Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
MBRF aposta no apetite (e no múltiplo) saudita para um novo IPO
Publicado 27/10/2025 • 12:13 | Atualizado há 5 horas
Aos 19 anos, novato da NBA começa a investir pensando na aposentadoria
American Airlines chega atrasada ao ‘boom’ das viagens de luxo. Será que ainda dá tempo de alcançar as rivais?
Duas amigas perderam os empregos dos sonhos depois de décadas — e agora dão conselhos para superar uma demissão
Cofundador da Meta diz que ser CEO por 13 anos foi exaustivo: ‘Eu coloco uma máscara dia após dia’
Paralisação do governo americano reduz financiamento de organizações sem fins lucrativos
Publicado 27/10/2025 • 12:13 | Atualizado há 5 horas
A MBRF está de olho nos múltiplos sauditas.
A companhia, criada recentemente a partir da fusão entre Marfrig e BRF, anunciou nesta segunda-feira (27) a ampliação de sua operação na Arábia Saudita. O plano inclui uma nova abertura de capital através de um IPO. O objetivo? Destravar valor fora do Brasil.
A ideia é realizar a venda inicial de ações da joint venture que a empresa mantém no país árabe. A operação, criada em 2022 em parceria com o fundo soberano saudita PIF (via sua subsidiária HPDC), tem estrutura de 70% para a MBRF e 30% para os sauditas.
Em números, a MBRF reportou que a operação saudita obteve faturamento líquido de US$ 2,1 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em junho — o equivalente a 7,3% da receita consolidada do grupo. O Ebitda foi de US$ 230 milhões, o que representa um múltiplo de 9x.
O que a MBRF quer é elevar esse último número. “A Bolsa de Riad é muito pujante, tem mais de US$ 2 trilhões e os múltiplos aqui são de dois dígitos, com empresas semelhantes negociando de 13x a 15x o Ebitda”, afirmou o controlador e chairman da MBRF, Marcos Molina, em comunicado.
Na prática, a companhia quer exportar valuation. Ou seja, capturar no mercado árabe uma valorização que não vem sendo obtida em outros mercados. Enquanto a MBRF negocia na B3 a cerca de 5x Ebitda, companhias comparáveis no Oriente Médio alcançam até o triplo disso.
A venda de ações na Bolsa de Riad pode acontecer já no ano que vem, mas fontes próximas à empresa afirmam que o cenário mais provável é um IPO em 2027, após o período regulatório mínimo de 12 meses da transação.
“A expansão da parceria com a HPDC visa reforçar a presença regional da MBRF em um dos mercados mais lucrativos e influentes do mundo. Além disso, a operação abre a possibilidade para um IPO a partir de 2027”, escreveu Molina.
Enquanto o IPO não acontece, a MBRF reforça sua operação. A empresa informou a criação da Sadia Halal, nova marca que reunirá todas as suas fábricas e centros de distribuição na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes, além de empresas no Catar, Kuwait e Omã. A nova marca já nasce avaliada em US$ 2,07 bilhões.
A proposta de abertura de capital tem relação direta com o plano de expor a companhia a novos mercados e investidores— um movimento semelhante ao da JBS, que recentemente fez sua estreia na Bolsa de Nova York, embora por meio de uma dupla listagem.
A estratégia da MBRF, porém, é distinta: o IPO seria de uma nova empresa, com balanço separado e foco específico no mercado consumidor de produtos halal — alimentos produzidos de acordo com as leis islâmicas.
A Sadia, vale lembrar, é líder global nesse segmento, com 36% de market share. Para a MBRF, o IPO em Riad não é apenas uma operação financeira, mas também um teste de valor: medir o apetite dos investidores.
Mais lidas
1
SÉRIE EXCLUSIVA — O escândalo Ambipar: o sumiço de R$ 4,7 bilhões do caixa e a suspeita de megafraude
2
MBRF assina contrato de joint venture com fundo soberano da Arábia Saudita
3
Tesla pode perder Musk se pacote de pagamento de US$ 1 trilhão não for aprovado, diz presidente do conselho
4
Mauricio de Sousa, 90 anos: dos quadrinhos a um negócio que fatura bilhões por ano
5
Beto Carrero World supera a Disney e é eleito o segundo melhor parque do mundo