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Tarifaço: Lula e Trump cara a cara do outro lado do mundo para tentar acertar as contas entre as duas maiores potências da América
Publicado 26/10/2025 • 05:01 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 26/10/2025 • 05:01 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Evelyn Hockstein/Reuters
Presidente Lula encontra Donald Trump e o secretário de Estado, Marco Rubio, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Depois de meses de tensão comercial e muita expectativa, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente estão reunidos em um encontro decisivo que pode definir o futuro do tarifaço aplicado pelo governo norte-americano sobre as exportações brasileiras, em vigor desde 6 de agosto. A reunião começou por volta das 15h30 (horário local) — 4h30 da madrugada no horário de Brasília — no Kuala Lumpur City Centre (KLCC), em Kuala Lumpur, capital da Malásia. Ambos estão na cidade por conta da durante a cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
O tão esperado encontro começou a ser desenhado após uma breve conversa entre Lula e Trump nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, no fim de setembro, seguida por um telefonema no último dia 6. O correspondente do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Diego Mezzogiorno, que acompanha a cúpula na capital malaia, afirma que “todos os sinais indicam disposição de Donald Trump em negociar com o Brasil”.
Para o economista e professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, o momento é favorável:
“Trump chega pressionado por resistências internas ao tarifaço — não só do setor agrário, mas também de empresários americanos com cadeias de produção interligadas ao Brasil. São seis mil empresas que dependem dessa relação bilateral.”
Do lado brasileiro, Lula chega com vantagem diplomática.
“O Brasil não retaliou e manteve o diálogo aberto. O chanceler Mauro Vieira teve papel central em reuniões com Marco Rubio, secretário de Estado americano, deixando claro que o país pertence ao Ocidente e mantém equilíbrio nas relações com a China. Isso abriu portas”, diz Trevisan.
O analista do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Rodrigo Loureiro, reforça que o encontro deve influenciar diretamente os mercados.
“Qualquer que seja o desfecho, a reunião tem potencial para fazer preço na segunda-feira. Pode selar a paz comercial ou aprofundar o conflito tarifário”, explica.
Além de ministros e assessores, Lula viajou com mais de 100 empresários, em um esforço conjunto para buscar um acordo comercial mais equilibrado.
Loureiro lembra que o tarifaço já provocou queda de 22% nas exportações brasileiras em agosto e até 50% de retração em setembro em alguns estados. O setor madeireiro foi um dos mais atingidos, com 10 mil empregos afetados e 4 mil demissões.
“É uma relação que importa para ambos os lados, mas fere mais a economia brasileira. Se não houver reversão, vira uma bola de neve econômica.”
Para os EUA, a medida também cobra seu preço. As tarifas sobre café, suco de laranja e madeira aumentaram custos de insumos e pressionaram o abastecimento industrial.
“Trump tem motivações eleitorais para resolver a questão — ele não quer ser visto como o ‘presidente do aumento de preços’ às vésperas das eleições de meio de mandato”, observa o analista.

2 de abril de 2025 — Trump assina a Executive Order 14257, criando o pacote de tarifas “Dia da Libertação”, com tarifa-base de 10% sobre importações de praticamente todos os países.
10 de julho de 2025 — Lula ameaça aplicar tarifas de 50% em resposta, caso os EUA ampliem as cobranças sobre produtos brasileiros.
21 de julho de 2025 — O governo brasileiro reconhece que não há acordo imediato com os EUA e que as negociações para evitar o aumento tarifário não avançaram.
25 de julho de 2025 — A CNI anuncia missão empresarial a Washington, com foco em dialogar com o Departamento de Comércio dos EUA e medir o impacto das tarifas na indústria nacional.
30 de julho de 2025 — Trump impõe tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, totalizando 50%. No mesmo dia, o governo americano divulga exceções para suco de laranja, aeronaves civis e peças, ferro líquido, celulose, castanhas-do-Brasil e energia.
6 de agosto de 2025 — As tarifas de 50% entram em vigor, atingindo café, carne bovina, madeira processada, móveis e manufaturados.
13 de agosto de 2025 — O governo lança o plano “Brasil Soberano”, com R$ 30 bilhões em crédito, garantias de exportação, extensão de prazos fiscais e incentivos diplomáticos para mitigar os efeitos do tarifaço.
3 de setembro de 2025 — CNI e CNA realizam missão conjunta a Washington, reunindo mais de 30 setores para debater as tarifas e propor soluções comerciais.
9 de setembro de 2025 — Técnicos da Fazenda e do Itamaraty entregam ao Planalto uma proposta de retaliação setorial, mas Lula opta por adiar qualquer resposta, priorizando o diálogo.
20 de setembro de 2025 — A CNA apresenta relatório apontando queda de 30% nas exportações agrícolas e 10 mil empregos perdidos no setor madeireiro.
24 de setembro de 2025 — Fiesp e Itamaraty se reúnem com o embaixador americano no Brasil e pedem revisão parcial das tarifas industriais.
27 de setembro de 2025 — Lula e Trump se cumprimentam brevemente na ONU, em Nova York, sinalizando distensão.
6 de outubro de 2025 — Os dois líderes fazem videoconferência de 30 minutos; Lula pede o fim das tarifas, e Trump admite revisar as condições “sob as circunstâncias certas”.
9 de outubro de 2025 — Mauro Vieira e Marco Rubio acertam reunião técnica em Washington para discutir comércio e tarifas.
15 de outubro de 2025 — Lula confirma que as negociações comerciais continuam e que o encontro com Trump será em breve.
16 de outubro de 2025 — Brasil e EUA anunciam reunião presencial entre Lula e Trump durante a cúpula da ASEAN, na Malásia.
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