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EXCLUSIVO: Brasil pode liderar agenda global de segurança alimentar com produção sustentável e de baixo carbono, diz diretor da ONU

Publicado 04/11/2025 • 23:16 | Atualizado há 4 semanas

KEY POINTS

  • O representante do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Daniel Balaban, afirmou que o Brasil já é um dos principais líderes globais em segurança alimentar e nutricional, combinando alta capacidade produtiva, biodiversidade e experiência em programas sociais.
  • Balaban destacou que o problema central é a acessibilidade, não a produção. Ele defende cadeias produtivas regionais e sistemas alimentares curtos, para reduzir custos logísticos e garantir alimentação acessível à população.
  • O país tem 100 milhões de hectares de terras degradadas e pode liderar uma transição de baixo carbono por meio da produção agroecológica, recuperando solos, reduzindo emissões e fortalecendo a segurança alimentar.

O Brasil reúne condições para assumir papel central na agenda global de segurança alimentar e no desenvolvimento de soluções sustentáveis de baixo carbono, segundo análise de Daniel Balaban, representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP/ONU) no país. Em entrevista ao Times Brasil | Licenciado Exclusivo CNBC, Balaban afirmou que o país já ocupa posição de destaque na produção agrícola mundial e pode expandir sua influência por meio da cooperação internacional e de políticas públicas voltadas à redução da fome e à sustentabilidade ambiental.

“O Brasil já é hoje um grande líder global, eu diria que já é um dos maiores líderes globais em segurança alimentar e nutricional”, afirmou o diretor do Centro de Excelência Contra a Fome do WFP. Segundo ele, o país combina capacidade produtiva elevada, biodiversidade e experiência em programas de combate à miséria que podem ser compartilhados com outras nações.

Acessibilidade e sistemas alimentares locais

Balaban destacou que o principal desafio interno está na acessibilidade aos alimentos, e não na falta de produção. Ele explicou que o Brasil precisa “criar sistemas alimentares mais curtos”, que permitam a produção e o consumo locais, reduzindo custos logísticos e tornando os alimentos mais baratos para a população.

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“O problema brasileiro é acessibilidade. Existem alimentos, mas muitas pessoas não têm recursos financeiros para comprar uma boa alimentação para si e para sua família”, analisou. Segundo ele, o país deve investir em cadeias produtivas regionais para reduzir desigualdades e fortalecer a segurança alimentar de forma estrutural.

Impactos climáticos e crises globais

O representante da ONU afirmou que a insegurança alimentar mundial está sendo agravada por dois fatores principais: conflitos armados e mudanças climáticas. Ele citou que eventos extremos, como chuvas intensas em regiões áridas e secas persistentes em áreas produtivas, têm afetado a estabilidade agrícola de diversos países. “O deserto do Saara tem chovido mais do que o normal nos últimos anos, fazendo com que piscinas fossem criadas”, exemplificou, ao descrever como as alterações climáticas estão modificando os padrões de produção de alimentos.

Produção agroecológica e uso de terras degradadas

Sobre as soluções de baixo carbono, Balaban defendeu a produção agroecológica como caminho para reduzir emissões e garantir sustentabilidade a longo prazo. O Brasil, disse ele, possui cerca de 100 milhões de hectares de terras degradadas, área superior à total de terras agricultáveis do país, estimada em 70 milhões de hectares.

“É muito importante tentar rejuvenescer essas terras”, afirmou. Para ele, a recuperação de áreas improdutivas e o uso racional de insumos podem contribuir para ampliar a produção sem expandir o desmatamento. O especialista também alertou que o uso intensivo de pesticidas compromete a fertilidade do solo e ameaça a produtividade futura.

Agropecuária e emissões

Balaban observou que a agropecuária é hoje a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil, e que o setor precisa se adaptar a novos modelos produtivos. Segundo ele, a transição passa por práticas agrícolas que preservem o solo, a água e a biodiversidade, aliando ganhos econômicos e redução de impactos ambientais.

“A solução é a produção agroecológica, fazer com que os alimentos sejam produzidos respeitando a terra, o meio ambiente e a água”, disse. Ele defendeu que o país elabore um planejamento agrícola de longo prazo, voltado à sustentabilidade e à redução das emissões associadas ao uso da terra.

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