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Nobel de Economia 2025 premia trio por teoria do crescimento sustentado pela inovação
Publicado 13/10/2025 • 07:41 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 13/10/2025 • 07:41 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt; Ill. Niklas Elmehed © Nobel Prize Outreach
A Real Academia Sueca de Ciências concedeu o Prêmio do Banco Central da Suécia em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 2025 a Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt “por explicarem o crescimento econômico impulsionado pela inovação”.
Metade do prêmio vai para Mokyr, da Northwestern University, “por identificar as condições necessárias para o crescimento sustentado por meio do progresso tecnológico”. A outra metade é dividida entre Aghion, professor do Collège de France, INSEAD e LSE, e Howitt, da Brown University, “pela teoria do crescimento sustentado por meio da destruição criativa”.
Os três pesquisadores ajudam a compreender por que a humanidade viveu, durante quase toda a história, em um estado de estagnação econômica — e como a Revolução Industrial quebrou esse ciclo.
Segundo Mokyr, o que diferenciou o período moderno dos anteriores foi a consolidação de um fluxo constante de conhecimento útil, resultado da interação entre dois tipos de saber: o proposicional, que explica por que algo funciona, e o prescritivo, que descreve como fazer funcionar. Antes do século XVIII, invenções eram baseadas em tentativa e erro. Com a Revolução Científica e o Iluminismo, a combinação entre teoria e prática permitiu aprimorar tecnologias de forma contínua.
Mokyr demonstrou que o crescimento sustentado só ocorre quando sociedades estão abertas a novas ideias e dispostas a aceitar transformações. O avanço técnico cria ganhadores e perdedores, e o bloqueio de mudanças por grupos com interesses estabelecidos tende a paralisar o progresso — uma lição que continua atual.
Enquanto Mokyr olhou para o passado, Aghion e Howitt desenvolveram um modelo matemático que explica o mecanismo econômico por trás do crescimento de longo prazo. Publicado em 1992, o estudo descreve o processo de “destruição criativa”, em que novas tecnologias substituem as antigas, tornando-as obsoletas e reorganizando setores inteiros.
No modelo, as empresas que inovam ganham temporariamente um monopólio, o que estimula a investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse incentivo, porém, tem um efeito ambíguo: quanto mais intensa é a corrida por inovação, mais rápido as empresas dominantes são superadas por concorrentes. O equilíbrio entre esses fatores determina a velocidade da destruição criativa e, consequentemente, o ritmo do crescimento econômico.
A teoria mostra que o equilíbrio entre inovação e crescimento é mais complexo do que aparenta.
O modelo desenvolvido por Aghion e Howitt permite analisar se existe um volume “ótimo” de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) quando o mercado atua livremente, sem intervenção pública.
Os autores identificaram duas forças que atuam em direções opostas.
A primeira revela que as empresas sabem que os lucros gerados por uma inovação não duram para sempre — logo, têm pouco incentivo para investir além de certo ponto. Do ponto de vista social, porém, as inovações antigas continuam tendo valor, pois servem de base para as novas descobertas. Isso significa que o retorno coletivo da inovação é maior do que o retorno privado, criando espaço para políticas de subsídio público à P&D.
A segunda força mostra o efeito contrário. Quando uma empresa supera outra, os lucros da antiga desaparecem, fenômeno que os autores chamam de “roubo de mercado” (business stealing). Nesse caso, o ganho privado pode ser maior do que o ganho social, levando a um excesso de investimento em P&D, inovação acelerada e crescimento acima do nível sustentável.
O resultado é um equilíbrio delicado: dependendo do setor e do momento econômico, tanto a falta quanto o excesso de estímulo à inovação podem reduzir o bem-estar social.
A teoria ajuda governos e formuladores de política a avaliar quando e quanto apoiar a pesquisa, considerando o impacto sobre produtividade, emprego e desigualdade.
O modelo de Aghion e Howitt inaugurou uma nova vertente de pesquisa sobre inovação e estrutura de mercado. Estudos derivados mostram que tanto a concentração excessiva de empresas quanto a competição extrema podem prejudicar a inovação. Em alguns setores, o domínio de grandes corporações reduz o incentivo à pesquisa, o que ajuda a explicar a desaceleração do crescimento nas últimas décadas.
Outra consequência é social: o processo de destruição criativa gera ganhadores e perdedores entre trabalhadores. Os autores sugerem políticas de “flexigurança” — proteção às pessoas, não aos empregos —, combinando assistência temporária com realocação para funções mais produtivas.
A Academia Sueca destaca que o trabalho dos laureados oferece ferramentas para entender fenômenos atuais como o papel da inteligência artificial na aceleração do acúmulo de conhecimento e os riscos de concentração de poder econômico. Mokyr alerta que o crescimento contínuo não é sinônimo de crescimento sustentável: inovação sem regulação pode gerar efeitos colaterais, como mudanças climáticas e desigualdade.
Para os avaliadores do prêmio, a mensagem central é que o crescimento econômico sustentado depende da preservação dos mecanismos de inovação e da liberdade científica. Quando esses fatores são restringidos, a economia pode voltar à estagnação que marcou a maior parte da história humana.
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O Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel foi criado em 1968 pelo Sveriges Riksbank, o Banco Central da Suécia, em comemoração aos seus 300 anos. Diferente dos prêmios originais estabelecidos no testamento de Alfred Nobel, o de Economia é financiado com recursos públicos e não pela Fundação Nobel.
Apesar dessa distinção, o processo de indicação, avaliação e anúncio é conduzido pela Real Academia Sueca de Ciências, seguindo o mesmo rigor e formato dos demais prêmios Nobel. Por isso, é tratado pela própria Academia e pela imprensa como parte do conjunto das premiações anuais.
Alguns descendentes de Alfred Nobel, como o sobrinho-bisneto Peter Nobel, contestam o uso do nome “Prêmio Nobel de Economia”, argumentando que o fundador dos prêmios originais não pretendia contemplar economistas entre os laureados. Mesmo assim, desde 1969, o prêmio é amplamente reconhecido como o mais prestigioso do mundo na área econômica, por destacar pesquisas que ampliam a compreensão sobre o desenvolvimento e o bem-estar das sociedades.
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