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Fotos de perfil geradas por IA ganham força entre candidatos, mas dividem especialistas em RH

Publicado 19/10/2025 • 10:09 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • Fotos de rosto geradas por IA estão se tornando uma alternativa popular às sessões em estúdio, oferecendo retratos profissionais em poucos minutos e por um custo muito menor.
  • As imagens criadas por computador atraem especialmente jovens profissionais que buscam melhorar sua visibilidade online; o uso desse tipo de foto cresce no LinkedIn, e plataformas de design como o Canva já incorporaram o recurso.
  • Apesar da popularidade, há preocupações com imagens excessivamente editadas ou artificiais. Especialistas em carreira divergem sobre os benefícios e riscos, e o LinkedIn alerta que pode remover fotos que violem suas políticas.
O mercado de trabalho dos EUA passou por uma transformação significativa.

Unsplash.

As fotos de rosto geradas por inteligência artificial estão se tornando cada vez mais comuns no LinkedIn e em portfólios profissionais, à medida que candidatos buscam imagens acessíveis e de aparência profissional para se destacar no mercado de trabalho.

Como as primeiras impressões acontecem quase sempre por meio de uma tela, uma foto limpa e bem composta passou a ter tanto peso quanto um currículo sólido. Em um cenário competitivo, um bom retrato pode fazer diferença — mas o alto custo das sessões profissionais, que nos Estados Unidos podem chegar facilmente a centenas de dólares, sempre foi um obstáculo.

Agora, candidatos recorrem a ferramentas de IA rápidas e baratas para substituir sessões caras em estúdios fotográficos.

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“Quando eu estava em Yale, custava US$ 200 por uma sessão de 15 minutos para estudantes”, contou Melanie Fan, chefe de crescimento da Plush, uma plataforma de busca personalizada com IA. “Era muito caro. O processo de receber as fotos, renderizá-las, escolher as melhores e enviá-las novamente ao fotógrafo para edição era demorado.”

Essa insatisfação impulsionou o crescimento de ferramentas como InstaHeadshots, PhotoPacksAI, HeadshotPro e Aragon AI, que prometem retratos profissionais em poucos minutos, a partir de menos de US$ 50. O usuário apenas envia selfies, escolhe um fundo e recebe dezenas de imagens prontas — sem precisar de fotógrafo.

“Depois que mudei minha foto no LinkedIn, o número de mensagens de empresas disparou — três a quatro vezes mais”, afirmou Fan.

Canva entra na tendência e reforça o valor da presença digital

A empresa de design Canva lançou recentemente seu próprio recurso de fotos de rosto com IA, com o objetivo de oferecer aos usuários uma forma rápida de criar retratos realistas e ainda personalizá-los com retoques e estilos diferentes.

Segundo um relatório de mercado da empresa, 88% dos candidatos acreditam que uma presença digital bem cuidada influencia as decisões de contratação, um aumento de 45% em relação ao ano anterior. A pesquisa também mostra que 90% dos recrutadores já usaram IA em alguma etapa do processo seletivo, enquanto 96% dos candidatos que recorreram à tecnologia afirmaram ter recebido retorno.

Danny Wu, chefe de produtos de IA do Canva, disse que o objetivo não era substituir a fotografia real, mas sim tornar imagens de alta qualidade acessíveis a todos, independentemente do orçamento ou da localização. Assim que um usuário carrega uma imagem, o Canva pode usar a IA para ajustar ou alterar o fundo, posicionar algo em um lugar diferente e estilizar. “Esta é apenas uma maneira mais acessível de obter fotos profissionais e únicas.”.

Riscos e dúvidas sobre autenticidade

Embora qualquer pessoa com um celular possa criar uma foto de perfil profissional, a rápida adoção da tecnologia levantou novas questões sobre ética e autenticidade. Muitos candidatos temem parecer artificiais ou enganosos, e recrutadores afirmam que a aparência natural ainda é o fator mais importante.

“Usar uma foto gerada por IA pode ser arriscado”, disse Sam DeMase, especialista em carreiras da ZipRecruiter. “Embora os recrutadores aceitem, imagens mal feitas parecem falsas e podem prejudicar as chances do candidato.”

Mesmo assim, distinguir entre fotos reais e geradas por IA está se tornando cada vez mais difícil. “Está cada vez mais complicado saber se uma imagem foi apenas retocada ou totalmente criada por IA”, completou DeMase.

O engenheiro Chris Bora, fundador da Bora Labs e ex-funcionário da Meta, garantiu que desenvolveu sua própria ferramenta, a Nova Headshot, após se decepcionar com as opções existentes.

“Algumas me deixavam mais alto e magro, outras mais claro — não parecia eu”, disse. “Hoje você não precisa gastar milhares de dólares para parecer profissional. Basta uma ferramenta que mostre sua melhor versão. Com a Nova, isso leva menos de dez minutos.”

A usuária Amber Collins também contou que ainda se sente desconfortável ao usar IA para esse fim.

“Há muitos aplicativos ruins por aí: dedos a mais, colares cortados. Me sinto culpada por usar IA, existe um estigma. Preferiria 100% tirar fotos reais”, afirmou.

Mesmo assim, ela reconhece as vantagens:

“Com a economia do jeito que está, é preciso pensar bem onde investir. Não preciso expor meu rosto o tempo todo, mas ter algumas boas fotos profissionais vale a pena.”

O equilíbrio entre tecnologia e autenticidade

Segundo Wu, o ideal é que os candidatos usem as ferramentas de IA de forma equilibrada, buscando realismo e criatividade sem perder a identidade.

A tensão entre inovação tecnológica e autenticidade deve continuar. Um porta-voz do LinkedIn disse à CNBC que a plataforma permite o uso de IA para criar ou aprimorar fotos de perfil, desde que a imagem “reflita a aparência real do usuário”.

“Fotos que não estejam em conformidade com nosso contrato de usuário ou com as políticas da comunidade profissional podem ser removidas”, afirmou.

DeMase acrescentou que muitos candidatos ainda hesitam em adotar o recurso.

“A foto é uma das poucas formas de transmitir humanidade na busca por um emprego”, disse.

Mesmo assim, a tendência deve seguir em expansão. Um levantamento mostra que as gerações Z e millennial são as que mais utilizam retratos com IA. Embora recrutadores ainda afirmem preferir fotos reais, essas imagens se tornam cada vez mais difíceis de identificar — e muitas nem passam mais por avaliação humana nas primeiras etapas do processo seletivo.

Um estudo recente da associação de RH SHRM apontou que 66% dos profissionais de recursos humanos já usam IA para escrever descrições de vagas, e 44% utilizam a tecnologia para analisar ou selecionar currículos.

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