nicho para criar personagens que ressoem.
“A Pop Mart está constantemente pesquisando, explorando e curando ideias. E, de novo, o Labubu também levou alguns anos. Não foi criado e, em três meses, virou uma sensação internacional”, disse Dudarenok.
“Acredito que eles ainda vão nos surpreender com algo incrível nos próximos anos.”
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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